ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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10.5.08
Mas não é só pela ausência de qualquer matéria de interesse público, a começar pela política, que a irrelevância deixa a as suas marcas. Há também uma degradação da própria cobertura noticiosa, em relação a padrões de maior qualidade atingidos há alguns anos. Por exemplo, a velocidade de cobertura das notícias e a sua diversificação está cada vez mais dependente de horários de funcionalismo público e da escassez de jornalistas ou de métodos conservadores de manter a agenda nas redacções. A única coisa para que as televisões parecem mostrar plasticidade e velocidade são os acidentes e o futebol. Há um morto num acidente de viação num sítio qualquer do país e saem a toda a velocidade os carros de exteriores para os “directos”. Na verdade, o país fecha com o telejornal da noite para tudo o que não sejam irrelevâncias e, a partir daí, pouco mais do que repetições são de esperar, mesmo em televisões e rádios noticiosas que é suposto funcionarem 24 horas por dia. Aqui está-se a andar e muito para trás. A ideia de que uma notícia deve ser dada o mais cedo possível, desaparece com a acumulação de material que fica à espera do dia seguinte, muitas vezes das 13 horas, para finalmente aparecer. Deixaram de ser as notícias a mandar, mas apenas os alinhamentos dos noticiários e as suas conveniências. Os que sabem que uma coisa aconteceu, entre as 8 e a meia-noite, período de tempo que já foi nobre para conduzir actividades para os que trabalham durante o dia, muito provavelmente tem que se habituar a que os horários preguiçosos das televisões, tornem inexistente tudo o que aconteça à noite e não seja uma gala, ou um jogo de futebol. (url)
© José Pacheco Pereira
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