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(JPP)
LENDO
VENDO
OUVINDO
ÁTOMOS E BITS
de 11 de Janeiro de 2008
Mais uma história estranha que não pode ficar sem esclarecimento: no Expresso da Meia Noite na SICN, que está a ser emitido, vários dos especialistas e engenheiros que contestaram a Ota, e deram a cara a críticas duras à decisão governamental, disseram preto no branco que sofreram retaliações na sua actividade profissional por causa destas tomadas de posição. E insistiram de novo que vários dos financiadores do estudo da CIP tinham "
fundadas razões para temerem retaliações". Foi pena que os jornalistas não tivessem ido mais longe para esclarecer o assunto, no fundo, para a nossa democracia, bem mais importante do que fazer um aeroporto.
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Se houvesse em Portugal uma cultura de rigor cívico, as declarações do actual Presidente da UE, o esloveno Janez Jansa (reproduzidas no
Diário Económico de 10 de Janeiro), que diz que
"já sabíamos disso [que
Sócrates não ia fazer o referendo]
há muito tempo", levantariam um clamor para que se soubesse
quem diz verdade. Cá, nada. Mas há mais: a versão actual dada pelo gabinete do Primeiro-ministro sobre os célebres telefonemas Merkel-Sarkozy-Brown, é que estes tinham como objectivo informar Sócrates de "
como iriam ratificar o Tratado de Lisboa nos seus países", que, como é óbvio, nem ele, nem ninguém sabia.
Toda a gente acha normal ser enganada.