ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
11.11.07
![]() OS LIVROS DA MINHA VIDA 8 (OS PROPRIAMENTE DITOS, OS VERDADEIROS, OS DA BAYER) João Guimarães Rosa, Miguilim e Manuelzão, Lisboa, Livros do Brasil, s.d. ![]() "Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo..." Havia ali um festim com as palavras, uma densidade vocabular, como a de Aquilino, mas com uma dimensão diferente, menos de amador de preciosidades e de antiguidades do léxico, menos de folclore, mas uma dimensão épica em que a palavra mandava para dar substância ao movimento da multidão que a épica exige. Depois li Sagarana e o Grande Sertão: Veredas, que revisitei na exposição do Museu da Língua Portuguesa em S. Paulo, um museu naturalmente "guimarãesrosiano", onde as palavras passam como as "formiguinhas" que Miguilim via com óculos. A sensação de como, a nós portugueses, o português nos escapou há muito, só se acentuou com o Museu, mas começou com Guimarães Rosa. (Ver no Abrupto: exposição de Bia Lessa sobre o Grande Sertão: Veredas : 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 ) Etiquetas: João Guimarães Rosa (url)
© José Pacheco Pereira
|