11:04
(JPP)
LENDO
VENDO
OUVINDO
ÁTOMOS E BITS
de 10 de Outubro de 2007A feira do Midi, uma das poucas coisas que me "faltam" de Bruxelas, no
fworld. Para além da Waterstones, da Tropisme, do supermercado Delhaize junto de minha casa e pouco mais...
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Não era possível encontrar melhor confirmação daquilo que
escrevi sobre o incómodo das palavras de José Rodrigues dos Santos na actual administração da RTP do que o que
veio a acontecer. Não adianta estar a insistir que tudo diz respeito a 2004, porque o facto da equipa de 2004 ser a mesma de 2007, actualiza inevitavelmente as acusações. É isso que incomoda, por muito que os que tentam diminuir os estragos para o governo neste caso se esfalfem para acantonar tudo no passado. Pode o próprio José Rodrigues dos Santos andar para trás e para a frente com as suas declarações, que o problema que ele suscita em 2007 é sempre o mais delicado para a RTP: a sua dependência do poder político.
A RTP não pode ser vista como uma empresa como qualquer outra, pelo simples facto de a sua cadeia de poder começar em José Sócrates, Primeiro-ministro e continuar em Augusto Santos Silva, Ministro da tutela (palavra bem significativa), na Administração da RTP e por fim em toda uma série de chefias por ela nomeadas.
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Para quem está habituado a lidar com questões do foro laboral, o comunicado emitido pela RTP relativo à entrevista do jornalista José Rodrigues dos Santos é absolutamente esclarecedor da vontade daquela instituição em tratar esta questão como se de pessoal se tratasse, com isso subalternizando a questão de fundo (a politização da RTP como órgão de informação).
Num comunicado oficial, que deveria ser claro, conciso e, acima de tudo, objectivo (o que não é sinónimo de neutro), vir dizer-se que «embora tenha deixado de ser Director de Informação em 2004, o Sr. Dr. José Rodrigues dos Santos continuou a auferir a mesma remuneração que o coloca como um dos quadros mais bem pagos da RTP, situação que lhe foi garantida por um contrato que assinou com a anterior Administração, e que a actual cumpriu enquanto vigorou» e, mais adiante, que «recentemente o Sr. Dr. José Rodrigues dos Santos mostrou alguma incomodidade por ter de cumprir horários normais como todos os demais quadros da empresa, tendo-lhe sido recusado o pedido para ser tratado com regime de excepção mais favorável», não é senão confundir tudo, demonstrando à saciedade que o que se quer a partir de hoje é humilhar e trazer para a praça pública factos que não interessam a ninguém e que apenas servem para enxovalhar quem – mal ou bem, não interessa – teve a desfaçatez de referir publicamente factos que são sensíveis e incomodam a actual administração da RTP.
Esta confusão e atropelo aos mais elementares princípios básicos da convivência democrática e civilizada, sobretudo quando vindos de uma entidade por muitos respeitada, demostram a qualidade dos decisores que temos em alguns lugares chave do nosso país. Triste sina a nossa.
(Rui Esperança)
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Sou um grande admirador das coisas da natureza e de insectos trabalhadores como as abelhas e as formigas. E tem de se dar valor ao que tem valor: Aquele exemplo desencantado por António Luis Marinho, deve ter dado um trabalhão a encontrar.
Também gosto da letra grande que segundo a "netiquette" (Netiquette guidelines ) significa falar aos berros. Imagino o berreiro que irá na RTP neste momento... FANTÁSTICO!
(José Rui Fernandes)