ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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19.10.07
![]() A FUGA EM FRENTE DA EUROPA 22 ![]() Eu não excluiria de todo a possibilidade do Primeiro-ministro tomar a iniciativa de fazer um referendo em determinadas condições. Essas condições são fáceis de antever: se, depois da Presidência portuguesa, outros países avançarem para o referendo esbatendo-se o compromisso tomado na Presidência alemã para proteger a França e a Holanda, e se as sondagens forem claras quanto aos resultados a favor do "sim", Sócrates pode muito bem avançar com um referendo por puras razões de política interna, e assim criar enormes dificuldades à liderança do PSD. Sócrates sabe que o "sim" em Portugal é muito favorecido pelo clima nacional-patriótico da assinatura do Tratado "de Lisboa" em Dezembro. Com todo o peso da propaganda europeia a funcionar, manipulando o tema do "vejam lá o que fazem, não vão empancar a Europa" ou variações de "não estraguem o nosso Tratado de Lisboa", as condições de sucesso são à partida grandes num combate muito desigual. Sócrates sabe que se tomar a iniciativa só tem vantagens. Fará uma campanha europeia à procura de efeitos internos, com um PSD atrapalhado nas suas flutuações de opinião e que entregou a iniciativa ao PS nesta matéria, e pode sempre vangloriar-se dos resultados da Presidência como refrescamento da sua legitimidade. Não foi ele que "fez" o tratado "de Lisboa"? Não terá ao seu lado Barroso e Cavaco? Claro que as coisas podem correr mal, e o "não" ganhar força num contexto de grandes dificuldades, com "canalizador polaco" ou sem ele. Mas, que Sócrates está a pensar nisto é evidente para quem esteja atento. Etiquetas: União Europeia (url)
© José Pacheco Pereira
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