ABRUPTO

19.10.07


A FUGA EM FRENTE DA EUROPA 15


Respondendo a Pedro Magalhães.

Primeiro, ainda bem que se faz a pergunta sobre o referendo, mesmo que mais tarde em Portugal do que noutros países.

Segundo, é verdade que "o "inquinado", é relativo", mas existe mesmo assim. É sempre "relativo", porque não há pureza biológica na vida pública, mas convenhamos que a ideia do "facto consumado", tão inevitável como os impostos e a morte, é uma "inquinação" muito perniciosa para as pessoas se sentirem com "empowerment" para rejeitar. Pode favorecer um voto de protesto, mas não dá a sensação aos eleitores que o seu voto conta para alguma coisa, o que é importante neste jogo muito subjectivo.

Terceiro, parece-me, sem desprimor, uma falácia perguntar: "o que é mais realista e com consequências para o futuro: saber se se deseja o referendo a um tratado antes ou depois dele existir?". Na verdade, este tratado já existe desde a Constituição europeia, ou pelo menos desde a última reunião do Conselho na presidência alemã. Não há no texto actual nada que se afaste desses documentos e as principais soluções que o caracterizam são, de há muito, do conhecimento público. Sempre me pareceu este um argumento para ou negar ou adiar o compromisso do referendo, um falso argumento. Como é óbvio, não se trata de fazer o referendo antes de haver tratado, trata-se de haver um compromisso de referendo desde início do processo, o que gera uma atitude e uma mobilização diferentes.

ADENDA - Ver a resposta de Pedro Magalhães.

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