ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
|
9.2.07
É uma cultura de copy-paste mais do que de print, entre outras coisas porque imprimir é mais caro e esta cultura vive num mundo potencialmente gratuito. Para além disso, o texto impresso é suposto ser lido fora do ecrã, o que também viola os hábitos. Por fim, a maioria das impressoras é boa para texto e má para imagem, em particular imagem a cores.
O uso dominante do copy-paste é para os trabalhos escolares. Muitos professores hoje marcam trabalhos "para serem feitos pela Internet". Um exemplo que já referi e a que assisti: escrever os números em inglês de 1 a 50. Com o copy-paste demorou meia dúzia de segundos, e, com o print, estava feito o trabalho de casa. A adolescente do 6º ano fez o trabalho, com proficiência no uso do copy-paste, no computador de uma biblioteca e ficou a saber rigorosamente o mesmo sobre como se escreviam os números em inglês. A escola e a biblioteca, as duas instituições que era suposto irem mais longe, do copy-paste para o acto de aprender, assistem como espectadoras ou porque não sabem, ou porque não querem, ou porque não podem. Outro uso frequente do copy-paste, mas criativo, é a utilização de imagens, músicas, videos, frases e textos alheios, tal como estão ou remisturados, em particular em blogues. A facilidade do copy-paste permite uma construção de identidade a partir da citação que é também uma apropriação. Aqui o copy-paste apenas dá uma nova instrumentação tecnológica a um mecanismo mais antigo - falar com as palavras dos outros, para dizer melhor aquilo que queremos dizer. (Continua) Etiquetas: blogosfera, Internet, Rede (url)
© José Pacheco Pereira
|