ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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16.2.07
COISAS DA SÁBADO - AUTOFAGIA: JUÍZES A FALAR DEMAIS Ou é impressão minha ou os juízes, andam a falar demais? É evidente que os juízes são cidadãos como outros quaisquer, mas haver juízes a criticar decisões de outros juízes em público, em processos que ainda estão em aberto, a não ser em casos de interesse público relevante, quase de crise das instituições, de ameaça à democracia, de obrigação moral excepcional, não me parece que tenha outro efeito senão dissolver a autoridade dos próprios juízes face aos cidadãos que deles esperam distância, prudência, sensatez e alguma reserva. A reserva do poder. Dito isto, não tenho qualquer dúvida que não vale a pena dizê-lo. A mediatização da vida toda não parará à porta dos tribunais nem da cabeça dos juízes. Eles querem, como toda a gente, participar na grande cacofonia universal e tornar-se como os outros. A ilusão está em que, tornando-se como os outros, pensam que poderão manter o estatuto e os poderes que hoje têm. Estão enganados, mas ninguém os vai convencer disso, porque também eles querem ser “protagonistas”. * Permite que lhe observe que, a propósito de "É evidente que os juízes são cidadãos como outros quaisquer ... ", juíz é um cargo (ou orgão de soberania) e não um cidadão. Creio que será deste "erro de paralaxe" que emanam todos os "protagonismos" que a sua entrada no blog tão bem descreve. Quando os cidadãos, que ocupam os respectivos cargos de juízes, se relembrarem da sua condição, a protagonista será a Justiça. Etiquetas: justiça (url)
© José Pacheco Pereira
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