ABRUPTO

20.11.06


O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES; SÉGOLÈNE LA BELLE

Há uns tempos atrás (já nem sei bem precisar) Sílvio Berlusconi desapareceu por uns tempos porque, segundo parece, fez uma intervenção estética na cara que o terá rejuvenescido uns belos anos. A comunicação social falou, escreveu, inventou anedotas, gozou, os puritanos politicamente correctos abanaram a cabeça de espanto e reprovação por mais uma ousadia de Berlusconi. Hoje eu vejo as fotografias de uma belíssima Ségolène Royal, jovem, fresca, elegante... Parece a filha de uma outra Ségolène Royal que foi Ministra do Ambiente algures no início dos anos 90. Vamos ver se a comunicação social também fala, escreve, inventa anedotas, goza, e se os puritanos politicamente correctos abanam a cabeça de espanto e reprovação pela inesperada ousadia de Ségolène.

(J.)

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Ségolène tem 2 vantagens na imprensa; é mulher e é de esquerda. Na política (como noutras coisas) estes 2 aspectos perdoam muita coisa. Por muitas igualdades que se apregoem o cuidar da imagem é muito mais aceite nas mulheres que nos homens (veja-se que só recentemente começou a ver-se publicidade a produtos de beleza masculinos). E isto liga-se c/ a parte política, pois atacar Seguelene por esse lado seria visto como dar importância a questões do foro feminino, que não interessam ao debate político (execepto quando se diz que as mulheres têm mais sensibilidade p/ o lado humano da política ou outras coisas no género). No caso Berlusconi trata-se de um homem, logo cuidar da imagem é esconder qualquer coisa, e sendo de direita e rico isto é visto como um luxo com fins manipulatórios.

É a democracia e a igualdade que as nossas sociedades mediatizadas produziram, e temos que viver c/ elas. Um detalhe; ambos os personagens referidos são produto desta mesma sociedade mediatizada, e Berlusconi deu importante contributo enquanto empresário do sector para que a mediatização tivesse seguido o rumo informação-política-espectáculo que seguiu. Logo, só pode queixar-se de si próprio.

Miguel Sebastião

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© José Pacheco Pereira
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