ABRUPTO

2.11.06


LENDO
VENDO
OUVINDO

ÁTOMOS E BITS

de 2 de Novembro de 2006



Passa na abertura do telejornal da RTP das 13 horas mais um Momento-Chávez do Primeiro-ministro, com o respectivo eco na voz da senhora jornalista. Propaganda pura, intacta, sem mácula, como deve ser. Palavras certas, cores certas, imagens certas. Palco controlado, assistência reverencial, nenhuma dúvida, nenhuma pergunta incómoda, nenhum escrutínio.


Hoje, o Público (declaração de interesses conhecida, ainda por cima à quinta-feira...) está um bom jornal, que acrescenta informação e alarga os temas, segundo uma agenda própria, para matérias relevantes, pouco ou nada tratadas na comunicação social portuguesa como a resposta dos sindicatos à globalização. Depois há Fátima Bonifácio sobre o "estado de graça", uma notícia relevante sobre as contrapartidas nas compras de material de guerra e várias notícias de qualidade, dispersas nas áreas da cultura e media. A reportagem sobre a partida das tropas para o Líbano tem uma série de fotos e mini-biografias de alguns militares portugueses, as fotos muito ao estilo esteticizante da Vanity Fair. A notícia sobre a polémica da missa em latim em França é apenas a ponta do icebergue do impacto das posições litúrgicas do novo Papa que, tendo impulsionado muitas das reformas do Vaticano II, veio depois a condená-las como perigosas e perversas. Por fim, vejo com alguma ironia percursora, que a CNN vai repetir, na cobertura das eleições, o que o Abrupto fez em directo também numa cobertura eleitoral da SIC, e que penso ter sido à data original. Se fosse a SIC reivindicava a primazia.

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© José Pacheco Pereira
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