ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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12.11.05
UM PORTUGAL QUE NÃO SE VÊ TODOS OS DIAS 2
Um Portugal “orgânico” que responde a velhas palavras. Uma voz que enumera nomes antigos: Rainha dos Patriarcas Rainha dos Confessores Rainha do Santíssimo Rosário Rainha da Paz Mãe do Céu Falando para que mundo? Patriarcas? Confessores? Rosário? Uma cruz de néon, um Cristo que parece bizantino, escuteiros, muitas crianças, milhares de pessoas por detrás de uma estátua de uma mulher jovem e bela, com um manto branco, de mãos postas. Dois mil anos de cultura europeia, mas nem por isso menos estranho. Realmente estranho. Já não temos um espelho fácil para nos vermos. * Falando para que mundo? Patriarcas? Confessores? Rosário? * Não percebi o seu post sobre a procissão ontem em Lisboa. Estranho? Porquê? O que eu vi ontem foi uma manifestação feita por um conjunto enorme de pessoas que têm, pelo menos, uma coisa em comum: a devoção por Nossa Senhora. Como ouvi várias vezes ontem, «o “Tuga” tem destas coisas». E é verdade. Haja coragem para reconhecer que muito poucas coisas para além da Igreja Católica movimentam tanta gente. * Agustina Bessa Luís num do seus últimos romances, numa daquelas frases perturbadoras que nos fazem parar a leitura, dizia que o sec. XXI vai ser o século do misticismo. Há vinte anos tínhamos todas as certezas e agora não temos nenhuma. (url)
© José Pacheco Pereira
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