ABRUPTO

5.8.05


MICRO-CAUSAS:
PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A “BUSCA DE SOLUÇÕES” EM DETRIMENTO DA “ESPECULAÇÃO”?

"Respeito muito os signatários, mas há sociedades que valorizam mais a especulação e a análise, enquanto outras valorizam mais a busca de soluções."
(Manuel Pinho, Diário Económico, 28-07-07)

No Bloguítica. no Blasfémias , no Ciberjus , no Von Freud , na Grande Loja do Queijo Limiano, no [ai-dia], no A destreza das dúvidas , no crackdown, no ContraFactos & Argumentos , n' A Esquina do Rio , no Almocreve das Petas, no Um prego no sapato, no ...bl-g- -x-st-, no sorumbático, no Portuense, no ABnose, no Portugal dos Pequeninos, no Teoria da Suspiração, no A Baixa do Porto, na Minha Rica Casinha, no Sombra ao Sol, no Insustentável, na Insustentável Leveza, no Virtualidades , no Blogdamarta, no Adufe, na Tela Abstracta, no opinar, no Abnegado, no Cabo Raso, no Bateria da Vitória, na Foz, no Tempo Suspenso, no Galo Verde, no Navio Negreiro, no Entre Pedras, Palavras, no Viver Bem na Alta de Lisboa, no Faz Tudo, na SEDE, no Observador Cosmico, no Nortadas, no Piano, no primadesblog, no Pura Economia, no Impertinencias, no Nova Floresta, no Acid Junk Food, no Prova dos Nove, e noutros que não pude recensear, também se apoia esta divulgação. Mostrando uma qualidade rara na blogosfera que é a persistência, não deixar cair uma pergunta e um pedido SFF mais que razoável, alguns blogues repetiram e vão repetir enquanto for necessário a mesma pergunta.

O Inimigo Público também aderiu ao "mostra!" da micro-causa, e o Ministro das Obras Públicas respondeu a estas pressões com uma das mais completas colecções de generalidades e banalidades que viu a luz do dia na imprensa. Se não fosse de um ministro, um director de um jornal decente não considerava haver qualidade mínima para publicar o artigo.

Vários blogues fazem uma pergunta certa: por que é que a comunicação social, não diz uma palavra sobre esta micro-causa, que não é preciso ter cursos de jornalismo para saber que é notícia? "Cinquenta blogues pedem (exigem, imploram, arrasam, etc.) divulgação na Internet dos estudos da OTA", dá notícia. "Movimento na blogosfera a favor da divulgação electrónica dos estudos da OTA", dá notícia, mesmo que seja só na secção dos Media. "Blogues exigem papéis", é um estilo também conhecido. "Porque é que não se divulgam os estudos da OTA?" dá editorial. "Mais transparência é preciso - reivindicam blogues” também se admite. Coisas bem menores já têm dado notícia, esta não.

Há quem interprete o silêncio com a vontade de proteger o governo. Talvez, nalguns casos será assim. Mas penso que a melhor resposta é outra, é por corporativismo no pior sentido. Os jornalistas acham que matérias deste tipo pertencem-lhes e sentem uma crescente competitividade nos blogues. (Dito isto tenho consciência de que o que escrevo ainda diminui mais a probabilidade de haver notícias, mas não precisam de citar o Abrupto sequer.) E a verdade é que nestes dias de férias tem sido nos blogues que tem circulado a melhor informação (falo de informação, dados, investigações fundadas, não de boatos) e análise de todo o espaço público sobre o que se está a passar, e não só sobre a OTA. De graça, sem grandes meios, sem redacções, sem enviados especiais.

No Diário da República uma série de ligações sobre o debate da OTA nos blogues, que serve de ilustração ao que escrevi acima.

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© José Pacheco Pereira
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