ABRUPTO

5.3.05


OUVINDO LUIGI NONO / GRANDE NOMES : LA LONTANANZA NOSTALGICA UTOPICA FUTURA


La lontananza nostalgica utopica futura, Madrigale per più “caminantes” con Gidon Kremer.

*
Grandes nomes/títulos e grandes obras musicais. O último ciclo de obras de Nono foram motivados por uma inscrição visto pelo compositor numa parede de Toledo, "Caminantes, no hay caminos, hay que caminar", na qual surpreendentemente o compositor não reconheceu o conhecido mote de Antonio Machado, poeta que todavia já tinha abordado em música. O título completo da primeira desta obra é "La lontaneza utopica futura, Madrigale per piú 'caminantes'" e do ciclo fazem parte ainda "Caminantes...Ayacucho" e "No hay caminos hay que caminar ... Andrei Tarkovski", derradeira obra de Nono. Se nestas obras o compositor retomou a errância do Wanderer de Nieztche, toda a sua fase final da sua obra, de alguém que foi também o autor mais politicamente comprometido da geração da "vanguarda" e membro do Comité Central do PC Italiano, sempre muito crítico do sistema soviético, toda essa final é atravessada pelo horizonte do silêncio mas também, creio, por um diálogo com o Anjo da História de Benjamin; daí também "La lontananza nostalgica utopica futura". Outros grandes títulos são "À Pierre, del azurro silenzio, inquietum", dedicado a Pierre Boulez, e o mais importante de todos, a obra crucial da última poética de Nono, "Prometeo, la tragedia dell'ascolto".

(Augusto M. Seabra)

*
Há falhas no texto de Augusto M. Seabra que publicou:

1) O título completo da obra é la lontananza nostalgica utopica futura, madrigale per piú caminantes con Gidon Kremer. Ou seja, lontananza e não lontaneza, e falta a A.M.S. as palavras nostalgica e ainda con Gidon Kremer
2) No conjunto de obras mencionadas por A.M.S., falta «Hay que caminar» soñando, para dois violinos, 55ª obra do catálogo do Nono, composta em 1989
3) essa sim, a última obra terminada por Nono, e não No hay caminos, hay que caminar (obra de 1987 e 52ª do catálogo), como afirmou A.M.S.

De um ponto de vista meramente pessoal, permita-me que lhe recomende ...sofferte onde serene... (36ª obra, piano e banda magnética, 1974-1976) bem como Quando stanno morendo, diario polacco nº 2 (41ª obra, 1982).

Permita-me ainda que lhe recomende algo para engordar a sua bibliofilia: Luigi Nono - Écrits, Christian Bourgois Editeur (livro no qual poderá fazer um fact check das correcções que apontei)
(César de Oliveira)

(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]