ABRUPTO

15.12.03


JUDEU ERRANTE

Estou de novo de judeu errante. Voo de uma terra para outra, de outra para outra, porque devo, nalgum passado distante, ter recusado água, abrigo, palavras a alguém. A única geologia que conheço é a das nuvens, estrato a estrato, paz e turbulência, uma a seguir à outra. Do alto, nenhuma caneta toca a terra, nem sequer a frágil e imortal sequência de bits, de sins e nãos electrónicos - "eléctricos", diria McLuhan, com razão - desce os 39000 pés para tocar o chão. Silêncio, pois, na terra, branco absoluto nas páginas brilhantes do ecrã. Até breve, pássaros.

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© José Pacheco Pereira
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