ABRUPTO

18.12.03


EARLY MORNING BLOGS 99

Longe da pátria, língua da pátria. Com os early mornings na véspera dos cem, (cem é um número gigantesco na blogosfera, que me faz competir com Matusalém), o poema salta das manhãs, parte do tempo, para ser sobre o tempo todo, um dos fios do Abrupto. De Camões , este "prado":

Com o tempo o prado seco reverdece,
Com o tempo cai a folha ao bosque umbroso,
Com o tempo para o rio caudaloso,
Com o tempo o campo pobre se enriquece,

Com o tempo um louro morre, outro floresce,
Com o tempo um é sereno, outro invernoso,
Com o tempo foge o mal duro e penoso,
Com o tempo torna o bem já quando esquece,

Com o tempo faz mudança a sorte avara,
Com o tempo se aniquila um grande estado,
Com o tempo torna a ser mais eminente.

Com o tempo tudo anda, e tudo pára,
Mas só aquele tempo que é passado
Com o tempo se não faz tempo presente.


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© José Pacheco Pereira
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