ABRUPTO

12.12.03


DESACORDOS – O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS LEITORES

“O GOVERNO TEM QUE EXPLICAR MELHOR AS SUAS POLÍTICAS”

"Não é costume, mas estou em desacordo absoluto.

Um governo que explique o que faz pode ter a adesão de mais gente que compreende o problema. Isto pode levar a que a agitação social seja menor e que, por isso, o tempo e energia gastos com o assunto sejam aproveitados noutras coisas mais úteis.
(e também nos poupava aos constantes sobressaltos mediáticos, o que já não é pouca coisa).

Por outro lado, se as políticas se explicam a si próprias, como compreender que o PS tenha governado como governou? Governou bem? Se António Guterres não se tivesse ido embora, o PS teria governado, pelo menos, oito anos. Ao fim de quanto tempo se impõem as políticas?
(positivas ou negativas, tanto faz).

Não haverá aqui o risco de a demagogia prevalecer, para que se possam ganhar eleições? Não é a isso que se chama "navegar à vista"? seguir políticas de curto prazo, ainda que erradas, para obter a satisfação imediata do povo e a manutenção do poder?

E se as pessoas não acreditarem nos governantes por não entenderem as politicas? Votam noutro, claro. Mas isso nem sempre quer dizer que as politicas estivessem erradas.
Vale a pena? Para no fim poder dizer:" Se queres, toma! se não vou-me embora". Será isto o "interesse nacional"?
Ou será antes interpretado como a história do passarinho e da gaiola de Mário Soares?
A quem aproveita?

E como é que se ganha a confiança enquanto as políticas impopulares não dão os resultados pretendidos? Com agitação social?

A explicação não deve substituir a confiança, mas sim ajudar a criar a confiança (sem demagogias...)."

(JA Lencastre)


MASOQUISMO ACTIVO

"Ciclo de debates organizados pelo PÚBLICO"

1- Ao contrário do que escreveu, a resposta à pergunta do primeiro debate não foi "ninguém". Bem pelo contrário. Bastava conhecer o trabalho desenvolvido por um dos participantes (Sobrinho Simões) e percebia logo que nunca poderia tirar essa conclusão.

2- Quanto a perguntas que já contêm em si as respostas, cito duas do seu artigo de hoje no "PÚBLICO": "Tem sentido suscitar a questão presidencial nos dias de hoje?"; "Tem sentido dramatizar a relação com o Presidente da República?".

3- É evidente que não há perguntas inocentes. As do ciclo de debates com a Católica também não são. Como elemento da "redacção do Porto", digo-lhe que essas interrogações são aquelas que são colocadas por qualquer cidadão do Porto minimamente interessado pela qualidade de vida do sítio onde trabalha e/ou reside. Basta ver os resultados do estudo encomendado pela própria Câmara do Porto, hoje divulgado na imprensa, para perceber que "os xiitas" não estão só radicados na redacção de um jornal.

4- Não sei onde quer chegar com a frase "quase que apostaria, dobrado contra singelo, que foi a redacção do Porto que escolheu as perguntas", mas posso-lhe garantir que a formulação das perguntas é tanto da responsabilidade dos "xiitas" como da dos "católicos".



(Raposo Antunes)

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© José Pacheco Pereira
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