ABRUPTO

22.8.03


BAGDAD / JERUSALÉM 4

Devido a uma avaria na minha rede telefónica provinciana, (depois das 17.30 não há piquete para arranjar telefones, um serviço supostamente de 24 horas), não pude actualizar as notas sobre esta questão. Estas duas notas eram para ter sido colocadas ontem.

1. Tive ocasião de ler , um pouco por todo o lado, que o dirigente do Hamas morto pelos israelitas (numa política de assassinatos selectivos incompreensível a não ser em estado de guerra) era um “moderado”. Quem diz isto, seja do Departamento de Estado americano, seja no mais português dos blogues, não sabe o que é uma organização terrorista. Não há “dirigentes moderados” numa organização terrorista, ponto. Esse mesmo “dirigente moderado” , se era dirigente, esteve com certeza em várias reuniões em que se decidiu o atentado do autocarro e muitos outros atentados. É da natureza da pertença a essas organizações. Votou contra, levantou dúvidas numa reunião, achou que não era a altura? Se não saiu pela porta fora, a denunciar o crime em preparação, para o que tem a Autoridade Palestiniana como interlocutor, discutiu apenas tácticas. Claro que não duraria muito, porque nestas organizações só se entra, não se sai.

2. Os autocarros israelitas que explodem são a guarda avançada de muitos outros autocarros, comboios, aviões, que podem explodir um pouco por todo o lado. É esse o caminho que imperceptivelmente se está a definir. Alguém, nalgum sítio, há de estar hoje a pensar nas frotas de autocarros que podem explodir no centro de Londres, Nova Iorque ou Madrid, pela obra de um “mártir” e nos efeitos desses massacres como oportunidades políticas. É por isso que está uma guerra em curso.

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© José Pacheco Pereira
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