ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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19.7.03
OBJECTOS EM EXTINÇÃO 14 (Actualizado)
1. As vozes que não se ouvem mais. São “objectos”? Como é que ficam na nossa memória? Como uma coisa? A voz de Nemésio, a voz de Villaret, a voz de David Mourão Ferreira, a voz de Beatriz Costa, a voz de Salazar, a voz de Vasco Santana, a voz de João César Monteiro, as vozes dos nossos, pouco a pouco desaparecendo. As vozes que já não se ouvem há muito tempo, as vozes que deixaram de se ouvir. As que falam baixo à noite, as que se estão a esquecer, as que gritam quando as queremos calar, as do silêncio. Devia haver um catálogo de vozes. (A rádio, catálogo de vozes). * Miguel : "A voz da minha mãe é a única memória dela que me não resta mais . Foi-se rápida num vento sem retorno. Desfez-se. Num entanto acho que prescindiria de catalogar a sua voz , mesmo que tivesse tido oportunidade. O registo da voz é-me demasiado brutal face à irreversibilidade da perda." 2. Acabou a telescola. Portugal mudou. (url)
© José Pacheco Pereira
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