ABRUPTO

17.7.03


OBJECTOS EM EXTINÇÃO 13

Alguns leitores desta série (o Paulo Querido do uuh o vento lá fora e o Mário Filipe Pires da Retorta ) sugeriram que ela se torne autónoma e colocada num outro blogue, incluindo fotografias dos objectos referidos, e ofereceram gentilmente a sua ajuda. De novo, insisto, é bem vinda. O material que recebo é tanto, que , a continuar assim , afogaria o Abrupto só de extinções, ( não deixem de mandar sugestões lá porque eu disse isto…) e por isso justificaria um tratamento próprio . Se estivessem de acordo poderíamos tentar fazê-lo em Setembro.

Vamos aos “objectos” em risco de se irem embora na memória:

1) “aquelas capas de pele que há uns anos serviam para levar livros ou blocos dentro. Não sei se tinham um nome específico. Recordo-me que, por foram tinham relevos com bustos do Eça, Herculano, Camões, etc. As melhores eram de pele, em cor natural, ou tintadas. Depois surgiram umas imitações em cartão a imitar pele. A última que vi, há uns cinco anos, era dessas. Não sei se o objecto está em extinção ou extinto. Sei que gostava imenso de reencontrar essas capas para lhes meter livros dentro.” (Terras do Nunca )

(acho que tenho uma , quando a encontrar envio-lhe)


2) o amplificador a válvulas ( e José Victor Henriques acrescentava “sábado, 13 de Julho, no DNA, vai perceber porquê.” Já percebi.)


3) "Coisas que se perderam
- as visitas ao zimbório da Basílica da Estrela;
- o sossego do litoral alentejano;
- as lagoas de Albufeira e Óbidos sem poluição

Coisas que ainda resistem
- as viagens de eléctrico (carreira 28) dos Prazeres à Graça;
- alguns jardins (ditos públicos) de Lisboa;
- o “encher dos olhos” em alguns miradouros de Lisboa
"

(M. Ribeiro Santos)

4) “a proposito de objectos desaparecidos:-o "ring" de borracha tão em uso nas praias! ; ainda joguei com um fabricado com "cabo" e forrado a lona no convez do "royal mail" "arlanza" numa viagem, no início dos anos 60, de de Londres para Lisboa.. tambem já passou à história,e. até era a opção mais barata.”

Mas o oposto, ideia que parece ter abandonado o Abrupto, que objectos continuam a ser usados numa mesma forma, parece um tema muito mais interessante para uma hipótese museologica. A referencia ao livro The Libraries of..lembrou-me The book on the bookshelf do Henry Petroski onde se faz a história das estantes...- aquele tão desejado acessório dos bibliófilos" (Abel Roldão)

5) a "Plateia"

"revista de cinema, ou antes de artistas, femininas, é claro. Que pobreza, dirá... mas que riqueza, naquele tempo! “ (Jose)

6) “O "rio Tejo como fonte de sustento"
.
Imortalizados por Alves Redol no seu livro Avieiros, estes nómadas do rio, como lhe chamou na época, deixaram de existir, por volta dos anos setenta, com a chegada da poluição industrial.
Desde o início do século XX que grupos de pescadores oriundos da Praia de Vieira de Leiria se deslocavam no Inverno para a borda d'água para a apanha do sável e da enguia. A minha família fê-lo durante quase meio século, garantindo assim o sustento dela. Hoje, mais de uma dezena de aldeias "palafitadas" de extraordinária beleza (antropológica se se quiser) permanecem desde Salvaterra de Magos até Vila Franca de Xira. Há meia dúzia de anos, fiz o caminho e fui conhecê-las. Encontrei velhinhas sentadas a olhar o rio que me disseram: "O meu pai era da Vieira, mas eu nunca lá fui, não queria morrer sem lá ir uma vez que fosse
". (João Paulo Feteira)


7) "um link com uma exposiçao online sobre o mesmo tema "things that don't want to die" do Pablo Garber "(Maria Sousa)


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© José Pacheco Pereira
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