ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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24.7.03
LIMITES (Actualizado)
Ontem referi a fusão entre os devices cada vez mais bio e o nosso corpo, acentuando a “hierarquia e fragilidades” dos sentidos. Encontrei em A Pedra e a Espada um exemplo dessas limitações: “O compositor Eric Satie tem uma obra para piano que demora 24h a ser executada na totalidade. Isto implica que sejam necessários vários pianistas que se vão revezando, por forma a que a peça possa começar e terminar sem interrupções. Conta-se que numa das raras execuções dessa peça em Nova Iorque, quando esta terminou um dos elementos da audiência se colocou de pé batendo palmas frenéticamente e gritando: "Bravo! Bis ! BIS!". Uma música, Vexations, não pode ser tocada senão por vários pianistas, a não ser que alguém queira entrar para o Guiness. Seria difícil, porque uma das coisas que Cage verificou quando se interessou pela peça, é que ela é também muito difícil de memorizar, mesmo quando fragmentada em partes a serem tocadas por diferentes pianistas. Satie revelou limites. * José Carlos Santos acrescenta algumas precisões sobre Vexations: "Da primeira vez que esta obra foi interpretada, no Pocket Theatre de Nova Yorque, foram precisas apenas 18 horas e não 24. Um dos doze pianistas que participaram na estreia foi John Cage, que tinha tido conhecimento daquela obra em 1949 através de Henri Sauguet, amigo de Satie nos últimos anos da vida deste. Mais importante do que isto é o facto de as Vexations consistirem numa sequência de apenas 180 notas tocada 840 vezes (na estreia, Cage tocou-a 75 vezes)." (url)
© José Pacheco Pereira
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