ABRUPTO

20.7.03


EARLY MORNING BLOGS 14


À procura de textos pré-blogue ando pelos diários de Tolstoy e pelo diário de Kafka. Na edição francesa de Pierre Klossovski, de Kafka, que agrupa debaixo do título “diário íntimo”, textos de diário e grupos de aforismos com temas comuns são estes últimos que são mais parecidos com este tipo de escrita. Por exemplo, as “Considerações sobre o Pecado, o Sofrimento, a Esperança e o Verdadeiro Caminho”, falando da “impaciência” adaptam-se bem a este meio:

Todas as faltas humanas têm origem na impaciência, uma ruptura prematura do esforço metódico: fixamos sobre um suporte aparente, o objecto aparente”

“Há dois pecados mortais humanos donde decorrem todos os outros: a impaciência e a preguiça. Por causa da sua impaciência, foram expulsos do Paraíso, Por causa da sua preguiça não voltam para lá. “


O carácter fragmentário da escrita “cabe” na página e favorece a citação. Retorno a uma nota minha, já arquivada, de Lukacs sobre Nietzsche e as características do texto facilmente citável.
Incluir os aforismos.

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Para a Montanha Mágica e os seus leitores uma sugestão, caso não conheçam. Num magnifico livro , de meta-livrismo neste caso , editado por Dale Salwak intitulado A Passion for Books, Nova Iorque, St. Martins Press. 1999, agrupando uma série de textos sobre o amor pelos livros , está um ensaio de Jeffrey Meyers intitulado “Obsessed by Thomas Mann”. Meyers escreve como, desde os 16 anos, se foi enleando em Thomas Mann e, livro a livro, foi ficando “obcecado”. Conta como leu os livros, como foi modificando essa leitura à medida que sabia mais sobre Mann, as visitas aos lugares da vida de Mann, a Veneza, a Davos. Meyers critica os filmes feitos sobre obras de Mann, e a representação de Aschenbach na Morte em Veneza de Visconti.
Obrigatório para os “mannianos”. Se o autor da Montanha em blogue quiser posso mandar-lhe o texto.



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© José Pacheco Pereira
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