ABRUPTO

20.5.03


AS ESCOLAS DO JORNALISMO POLÍTICO EM PORTUGAL 1

Esta nota precede outra que estou a preparar sobre as escolas do jornalismo político português . Mas para quem vê e ouve Marcelo Rebelo de Sousa na TVI é fácil perceber que a sua conversa é estruturada como se fosse um jornal semanário , como se fosse o Expresso quando ele o dirigia . Trata da semana anterior , tem editorial , mais neutro , mais distanciado , proclamativo ; tem artigos de opinião , do próprio e do próprio com pseudónimo , contendo cenários e calendários cenarizados ( o elemento essencial da "análise" política de Marcelo ) ; tem notícias tratadas ao modo jornalístico , superficial , e com títulos e entradas opinativas - aqui nas matérias que não lhe interessam , não domina mas que tem que falar dado que se trata de um "semanário" , como tudo o que disse respeito à guerra do Iraque - ; tem a secção "Gente" , crucial neste tipo de jornalismo para incluir informações pessoais importantes e perfídia , que não podem ter corpo na parte séria ; tem roteiro , com os espectáculos inevitáveis , e com listas de livros ; tem cartas dos leitores . Um pouco por todo o lado há "encomendas" dos amigos do director , como é igualmente habitual nos semanários . De facto não é preciso uma multidão de jornalistas para fazer um jornal - Marcelo faz um todas as semanas sozinho e , quando se percebe a lógica , mais transparente porque é na primeira pessoa .

Etiquetas:


(url)

© José Pacheco Pereira
Site Meter [Powered by Blogger]