ABRUPTO

9.1.05


GRANDES NOMES: DKW

O nome DKW é um bom exemplo de como se pode viver toda a vida enganado. Sempre pensei que significava "das kleine wunder", por razões certamente obscuras. Afinal é o mais prosaico "Dampf - Kraft - Wagen", carro movido a vapor, patente do engenheiro Rasmussen. Vão engano, afinal não há a pequena maravilha...

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O seu erro não tem nada de estranho, quase toda a minha geração pensava o mesmo. Quando aos motivos deste apelativo de substituição, também não é obscuro. Para um espírito pouco ligado ás coisas automóveis, talvez. Para quem, nos anos sessenta fez um pouco de desporto automóvel (o meu caso) é de caras:

Quando a DKW (cujos carros tinham dois cilindros a dois tempos (como o Trabant, o mesmo carro com outra carroçaria, nalguns casos em cartão prensado especial, e se transformou num ícone, da Alemanha do Leste, até três anos depois da queda do Muro), lançou o mesmo motor, com três cilindros e três carburadores - um por cilindro – o diabo do carrinho, por vezes aligeirado e transformado, protagonizou muitos ”rally’s” e não poucas provas de pista, com um sucesso inesperado. Era conhecido como 3=6, porque os dois tempos – reduzindo a metade o ciclo de Otto, dos motores normais, com a ausência de complicados mecanismos de válvulas e respectiva distribuição por árvore de “cames” ( em mecaniquez, cams, em inglês) davam-lhe uma capacidade de rotação e uma velocidade inusitadas para a época e para a cilindrada. Daí, “a pequena maravilha”. O modelo de luxo, com madeiras e cabedais, era uma mini-limusina – e é o que vem ilustrado na sua nota. Saudades…


(Luis Rodrigues)
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Encontrei aqui este pequeno apontamento que talvez o venha tranquilizar quanto às origens do nome DKW.
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As iniciais da marca alemã DKW, fundada em 1919, tiveram três significados durante os anos: Dampf Kraft Wagen (carro movido a vapor); depois Des Knaben Wunisch (o sonho dos meninos, devido aos pequenos motores de 18 cm3 para brinquedos); e finalmente Das Kleine Wunder (a pequena maravilha).
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Escuso-me entretanto de aqui falar sobre a mudança para o nome AUTO UNION pós fusões com outras marcas, posteriormente AUDI e até hoje... no grupo VW.

(E. Paulino)
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No Brasil, onde se lê DêKaVê, era também chamado de dêchavê (deixa ver), em virtude de as portas abrirem pela frente e as senhoras da época usarem sempre saias.
Como o carro era muito baixo, adivinha-se o resultado...

(O autor do inominável Votemnasputas.blogspot)

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Ainda me lembro quando a minha mãe (ou seria o meu pai?) conseguia nas viagens “arrumar” 7 filhos naquele longo banco de trás. Ao volante ia o meu pai, a minha mãe e a minha irmã mais velha. Aos pés da minha mãe ia um dos nossos eternos boxer. No banco de trás a minha mãe colocava, sobre o comprido banco, uns sacos de roupa que serviam de balcão. Os meus 4 irmãos mais velhos, excluindo a primogénita que já tinha direito a lugar exclusivo, iam na plateia. Os 3 mais novos, onde me incluía eu, na altura aí com uns 5 ou 6 anos, íamos no balcão. Cintos de segurança nem existiam. Memórias que nunca esquecerei. Grande DKV (e eu que sempre pensei que os círculos eram os que agora vemos na Audi…)

(Gonçalo Pinto Gonçalves)

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