ABRUPTO |
correio para
jppereira@gmail.com
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31.1.05
22:17
(JPP)
N�o valia a pena a RTP enviar um correspondente (Luis Castro) ao Iraque porque ele foi para l� com ideias feitas, atacou a realiza��o de elei��es por todos os meios, fez todas as previs�es erradas, � que podia fazer de Lisboa porque elas s�o as suas opini�es e n�o factos �, e depois, encravado e atrapalhado nas suas infundadas previs�es dos acontecimentos, trata de fazer um reporting sistematicamente enviesado para se justificar. Uma linha de continuidade: as elei��es nada significam, nada importam. N�o � jornalismo � ideologia.
21:53
(JPP)
![]() - Por que � tudo t�o bonito? � s� ligeireza? � s� gravidade? Porque � que ele tem um anel? � para mim?
16:26
(JPP)
![]() ![]() Richard Greene (Ed.) , The Sopranos and Philosophy. I Kill Therefore I Am, Open Court Publishing Co., 2004 James Tatum, The Mourners Song : War and Remembrance from the Iliad to Vietnam, The University of Chicago Press, 2004
11:42
(JPP)
![]() Votar, como n�s deviamos saber com clareza depois do 25 de Abril, d� a cada um a dignidade de poder decidir. A dignidade conquistada pelos homens e mulheres do Iraque, atribulado que fosse o caminho, pertence-lhes inteiramente, at� porque a conseguiram vencendo o medo. N�o estava l� Saddam, mas o medo estava. E foi vencido. N�o foram os americanos que o venceram, mas os iraquianos, mas todos os que contribuiram para este sorriso e para este dedo marcado de azul, s� podem sentir alegria. (Foto do New York Times)
09:57
(JPP)
(...) no Porto passamos de 4 para 242 �rvores classificadas de interesse p�blico. O nosso pedido feito em Janeiro de 2004 foi aceite e veio finalmente no Di�rio da Republica a lista (e o mapa da sua localiza��o) das novas �rvores classificadas. Assim os metros�deros da Foz, as palmeiras e arauc�rias do Passeio Alegre, as magn�lias de S. L�zaro, a ginkgo das Virtudes, o Jacarand� do Viriato,a arauc�ria e os pl�tanos da Cordoaria est�o classificados e desramar, podar, cortar, estragar estas �rvores � (em princ�pio) mais dif�cil e a lei poder� punir! Estamos content�ssimos. Contentes que nem cucos ... em cima des �rvores. (Manuela D.L Ramos dos Dias com �rvores) * Parab�ns! N�o estraguem as �rvores com tanta festa...
09:16
(JPP)
A lucidez perigosa Estou sentindo uma clareza t�o grande que me anula como pessoa atual e comum: � uma lucidez vazia, como explicar? Assim como um c�lculo matem�tico perfeito do qual, no entanto, n�o se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e n�o me alcan�o. Al�m do que: que fa�o dessa lucidez? Sei tamb�m que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano � j� me aconteceu antes. Pois sei que � em termos de nossa di�ria e permanente acomoda��o resignada � irrealidade � essa clareza de realidade � um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela n�o me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos poss�veis. Eu consisto, eu consisto, am�m. (Clarice Lispector ) * Bom dia! 30.1.05
23:49
(JPP)
1. O que se passou nos �ltimos dois dias na campanha eleitoral do PSD por responsabilidade directa de Santana Lopes, as afirma��es baixas nos com�cios, o cartaz sub-rept�cio cheio de insinua��es sobre quem � que os portugueses conhecem ou desconhecem, um mundo de insinua��es morais transformado em campanha eleitoral, levantam a suspei��o sobre se n�o haver� uma campanha organizada de boatos que sirva de pano de fundo a esta guinada de campanha negativa t�o pouco habitual em Portugal. 2. � tudo demasiado grave e est� a atingir um n�vel de insuportabilidade que todos, a come�ar pela gente s�ria e honesta do PSD, sentem indigna��o. Entre ontem e hoje muitas mensagens que recebi t�m esse tom de revolta: �ponto de satura��o�, diz-se numa delas. �Creio que se chegou ao ponto de satura��o acerca do 1� ministro portugu�s em exerc�cio (!!!). Acabou-se. N�o vou perder nem mais um minuto a debru�ar-me sobre o que ele disse e o que fez e por onde andou. Os limites foram j� ultrapassados por mais de uma vez.� (E.P.) �Sou militante do PSD h� 30 anos (�) , resolvi dar um grito de revolta. Basta. � (O. M.) E h� muitas mais e mais duras. 3. Muitos eleitores simpatizantes do PSD e muitos militantes, a quem n�o passa pela cabe�a votar PS, dizem que se v�o abster ou votar em branco. Nunca se conheceu uma situa��o destas no partido e no seu eleitorado. 4. H� pelo menos uma coisa positiva que se pode fazer: ter as cotas em dia. Vai ser preciso. 5. Voltaremos aqui. PS. - H� alguma controv�rsia sobre se s�o "cotas em dia" ou "quotas em dia". As duas palavras s�o usadas e uma consulta ao dicion�rio revela que ambas t�m sentido id�ntico. Salvo melhor opini�o, fica para j� "cotas" cujo uso � mais corrente. * Relativamente ao uso dos termos "cota" e "quota", gostaria de lhe dizer o seguinte:(S�rgio de Almeida Correia) Actualiza��o: n�o � habitual no Abrupto fazer pesar o espa�o do ecr� com muita correspond�ncia de car�cter exclusivamente pol�tico. Neste caso abre-se um excep��o para se perceber melhor como as coisas se est�o a passar. Embora as cartas (uma pequena amostra) sejam publicadas com iniciais, todas s�o de leitores identificados. * Entre a minha casa e dos meus Pais somos quatro eleitores simpatizantes do PSD, dos quais dois n�o falham uma elei��o vai para trinta anos, sendo que os outros t�m sido mais intermitentes. Desta vez por obra e gra�a de PSL podem desde j� contar com uma absten��o e tr�s votos brancos. Por c� � aceite que o PSD pelos seus princ�pios e bases program�ticas vale muito, mas n�o � indissoci�vel do que algu�m a cada momento quer fazer dele. (JCB) * Pelo pouco que valha, sou o militante (...) do PSD mas nestas elei��es, com grande desgosto e ang�stia, n�o sou capaz de votar no meu partido.(RP) * O que pretendem as pessoas do PSD que, por terem chegado a um ponto de satura��o, como dizem, se v�o abster? Logicamente o PS no governo com maioria absoluta. Pensar�o essas pessoas que Jos� S�crates � melhor e vai governar bem? Governar bem � tomar as medidas dif�ceis mas necess�rias que o Pa�s precisa a longo prazo. Ser� a mem�ria das pessoas t�o curta que j� esqueceram o que foi o Guterrismo? Facilitismo e governa��o � vista (por sondagens) a curt�ssimo prazo, medo (p�nico) de qualquer manifesta��o e ced�ncias constantes a todos os grupos organizados. Distribui��o de milh�es a rodos para calar qualquer cr�tica, jobs for the boys, e, no final, uma sa�da em passo acelerado pela porta das traseiras que a crise vem a�, e quem vier atr�s que feche a porta. E agora querem mais do mesmo? Como diz MRS, S�crates � Guterrismo de segunda. N�o h� ponto de satura��o nem nada que justifique a absten��o. Se h� gente capaz dentro do PSD, ent�o o que � preciso � que essas pessoas cheguem � governa��o. O 1� ministro at� pode ser ignorado.Quem tem influ�ncia no partido que se chegue � frente.(JAL) * Como muitos outros militantes do PSD e que sempre votaram no Partido, mesmo quando as d�vidas eram muitas, caso das �ltimas elei��es para a CM de Lisboa, o meu voto ser� em branco, pela primeira vez. Apesar das vozes discordantes que me dizem que ser� dar a vit�ria a um PS que neste momento �, parafraseando Sir W.S. Churchill, um enigma envolto num mist�rio, (como vai cumprir?! o que prometeu?), n�o me � poss�vel votar na proposta do PSD. Ali�s, em caso de reincid�ncia, do presidente eleito, para a CML (vai ver), o meu voto ser� no mesmo sentido.(JJN) * Ao ler o seu blog, senti a necessidade de refor�ar a ideia e de lhe confessar o seguinte (e � a primeira vez que conto isto a algu�m): tenho 34 anos, nunca me abstive em nenhuma elei��o e sempre votei PSD - apesar de n�o ser militante.(JMF) * Tenho seguido com muita aten��o as suas notas sobre a "Crise de Representa��o", pelo simples motivo de me parecem mais representativas do estado de alma de muitos de n�s, do que a simples condi��o miser�vel a que cheg�mos, de termos que escolher entre o Dr. Santana Lopes e algu�m que tem tanto de Guterrismo de segunda como de Santanismo recauchutado. (HJBA ( militante n.�...)) * Aparentemente muitos, e o pr�prio JPP, t�m vindo crescentemente a defender � no m�nimo, a divulgar � a ideia que, de t�o mau que � Pedro Santana Lopes, tudo lhe � prefer�vel. Quando digo tudo, digo uma maioria absoluta do PS, uma maioria relativa do PS ou, no limite, uma coliga��o maiorit�ria da esquerda (tradicional). (JM) * Para onde vamos como pa�s? Cheguei a um ponto que n�o sei o que fazer. As alternativas n�o s�o nada atraentes. Votei sempre no PSD (tenho 42 anos) mas desta vez n�o posso, porque n�o aguento tanta inabilidade, tanta incompet�ncia e tanta demagogia. N�o suporto pessoas que se estejam sempre a culpar os outros de tudo de mal que acontece e em permanente vitimiza��o. Mas ent�o que fazer? Votar no PS? N�o, nunca, ainda tenho mem�ria e lembro-me bem do "pantano". Nos partidos mais � esquerda? Nem pensar, o que ou�o faz-me crer que seria desastroso se algum deles tivesse acesso ao poder atrav�s de uma eventual coliga��o. No PP? N�o, a sua inflexibilidade em rela��o ao aborto seria suficiente, mas o pior � que o Sr. Paulo Portas j� mostrou que pode quebrar o acordo com o PSD o que mostra que � capaz de tudo e tem um profundo apego ao poder, que nem sequer nos deve deixar admirados pois j� sabiamos. Estando a absten��o fora de quest�o, por me sentir moralmente compelido a votar sempre, a alternativa � o voto em branco. Mas assim, ser� sempre mais um prego para o caix�o onde o PSD est� metido, pois a sua derrota � certa, s� n�o sabemos a dimens�o da mesma. Como chegamos at� aqui? Somos um povo assim t�o mau que dele n�o consegue emergir uma alternativa credivel para governar o pa�s?(RBM) * Sou mais um simpatizante do PSD que n�o se sente representado. Desde que voto, h� 12 anos, intercalo votos em branco com votos no PSD. N�o sou militante, mas sempre me identifiquei desde que me conhe�o com o Partido Social Democrata. Cresci a admirar Cavaco Silva, hesitei com a lideran�a de Fernando Nogueira, fui solid�rio com Marcelo Rebelo de Sousa, apoei Dur�o Barroso e desprezo Santana Lopes.(SMP)
23:44
(JPP)
dos que s�o democratas com a corajosa participa��o eleitoral no Iraque contra a morte e o terror.
13:44
(JPP)
![]() Um bom exemplo do amor pelos livros: a colec��o de postais com fotografias da Biblioteca P�blica de Braga. Imagens de livros, imagens da biblioteca, imagens de estantes, de Ana Carneiro.
09:44
(JPP)
Vive Vive, dizes, no presente, Vive s� no presente. Mas eu n�o quero o presente, quero a realidade; Quero as cousas que existem, n�o o tempo que as mede. O que � o presente? � uma cousa relativa ao passado e ao futuro. � uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem. Eu quero s� a realidade, as cousas sem presente. N�o quero incluir o tempo no meu esquema. N�o quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas. N�o quero separ�-las de si-pr�prias, tratando-as por presentes. Eu nem por reais as devia tratar. Eu n�o as devia tratar por nada. Eu devia v�-las, apenas v�-las; V�-las at� n�o poder pensar nelas, V�-las sem tempo, nem espa�o, Ver podendo dispensar tudo menos o que se v�. � esta a ci�ncia de ver, que n�o � nenhuma. (Alberto Caeiro) * Bom dia! 28.1.05
13:19
(JPP)
![]() - O que � aquela bolinha, m�e? - Um planeta, uma lua, uma lua de Saturno. - Porque � que Saturno � t�o grande? - Para comer a bolinha. - E ela n�o tem medo? - N�o, porque ainda falta muito tempo. - No Capuchinho Vermelho era mais r�pido. - Mas isso � uma hist�ria. Aqui � verdadeiro, daqui a muito tempo a bolinha cair� na boca de Saturno. - E n�o aparecem os ca�adores a salvar a bolinha? - N�o. A gravidade manda nos ca�adores. A vida � dif�cil. O lobo � mesmo mau.
13:03
(JPP)
Para mim a palavra alem� mais bonita � "fernweh", que significa literalmente "dor [weh; no sentido de falta/aus�ncia de algo] da dist�ncia [fern]", isto �, desejo premente de partir para longe, ou nostalgia em rela��o a um lugar distante. � uma prima da "saudade" portuguesa. (Jaime Monteiro) Nota: para mim, em alem�o, � "Heimatlos", uma explica��o fica para depois.
10:33
(JPP)
1. Em quem � que eu voto? � a pergunta que mais me fazem. � a pergunta que mais me fa�o. 2. J� tive mais certezas do que as que tenho hoje. H� quem pense que � muito simples: critica Santana Lopes, n�o pode votar no PSD. (De passagem, a mesma cr�tica n�o � feita aos "renovadores" que dizem ir votar no PCP, ou aos socialistas que disseram cobras e lagartos de S�crates e v�o votar PS, ou aos bloquistas que v�o votar PS. A economia da coer�ncia como arma de critica ad hominem � sempre para os outros...) Mas eu estou em oposi��o a Santana Lopes e n�o ao PSD, cujo papel na democracia portuguesa continuo a considerar vital. Seria mau para Portugal que Santana Lopes voltasse a ser Primeiro-ministro, mas seria p�ssimo que o PSD perdesse o seu papel �nico no sistema pol�tico portugu�s. Continuo a pensar que, ap�s a ultrapassagem deste epifen�meno, que n�o ser� f�cil nem pac�fica, o PSD pode reencontrar o seu papel de �nico partido por onde passam (e passaram) todas as reformas que Portugal precisa. O futuro do PSD diz-me respeito como seu militante e n�o conto alhear-me dele e por isso uma fina linha de navalha de decis�o me pesa. N�o se pode ficar de bem com todos. Acontece. 3. Se S�crates chegar ao poder - como um infeliz cartaz da JSD e m�ltiplas declara��es de Santana Lopes e Miguel Relvas todos os dias nos dizem que vai acontecer - ser� o retorno ao adiamento med�ocre e dourado. Todos sabem o que penso do guterrismo, n�o vale a pena repeti-lo. Mas conv�m ficar claro que se S�crates chegar ao poder, o primeiro respons�vel � Santana Lopes. N�o � �nico, Dur�o Barroso e os unanimistas do PSD que batem palmas a tudo para reservar o seu pequeno lugar, tamb�m t�m responsabilidades. Mas nunca ningu�m enterrou o PSD numa crise de credibilidade t�o grande como Santana Lopes, nunca ningu�m dividiu o partido t�o esterilmente como Santana Lopes. Houve quem dissesse h� muito tempo que ia ser assim, desde o tempo da Cadeira do Poder. 4. H� tamb�m responsabilidade nos poucos que podiam pelo menos ter tentado fazer-lhe frente, h� cinco meses e agora. A tese que, para derrubar Santana Lopes, � preciso que ele perca as elei��es, pode ser boa para os candidatos � sua sucess�o, mas � p�ssima para o partido e m� para o pa�s. Fique no entanto a saber-se que muito foi tentado, felizmente sem vir para as p�ginas dos jornais, para que tal acontecesse. Houve muita gente que n�o ficou sentada e que tentou. Falhou, mas tamb�m n�o � verdade que muitos militantes, entre os quais me incluo, n�o tenham tentado persuadir, convencer, sem sucesso. 5. A favor dos que n�o avan�aram antes, mas o v�o fazer a 20 de Fevereiro, h� que ter consci�ncia das dificuldades, dos tempos demasiado curtos, dos momentos desfavor�veis, da acelera��o com que tudo ocorreu, e da degrada��o de muitas estruturas do partido que, desde que n�o lhes mexam nos lugares dos seus dirigentes, aceitam tudo e perdem o sentido do interesse nacional. Neste ciclo de pressa, Dur�o Barroso tem muitas responsabilidades, porque podia ter sugerido uma sucess�o pelo governo, dando tempo ao partido para encontrar uma solu��o sem ser sob press�o e encomenda. 6. Dito isto, fique bem claro que o PS n�o � alternativo aos males do PSD. Isto est� de tal modo rasteiro que conv�m tamb�m diz�-lo explicitamente. Lembro a alguns meninos sem mem�ria que quando eles andavam em hot�is a fazer acordos com o engenheiro, ou quando no PSD muitos se acomodavam � inevitabilidade do estado de gra�a permanente de Guterres e actuavam como se estivessem em bloco central para os empregos, eu fui sempre um duro cr�tico do guterrismo muitas vezes solit�rio. Quem criticou a divis�o entre PS e PSD dos lugares nos conselhos de administra��o de algumas importantes empresas, quem criticou a venda da Lusomundo � PT, quem criticou as re-nacionaliza��es por via das golden shares, quem criticou a passagem dos or�amentos do PS? N�o foram alguns dos patriotas da camisola dos dias de hoje. 7. Discordo por isso em absoluto da posi��o de Freitas do Amaral no plano pol�tico. Insisto: no plano pol�tico, porque quanto ao plano moral, os disc�pulos do dr. Portas s�o os �ltimos que t�m autoridade para o criticar, dado que a sua casa � o melhor exemplo do oportunismo em estado puro, com a agravante de ser exibido com arrog�ncia e hipocrisia. Freitas do Amaral tomou uma posi��o de consci�ncia, pouco f�cil para quem foi o que foi e � o que �. Merece respeito por isso e discord�ncia pol�tica. 8. Voltaremos aqui. 27.1.05
13:23
(JPP)
O rock progressivo, arte musical que os anos 70 solidificaram, cont�m in�meras bandas, cujos nomes ficam na hist�ria como misto de humor e ironia. Ficam aqui alguns: Banco del Mutuo Soccorso (It�lia), Consorzio Acqua Potabile (It�lia), Debile Menthol (Su��a), Ego on the Rocks (Alemanha), Sleepytime Gorilla Museum (USA), Recordando o Vale das Ma�as (Brasil), Moving Gelatine Plates (Fran�a), La Confrerie des Fous (Fran�a). No nosso rect�ngulo, l� para as bandas da Guarda, apareceu na d�cada de oitenta, um corajoso grupo de amigalha�os que das malhas liceais de um rock de garagem, engendraram a banda que mais tarde daria origem aos "Gabardine 12", combo de culto e ber�o do actual multifacetado instrumentista Albrecht Loops, um dos mais importantes nomes da musica experimental deste pa�s. Nesses long�nquos anos oitenta, em paralelo com projectos n�o menos interessantes ("Dif Juz" e "Mist�rio das Colunas Perdidas"), existiam assim os "S�rgio and those". Ah, toda a piada da situa��o, era o nome original da banda: "Sergio and those who killed the father because the king tell them to do that Band". Um mimo. E que dizer do �lbum de 1984 dos Siniestro Total, a m�tica banda de Vigo: "Menos mal que nos queda Portugal". Na altura definiam-se como "punk rock gallego contra el aburrimiento general". Hoje, ainda a� est�o. Sinal que ainda h� muito cinzentismo por a�. (Jos� "Von" Barata)
13:18
(JPP)
Comemoram-se agora os vinte anos de um grupo iconoclasta, inconsequente e cada vez mais a ro�ar a irrelev�ncia. Mas, na altura em que surgiram, os ENA P� 2000 foram uma pedrada no charco da seriedade com que a Lisboa �culta� encarava o acto criativo. Talvez porque os elementos do grupo tenham surgido no �mago da elite juvenil, cultivada e cosmopolita da �poca. Para quem n�o saiba, o Manuel Jo�o Vieira (filho do excelente Jo�o Vieira, pintor) n�o � apenas aquele boneco pat�tico e provocat�rio. � um rapaz erudito, e um pintor bastante talentoso. Escolheu um caminho que o levou a muitas p�rolas, entre as quais outro grande nome, desta vez de uma can��o: �Sexo na Banheira � Bom�. (Manuel Margarido)
13:13
(JPP)
A minha sugest�o para "Grandes Nomes" � "Das Schoenste Deutsche Wort" ("A Palavra Alema Mais Bonita"), um concurso decorrido no ano passado para a encontrar. A vencedora foi "Habseligkeiten" (dif�cil de traduzir, qualquer coisa como "pertences"). Gosto particularmente da quarta classificada, "Augenblick" ("piscar de olhos"), por ser um instante mais longa do que aquilo que significa. Mais sobre o tema aqui (infeliz, mas tambem obviamente, s� em alem�o). Acho que nenhum povo gosta tanto da sua lingua como os alem�es, e tem boas raz�es para isso. Por outro lado, existe Mark Twain com a sua "The Awful German Language" (outro grande nome). (Pedro Queiroz)
13:07
(JPP)
"Quem n�o sabe comer, at� os dentes incomodam�" Uma variante de "Quem n�o sabe dan�ar diz que a sala est� torta", enviada por Jo�o Reis. * "Ir buscar l� e sair tosqueado." "A prop�sito da nefandice de Lou��". diz Oct�vio Gameiro.
11:08
(JPP)
As Margens de Erro por causa das margens do erro. E a Natureza do Mal por causa da natureza do mal. Por causa de The End of The Blog , A verdadeira morte do marxismo leninismo e os Muralistas.
10:51
(JPP)
![]() Envelhecer em Marte: as cores j� n�o brilham. P�. Pelo p�. Com o p�. Para o p�. 26.1.05
06:47
(JPP)
A tempo A tempo entrei no tempo, Sem tempo dele sairei: Homem moderno. Antigo serei. Evito o inferno Contra tempo, eterno � paz que visei. Com mais tempo Terei tempo: No fim dos tempos serei Como quem se salva a tempo. E, entre tempo, durei. (Vitorino Nem�sio) * Bom dia! 25.1.05
16:12
(JPP)
A nota Maturidade de Pedro Oliveira no Barnab�, para perceber que os caminhos da crise de representa��o chegam a todo o lado. Actualizado: a ler os coment�rios e o tom intolerante e violento da maioria das cr�ticas a Pedro de Oliveira. De qualquer modo, um dos raros debates ocorridos at� agora na campanha eleitoral, o que tem m�rito.
13:19
(JPP)
De lana caprina contendere. "Discutir a l� das cabras". Os antigos tinham muitas variantes: sobre a lana caprina (De lana caprina rixare , De lana caprina digladiari, Rixatur de lana saepe caprina), sobre os p�los (De pilis lutove disceptare), e sobre o fumo (De fumo disceptare). As minhas preferidas t�m a ver com "Discutir sobre a sombra de um burro", um aforismo de Erasmo (De asini umbra disputare e variantes, De asini umbra disceptare, De asini prospectu incusatio est, De umbra aselli verba sunt).
09:41
(JPP)
Os ombros suportam o mundo Chega um tempo em que n�o se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depura��o. Tempo em que n�o se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou in�til. E os olhos n�o choram. E as m�os tecem apenas o rude trabalho. E o cora��o est� seco. Em v�o mulheres batem � porta, n�o abrir�s. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. �s todo certeza, j� n�o sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos. Pouco importa venha a velhice, que � a velhice? Teus ombros suportam o mundo e ele n�o pesa mais que a m�o de uma crian�a. As guerras, as fomes, as discuss�es dentro dos edif�cios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando b�rbaro o espet�culo prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que n�o adianta morrer. Chegou um tempo que a vida � uma ordem. A vida apenas, sem mistifica��o. (Carlos Drummond de Andrade) * Bom dia! 24.1.05
17:02
(JPP)
(citado no original em OS NOVOS DESCOBRIMENTOS: TEM�VEL GEOMETRIA) O tigre Tigre, tigre, chama pura Nas florestas, noite escura, Que olho ou m�o imortal cria Tua terr�vel simetria? De que abismo ou c�u distante Vem tal fogo coruscante? Que asas ousa nesse jogo? E que m�o se atreve ao fogo? Que ombro & arte te armar�o Fibra a fibra o cora��o? E ao bater ele no que �s, Que m�o terr�vel? Que p�s? E que martelo? Que torno? E o teu c�rebro em que forno? Que bigorna? Que tenaz Pr� terror mortal que traz? Quando os astros lan�am dardos E seu choro os c�us p�e pardos, Vendo a obra ele sorri? Fez o anho e fez-te a ti? Tigre, tigre, chama pura Nas florestas, noite escura, Que olho ou m�o imortal cria Tua terr�vel simetria? (W. Blake)
15:47
(JPP)
� uma obra de m�sica de c�mara de Hans Eisler que data de 1941 e seu curioso t�tulo deriva do facto de ter sido escrita como m�sica de acompanhamento para o document�rio �Chuva�, realizado pelo documentarista holand�s Joris Ivens... em 1929! Eisler foi contratado para escrever esta obra no �mbito de um projecto da Funda��o Rockefeller, o que n�o deixa de ser curioso se pensarmos que Eisler era comunista e que compusera, em 1937, um Requiem para Lenine. (Jos� Carlos Santos)
13:38
(JPP)
Ubi dubium, ibi libertas. "Onde existe a d�vida, a� existe a liberdade."
13:00
(JPP)
Publicada no Portal do Astr�nomo a nota Todo o Mundo num S�. Actualizados os ESTUDOS SOBRE O COMUNISMO nas bibliografias de 2004 e 2005.
11:26
(JPP)
"Quem foi ao mar, perdeu o lugar." "Quem foi � feira, perdeu a cadeira." "Quem foi ao vento, perdeu o assento."
11:23
(JPP)
Ubi discrimen inter malos bonosque sublatum est, confusio sequitur et vitiorum eruptio. (S�neca). "Quando se remove a distin��o entre os maus e os bons, segue-se uma confus�o e uma erup��o dos v�cios."
11:22
(JPP)
T�tulo de um livro de ensaios e textos de Eug�nio Lisboa.
09:24
(JPP)
Mores cuique sui fingunt fortunam. (Corn�lio Nepos). "� o car�cter que faz o destino de cada um."
08:36
(JPP)
Entre duas mem�rias; j� separadas como estratos, mas recordando-se uma � outra; subimos pelo frio: paredes altas de �gua a condensar-se no ar ainda azul;com a transpar�ncia sem som a suaviz�-lo; perguntamos indecisamente: neve mais sil�ncio igual ao fim do azul? ou a f�rmula do esquecimento; onde passam gelos vagarosos; deduz-se doutro modo? seja como for, nenhuma sombra nos prolonga por este ch�o de vidro; e o ar boreal reflecte-nos os olhos, t�o limpos,que os extingue. (Carlos de Oliveira) * "Frio. Frio. Frio. Anunciam frio. Neve. Tempestades. Chegou o teu Tempo." Bom dia! 23.1.05
22:06
(JPP)
Na parte inicial da entrevista na Dois, Mar�al Grilo descreveu com grande exactid�o a situa��o actual do sistema partid�rio. Chamou a aten��o para a semelhan�a dos crit�rios de recrutamento, promo��o e escolha das pessoas nas estruturas interm�dias do PS e PSD, e o modo como os partidos foram "tomados por dentro" por "interesses interm�dios", de que o imobili�rio � exemplo. A ascens�o nos aparelhos partid�rios dos autarcas e de todo um mundo de pessoas deles dependentes, nas verea��es, nas empresas municipalizadas, nos empregos municipais, ocupou e estiolou todo o espa�o pol�tico das sec��es dos partidos e dos �rg�os locais e regionais. Estas vivem � volta dos empregos e dos favores com origem no poder local. Tudo isto � de uma grande exactid�o - inclusive a �nfase de Mar�al Grilo de que se trata de "interesses interm�dios" e n�o dos "grandes interesses" como muitas vezes erradamente se mistura. Estes actuam mais ao n�vel do topo dos partidos e nos sectores n�o escrutinados dos governos, como os assessores, consultores, etc., exercendo o seu poder mais na base da press�o, da negocia��o e da troca de favores, do que na corrup��o.
21:39
(JPP)
Os dirigentes pol�ticos sabem, no meio dum discurso num jantar ou com�cio, quando entram em directo na televis�o, o mais ansiado momento. Quase que se pode dizer que tudo o resto � apenas cen�rio para esses minutos televisivos. Por isso o que escolhem � significativo, porque falam sem media��o jornal�stica. Um faz promessas demag�gicas, o outro politiquice para atacar algu�m. � sempre politiquice para atacar algu�m, que � o que ele faz com mais efic�cia. �, n�o h� volta a dar, cada um � o que �. Como se a vida fosse um eterno com�cio.
21:35
(JPP)
Saepe ignoscendo, des iniuriae locum. (Publilius Syrus) "Desculpando com frequ�ncia, dar�s lugar � injusti�a."
14:04
(JPP)
- Dizem em voz alta, n�o muito alta: que porcaria, que nojo de sociedade, e em voz baixa, baix�ssima: ora, o que � preciso � �triunfar�. Esta consci�ncia el�stica lembra o chewing-gum e pega-se fatalmente � esquerda e � direita. Por mais dez r�is de propaganda ou al contado (tamb�m faz jeito). Por ninharias. E no entanto a dignidade cultiva-se como a beterraba ou as ab�boras. Semeando-a, adubando-a, colhendo-a na altura pr�pria. Muito r�stico? Est� bem, arranja-se outra coisa. Citadina. A dignidade, desenvolve-a uma gin�stica vigilante e di�ria, que requer apenas paci�ncia, aten��o, vontade. Com uns anos de exerc�cio torna-se instintiva, uma esp�cie de segunda natureza. Pouco male�vel (rent�vel) na pr�tica social mas esse defeito compensa-o largamente a tranquilidade interior (moral) que permite o crescimento livre de certa intranquilidade (imaginativa, criadora), ponto de partida para toda a obra liter�ria alguns furos acima das �necessidades do mercado�. O que sucede nos casos vulgares � a falta da primeira liquidar a outra ou impedi-la dum completo desenvolvimento. E n�o me venham com o exemplo de alguns g�nios i(ou a)morais, porque posso arranjar logo uma d�zia de outros g�nios para contrapor a esses e, sobretudo, porque disse: nos casos vulgares. (Carlos de Oliveira)
13:53
(JPP)
![]() (Foto dos Cliffs of Moer enviada por Mariana Magalh�es.)
13:47
(JPP)
...em Cambridge� Conheci muito bem e convivi muito com um religioso, Prof. Universit�rio, que era, e tinha sido ent�o, o maior especialista em Dante. Quando o conheci tinha ele 73 anos. Viv�ssimo, inteligent�ssimo. (Todo ele era uma pessoa peculiar, exc�ntrica e quase bizarra que se passeava pela sua comunidade, com camisolas rotas, despenteado, dedos amarelos de cigarros inenarr�veis que fumava e com uma gata ao colo, olhando para todo o lado com um ar semi-espantado). Com ele mantive uma rela��o muito interessante e com ele aprendi muito e foi uma das pessoas que mais me marcou ao longo da vida, e uma das coisas mais interessantes que ele me ensinou � que nada � um adquirido, nem mesmo a f�. Ele, que era religioso, padre e �scholar�, todos os dias tinha que refazer o seu percurso da f�: da palavra � revela��o, da reden��o � ressurrei��o, n�o se dava tr�guas a si pr�prio; tinha que �entender�, tinha que, todos os dias se abrir de novo a Deus com trabalho e esfor�o. Era esse o pre�o que pagava pela intelig�ncia que tinha: o nunca ter certezas, nem sequer que Deus existia e que Cristo era seu filho. O seu trabalho era aprofundar a f� e o estudo, quer de Dante e poesia, quer da teologia (era tamb�m estudioso de S. Tom�s de Aquino), era mais um meio de, atrav�s dos homens, e da arte, chegar a Deus. Mas parece que nunca chegava�Tem muita obra publicada nas diferentes �reas que � reconhecida em todo o mundo (Vasco Gra�a e Moura refere-se v�rias vezes a ele, nas suas tradu��es quer de Dante quer de Petrarca). Um dia apanhou uma pneumonia e tivemos que o levar ao hospital. Estava mal e os m�dicos alertaram-no para o facto de que, muito provavelmente e devido ao seu estado geral d�bil, poderia morrer. Ele percebia que era assim, mas o seu lado rebelde, que gostava de viver e que mordia a vida com uma f�ria pouco comum e que lhe valeu ao longo de toda a sua vida alguns apuros, revoltava-se, e passou verdadeiros momentos de p�nico e de medo perante a morte. As vezes que o vi no hospital, notei-lhe o p�nico, o medo no olhar, a �nsia de mais um sopro que lhe levasse oxig�nio aos pulm�es, o medo de falar de mais e come�ar a tossir, o corpo velho, magro e t�o fr�gil. Tentava parecer em controlo da situa��o, racional. Pediu para lhe lermos uns poemas de Gerard Manley Hopkins, agarrou a minha m�o, pediu oxig�nio, tossiu, sempre irrequieto, sempre revoltado, sempre apavorado, sem saber como seria a morte e se Deus estaria do outro lado a acolh�-lo. Estava muito s�. Um frade n�o tem fam�lia. Tem os membros da comunidade que rezam por ele, mas n�o tem fam�lia. Daquela que sofre com ele, que o acompanha e que morre um pouco com a sua morte. Custou-me muito deix�-lo ao fim da tarde, n�o recebeu mais visitas. Nessa madrugada morreu. S�. (J.)
09:25
(JPP)
As notas no Bloguitica COLOCA��O E CONDI��ES e no avatares de um desejo Ethos pol�tico .
09:23
(JPP)
Pe�a para piano de Debussy de 1894, mas que s� foi publicada postumamente. (Sugest�o de Jos� Carlos Santos)
09:08
(JPP)
Uma pequenina luz Uma pequenina luz bruxuleante n�o na dist�ncia brilhando no extremo da estrada aqui no meio de n�s e a multid�o em volta une toute petite lumi�re just a little light una picolla... em todas as l�nguas do mundo uma pequena luz bruxuleante brilhando incerta mas brilhando aqui no meio de n�s entre o bafo quente da multid�o a ventania dos cerros e a brisa dos mares e o sopro azedo dos que a n�o v�em s� a adivinham e raivosamente assopram. Uma pequena luz que vacila exacta que bruxuleia firme que n�o ilumina apenas brilha. Chamaram-lhe voz ouviram-na e � muda. Muda como a exactid�o como a firmeza como a justi�a. Brilhando indeflect�vel. Silenciosa n�o crepita n�o consome n�o custa dinheiro. N�o � ela que custa dinheiro. N�o aquece tamb�m os que de frio se juntam. N�o ilumina tamb�m os rostos que se curvam. Apenas brilha bruxuleia ondeia indefect�vel pr�xima dourada. Tudo � incerto ou falso ou violento: brilha. Tudo � terror vaidade orgulho teimosia: brilha. Tudo � pensamento realidade sensa��o saber: brilha. Tudo � treva ou claridade contra a mesma treva: brilha. Desde sempre ou desde nunca para sempre ou n�o: brilha. Uma pequenina luz bruxuleante e muda como a exactid�o como a firmeza como a justi�a. Apenas como elas. Mas brilha. N�o na dist�ncia. Aqui no meio de n�s. Brilha (Jorge de Sena) * Bom dia! 22.1.05
20:46
(JPP)
Vi alguns textos no vosso blog, e tamb�m em outros, e gostaria de tecer alguns coment�rios. Se acharem �til poder�o divulgar esta informa��o.
13:20
(JPP)
![]() Um dos �ltimos n�meros da Revista Portuguesa de Filosofia � dedicado a Bernardo de Claraval, Bernard de Clairvaux, S. Bernardo, o monge Bernardo, como queiram. (No Abrupto h� l� para tr�s, noutro tempo, uma s�rie de coment�rios ao De Gradibus Humilitates et Superbiae, do nosso austero monge.) Um artigo muito interessante sobre Bernardo, Abelardo, Helo�sa e o amor, e outro sobre a distin��o entre Sapientia Dei e Scientia Mundi. O modo como Bernardo fala da Scientia Mundi, lembra-nos que os maus tamb�m sabem, sabem muito, mas � um "conhecimento que conduz � vaidade (...) o conhecimento daqueles que s�o moralmente maus".
11:35
(JPP)
�Algu�m esqueceu-se de ligar o instrumento�. Pura e simplesmente. �Algu�m esqueceu-se de programar o comando para ligar o instrumento�. Para o professor David Atkinson, que passou dezoito anos a preparar um aparelho para medir os ventos em Tit�, este falhan�o � um momento de grande tristeza. Tudo correu bem, tudo correu melhor que bem. Menos isto. Dezoito anos, quase uma vida. Falha humana.
10:56
(JPP)
est� a crescer hoje. Nome dado pelos nativos norte-americanos � Lua cheia de 25 de Janeiro. Os lobos estavam � solta no Inverno.
10:42
(JPP)
Nos anos 60, uma senhora de rara beleza progredia na sociedade lisboeta e aumentava a sua conta banc�ria, utilizando o seguinte m�todo: arranjava marido rico, tra�a-o, recebia uma razo�vel pens�o ou dote, em troca de se afastar do cornudo, pondo fim ao esc�ndalo, e passava ao seguinte esposo endinheirado. Era conhecida por Chifre d'Affaires. (ACS)
10:33
(JPP)
E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os bra�os que apertamos nunca mais s�o os mesmos E por vezes encontramos de n�s em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos s� o sarro das noites n�o dos meses l� no fundo dos copos encontramos E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se envolam tantos anos. (David Mour�o-Ferreira) * Bom dia!
02:19
(JPP)
![]() ![]() Dois livros de Rosalia de Castro e um Amor y Corte. La materia sentimental en las cuestiones poeticas del siglo XV de Antpnio Chas Agui�n. 21.1.05
21:14
(JPP)
N�o constitui para mim surpresa o reaccionarismo do Bloco de Esquerda. �-o muito mais do que se pensa, ocultado pelo folclore das �causas fracturantes� e por uma imprensa que o descrimina positivamente. A frase de Lou�a contra Portas, que tive ocasi�o de ouvir numa s�ntese televisiva (de um debate que n�o vi), " O Senhor n�o pode falar do direito � vida porque nunca gerou vida. N�o sabe o que � gerar vida. Eu tenho uma filha. Eu sei o que � um sorriso de uma crian�a." � um perfeito exemplo do que daria um pequeno esc�ndalo, fosse o seu autor outro que n�o Lou�a. * A primeira frase pressup�e que o conceito decorre da experi�ncia, o que � uma falsa permissa. A segunda frase cont�m um "argumentum ad hominem", que constitui uma fal�cia argumentativa. E a terceira e a quarta frases abrigam um "argumentum ad populum", que constitui tamb�m uma fal�cia argumentativa. Em suma, Fran�isco Lou��, numa frase, conseguiu n�o transmitir nada.(Miguel Moura Santos) * De facto, o Sr. Portas, transmite uma imagem de superioridade de valores, de perfei��o e compet�ncia, como se de um enviado divino se tratasse. Claro que no calor do debate e quando o Sr. Portas liga a "cassete" do costume, em que fala da "vida" como se fosse o detentor de toda a sabedoria e "a direita" refer�ncia na defesa dessa mesma vida, o argumento do Sr. Lou�� faz todo o sentido.(Al�rio Jos� Camposana) * O leitor Miguel Moura Santos, em an�lise restrita ao conte�do manifesto das palavras do l�der do Bloco de Esquerda escreve que "(...) Fran�isco Lou��, numa frase, conseguiu n�o transmitir nada". Eu acho que raras vezes ele transmitiu tanto. As pessoas irritam-se e perdem as camadas que as definem como personagens quanto mais se confrontam com elas pr�prias. Lou�� n�o resistiu � 'proximidade' de Portas.(Paulo Azevedo) * Lou�� considerou (porque considerou mesmo - o argumento do "contexto", invocado pelos seus colegas de partido � uma fal�cia - honre-se Lu�s Janu�rio, de Coimbra) que PP n�o poderia ter falado de "aborto" por n�o ter "gerado vida" e "n�o saber o que � o sorriso de uma crian�a". Ainda que dissesse (entre muitas aspas) que "n�o podia falar de aborto porque nunca tinha feito um", entender-se-ia, na l�gica de um debate televisivo e com o argumento, t�o estafado como errado, de que s� as mulheres devem falar de um assunto que hipoteticamente s� lhes diz respeito.(M�rio Cordeiro, Professor de Pediatria e de Sa�de P�blica)
17:30
(JPP)
�Apan�gio do c�njuge sobrevivo�, direito dos vi�vos a serem alimentados pelos rendimentos dos bens deixados pelo falecido. Artigo 2018� do C�digo Civil. (Sugest�o de RM) O Direito das sucess�es � pr�digo em express�es/nomes bizarros: Cautela sociniana, fideicomisso, substitui��o pupilar e quase pupilar e por ai fora. Ali�s, o C�digo Civil � cheio de encantos, de entre os quais destaco os artigos 1321� e 1322� sobre animais ferozes fugidos e enxames de abelhas, respectivamente. Reza o 1321�: �Os animais ferozes e mal�ficos que se evadirem da clausura em que seu dono os tiver, podem ser destru�dos ou ocupados livremente por qualquer pessoa que os encontre.� (...) E o 1322�: �1. O propriet�rio de enxame de abelhas tem o direito de o perseguir e capturar em pr�dio alheio, mas � respons�vel pelos danos que causar. 2. Se o dono da colmeia n�o perseguir o enxame logo que saiba terem as abelhas enxameado, ou se decorrerem dois dias sem que o enxame tenha sido capturado, pode ocup�-lo o propriet�rio do pr�dio onde ele se encontre, ou consentir que outrem o ocupe.� Enfim, muito se poderia dizer sobre estas disposi��es legais, que antecedem ali�s as que se pronunciam sobre a mudan�a de leito, a forma��o de ilhas ou mouch�es, lagos e lagoas, uni�o ou confus�o de boa f�, etc, etc, etc. (Ainda h� quem ache que a lei n�o tem interesse nenhum�) (RM) * (...) confesso que n�o percebi o sentido que o seu leitor (...) quer dar �s suas palavras (...) � que se o sentido em causa conforma um certo esc�rnio �s normas do C�digo Civil em quest�o, ent�o tenho que lhe manifestar a minha viva contesta��o. As express�es do C�digo Civil, que foram apresentadas como sendo retiradas de um sketch dos Monty Piton, t�m todas uma origem e uma raz�o de ser. Origem essa, na esmagadora maioria dos casos, que se liga � portentosa heran�a que o Direito Romano deixou um pouco por todos os sistemas jur�dicos ocidentais, e donde v�m directamente muitas das palavras hoje usadas.(Alberto Fernandes) * Bom, perante a viva contesta��o do leitor Alberto Fernandes pela minha infeliz tentativa de humor � custa do C�digo Civil, outra solu��o n�o me resta sen�o, nos termos previstos no artigo 1322 do mesmo C�digo, entrar pelo Abrupto dentro e perseguir e capturar as minhas palavras, ap�s o que me retiro ordeiramente. Suportando os danos causados,claro!(RM)
17:27
(JPP)
"Maria Bonita", nome pelo qual Maria Gomes de Oliveira (1911-1936) se tornou conhecida. Foi a companheira de Lampi�o desde 1929 e a primeira mulher a participar num grupo de cangaceiros. Como Lampi�o, tornou-se uma lenda do sert�o nordestino e personagem de muitas hist�rias de cordel. Lampi�o e Maria Bonita tiveram uma �nica filha, Expedita, nascida em 1932. (Beatriz Tavares)
17:23
(JPP)
Vocalista dos M�o Morta (sugest�o de Manuela D.L. Ramos). Quando se fala com o Adolfo chama-se-lhe "senhor Canibal"? * Naturalmente que n�o. Ser� mais delicado dizer: Dr. Canibal ou ent�o Sr. Advogado Canibal. Esta segunda forma parece-me particularmente adequada.(Lu�s Aguiar-Conraria)
13:14
(JPP)
Em quem � que eu voto? � a pergunta que mais recebo e mais me fazem. � o sinal de uma crise de representa��o por parte de um eleitorado que votava PSD ou PS, a que se soma os que j� afirmaram que iriam votar em branco. O PSD afasta, o PS n�o atrai. As sondagens j� come�am a revelar esta crise: o PS desgasta-se mais longe da maioria, o PSD n�o descola de um dos resultados piores de sempre, as margens sobem pouco, a absten��o amea�a n�veis consider�veis. Esta realidade � mut�vel, mas enuncia um problema. Voltaremos aqui.
11:21
(JPP)
![]() (Saturno) Esta � a geometria do tigre : Tiger, tiger, burning bright In the forests of the night, What immortal hand or eye Could frame thy fearful symmetry? (Blake) A da Divina M�o.
11:15
(JPP)
havia o meu mar habitual. Duro, frio, regular. Onda ap�s onda, a uma luz absoluta. O meu mar, entre a �gua salgada e a �gua do rio que rasga, sempre pouco doce. O meu mar. Em frente, um amigo que mora, morre aos poucos. Revoltado. J� sem palavras, j� sem versos.
11:13
(JPP)
Cantiga do �dio O amor de guardar �dios agrada ao meu cora��o, se o �dio guardar o amor de servir a servid�o. H�-de sentir o meu �dio quem o meu �dio mere�a: � vida, cega-me os olhos se n�o cumprir a promessa. E venha a morte depois fria como a luz dos astros: que nos importa morrer se n�o morrermos de rastros? (Carlos de Oliveira) * Bom dia! 18.1.05
10:17
(JPP)
Had I not seen the Sun Had I not seen the Sun I could have borne the shade But Light a newer Wilderness My Wilderness has made� (Emily Dickinson) * Bom dia! 17.1.05
21:02
(JPP)
Os portugueses entram em �xtase de orgulho nacional a prop�sito de qualquer sucesso desportivo para o qual nada contribu�ram e do qual nenhum ganho receber�o. Hoje uma sonda repousa em Tit�, depois de sete anos de viagem. Nela uma pequena bandeira portuguesa, junto � de outros pa�ses europeus, assinala a nossa contribui��o para a ESA. Todos os portugueses que pagam impostos deveriam estar muito orgulhosos. Contribu�ram para o sucesso desta extraordin�ria aventura cientifica. E, a longo prazo, de formas hoje nem sequer sonhadas, toda a Humanidade beneficiar�. Mas n�o est�o. A maior parte nem sabe que tem l� uma "parte". S� uma pequena, muito pequena minoria est� orgulhosa da nossa contribui��o. No n�mero dos orgulhosos n�o se contar�o os nossos governantes, pois estamos em risco de ser expulsos de v�rias institui��es cientificas europeias por falta de pagamento das contribui��es anuais. Cada pa�s orgulha-se do que quer. Nessa escolha se pode encontrar explica��o para muitos outros equ�vocos. Afinal, as coisas s�o de uma simplicidade cartesiana: na mediocridade dos nossos orgulhos est� a raz�o do insucesso dos nossos actos. (Lu�s Correia) * J� agora para quem pensa que Portugal participa na Huygens ou na Cassini � melhor n�o pensar nisso. Embora seja membro da ESA, Portugal n�o participa nesta miss�o nem tem nenhuma institui��o directamente envolvida. O �nico portugu�s directamente envolvido � o Fernando Sim�es, do Centro de Estudos Terrestres e Planet�rios da Universidade de Versalhes, cuja equipa desenvolveu um dos seis instrumentos da sonda, o HASI, para a analisar as propriedades el�ctricas da atmosfera e a composi��o da superf�cie no local de aterragem. De resto, temos apenas dois investigadores a trabalhar sobre Tit�. O David Luz do Observat�rio Astron�mico de Lisboa e agora a trabalhar no Observat�rio de Paris-Meudon, com uma bolsa de p�s-doutoramento e o Alberto Negr�o em doutoramento, tamb�m no Observat�rio de Paris. Os dois poder�o ter acesso a dados de miss�o assim como muitos outros investigadores espalhados por essa Europa fora. Agora temos concerteza alguns portugueses em Tit�, que mandaram o seu nome a bordo do CD que foi na Huygens (Jos� Matos da Estrela Cansada)
20:37
(JPP)
uma das mais belas can��es americanas: Have you anything to say to me Won't you tell me where my love can be Is there a meadow in the mist Where someone's waiting to be kissed Oh skylark Have you seen a valley green with spring Where my heart can go a-journeying Over the shadows and the rain To a blossom-covered lane And in your lonely flight Haven't you heard the music in the night Wonderful music Faint as a will o' the wisp Crazy as a loon Sad as a gypsy serenading the moon Oh skylark I don't know if you can find these things But my heart is riding on your wings So if you see them anywhere Won't you lead me there Oh skylark Won't you lead me there
18:02
(JPP)
Depois de dois dias de quase congelamento dos locais da NASA e da ESA, finalmente � colocada uma nova composi��o fotogr�fica de Tit� visto de dez quil�metros de altura.
15:32
(JPP)
o ressuscitado Linha dos Nodos, com coment�rios sobre as fotos de Tit�, por quem sabe destas coisas.
13:06
(JPP)
Parece que h� um cartaz do PP que diz: "a convic��o � �til a Portugal". N�o tenho d�vida, mas a "convic��o" pl�stica do PP � muito interessante: veja-se s� o caso da Europa. Quem se recorda da palmeta, da p�ra-rocha, e das catilin�rias contra a Uni�o Europeia, e os v� (ou o v�), com a mesma "convic��o", a votar sim � Constitui��o Europeia...
11:50
(JPP)
Actualizado OUVINDO PEGGY LEE. Publiquei Seixos no Portal do Astr�nomo. Como se fosse bibliografia para o que publiquei a semana passada no P�blico intitulado Poeira da Mudan�a , este artigo do NYT de Tom Zeller, Measuring Literacy in a World Gone Digital. Colocados no VERITAS FILIA TEMPORIS , umas mem�rias da Livraria Leitura de 1994, e a Lagartixa e o Jacar� 18 sobre a trag�dia do maremoto, o Porto e a quota do futebol e os abusos do fisco.
11:48
(JPP)
![]() Este pequeno livro ignorado coleciona os nosso �cones como faz a poderosa Taschen. Os Dias da Confian�a, Braga, 2004 de responsabilidade da Funda��o Bracara Augusta, reproduz as embalagens dos produtos da Saboaria e Perfumaria Confian�a. que qualquer nortenho antigo conhece bem, desde 1894. ![]() ![]() ![]()
11:18
(JPP)
Este � um nome de gosto, diz tudo sobre o dito. Como n�o se sabe a origem da palavra, pode-se sempre suspeitar que foi o Demo, ele pr�prio, o seu autor.Prova provada que ele n�o se leva a s�rio, ou ser� mesmo o contr�rio?
11:00
(JPP)
![]() "Na Serra da Freita h� um local especial, destino de in�meras peregrina��es at� h� uns tempos atr�s. O motivo dessas peregrina��es, as chamadas pedras parideiras. Desenganem-se aqueles que achem que quem por l� encostar o traseiro (!) resolve o problema da infertilidade... Elas t�m esse nome por que s�o pedras que parem pedras, fen�meno antigo e muito raro no mundo, conforme se pode ver na descri��o existente no local e nos links que aqui deixo. E j� sabe: se parou o carro para ver a aldeia da Castanheira (...), ao regressar n�o entre logo nele: atravesse antes a rua, suba 50 metros e talvez assista a um hist�rico e feliz parto!"
10:37
(JPP)
"Escrevi em 1968, annus mirabilis, para a "Divulga��o", o antigo nome da "Leitura", o meu primeiro texto para um cat�logo de exposi��o de pintura, fazendo uma improv�vel rela��o entre Rilke e a Commedia, entre Arlequim e as rochas de Du�no. Tudo a pretexto de uma exposi��o da Rosa, cuja fotografia bel�ssima, com um ar perfeitamente grego, aparecia ao lado do texto, tudo decorado com um cinzento suave que fazia parte das cores de que as pessoas gostavam antes da vinda do Arquitecto Taveira. S�pia, mauve, um leve ocre... Depois fiz mais cat�logos para exposi��es do Batarda e do Mouga, escrevi sobre o �ngelo e o Z� Rodrigues, mas este foi o primeiro e o primeiro conta sempre. Mas o mundo dos am�veis ocres estava a acabar depressa de mais. Ali�s n�o estou bem certo que alguma vez tivesse existido, porque talvez na �poca n�o olh�ssemos para essas cores com o ar vagamente blas� e intelectualmente decorativo que temos hoje. Caminhavamos para a pol�tica pura, dura e radical que acabava por ser o �nico caminho �tico poss�vel. Eis-nos pois de 1968 a 1970 em ritmo acelerado para nos tornarmos "guardas vermelhos" e eis que a "Leitura" (ent�o "Divulga��o") resolveu contribuir poderosamente para a "demarca��o entre n�s e o inimigo": traz c�, em plena "liberaliza��o" marcelista, Yevgeny Yevtushenko. Hoje deve ser bizarro imaginar a excita��o da vinda da terra das estepes, do escritor russo, digo "sovi�tico", mas foi na �poca um petit scandale. Primeiro, porque a vinda de Yevtushenko era claramente uma concess�o pensada do regime marcelista para mostrar o "degelo" do salazarismo; segundo, porque o escritor era um cr�tico do estalinismo e um s�mbolo da literatura sovi�tica nos limites da cr�tica "consentida" ao regime; terceiro e mais fundamental, porque exactamente pelo que disse atr�s, Yevtushenko era o representante m�ximo da "trai��o" da URSS, o "revisionismo" encarnado. Yevtushenko ajudou � festa - chegou a Lisboa, passeou-se com o establishement liter�rio do PCP e dos seus compagnons de route e depois anunciou ao Di�rio de Lisboa que queria visitar F�tima para ver as massas rezar. A crise passou de petit scandale para grande esc�ndalo e at� o PCP, que devia conhecer alguma coisa das dificuldades de erradicar da alma russa o pathos religioso, ficou incomodado. Como o maoismo estava ent�o ainda em grande parte por organizar e era mais uma revolta cultural do que uma ortodoxia com regras, um grupo de pessoas, no qual me inclu�a, resolveu ir fazer umas "provoca��es" ao "revisionista", ou seja, armar uma arrua�a ao Yevtushenko e aos seus mentores lisboetas. O local da cena foi a "Divulga��o" de Lisboa, irm� da do Porto, e a materializa��o das provoca��es foi levar a uma sess�o de aut�grafos alguns livros pouco inconvenientes para o "poeta" assinar: a B�blia, as Cita��es do Presidente Mao Ts� Tung,- das Editions du Seuil e n�o as chinesas que eram perigosas de mais -, e uns livros claramente "reaccion�rios". O resultado foi o previs�vel: Yevtushenko espantado come�ou a perceber que alguma coisa n�o estava certa e recusou os aut�grafos, houve algum burburinho e eu, mais o Alexandre de Oliveira, penso que o Jo�o Bernardo (em v�speras de se tornar o "oportunista Tiago") e uns surrealistas lisboetas, fomos postos na rua pelo Carlos Porto." (Parte de umas "Mem�rias da Leitura", a livraria, que em breve colocarei no VERITAS FILIA TEMPORIS).
10:05
(JPP)
H� setenta anos, hoje, Manuel Joaquim Baptista "Rudy", falava de "31s", matin�es, chauffeurs, duas palavras novas, e cognac que n�o era nova. Quase todos os di�rios s�o proto-blogues. ![]() (Ver nota BIBLIOFILIA: DI�RIO MANUSCRITO DE MANUEL JOAQUIM BAPTISTA "RUDY", PINTOR, 1935 )
08:56
(JPP)
Lot's Wife Do not look behind you. --Gen. 19:17 So simple a mistake. They say I turned to look; instead it was to listen. I did not know: only the dead can stand the music of the spheres made mortal. Caught in my hood, the hard chords of chaos: the childish scream, the mother's litany as she names the loss which instantly unnames her. And then the inconceivable: between the flint blast and the crack of iron, I heard the burning of the scorched moth wing, the lily as its petals crisp to white fire, but more than these, the footfall of a naked man who runs to nothing. And so I chose this brine, now crystals shift. The salt dissolves and I want to speak. Whore of all hopes, I now believe some stories survive in order to remake their endings. (Dana Littlepage Smith) * Bom dia!
01:03
(JPP)
H� uma hora, a humidade baixa n�o deixava ver nada. Agora, com surpresa, at� o cometa se v� a olho nu (mal, mas v�), e o c�u est� o melhor de h� mais de um m�s. 16.1.05
17:36
(JPP)
![]()
17:27
(JPP)
![]() (Contribui��o de �vido)
17:21
(JPP)
"O imperador Trajano, de alcunha O Erva Pariet�ria (porque em todos os edif�cios que fez mandou p�r o seu nome na parede)..." (Padre Manuel Bernardes)
16:26
(JPP)
"Ora, Pedro estava sentado fora, no p�tio; e aproximou-se dele uma criada, que disse: Tu tamb�m estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: N�o sei o que dizes. E saindo ele para o vest�bulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este tamb�m estava com Jesus, o nazareno. E ele negou outra vez, e com juramento: N�o conhe�o tal homem. E da� a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Certamente tu tamb�m �s um deles pois a tua fala te denuncia. Ent�o come�ou ele a praguejar e a jurar, dizendo: N�o conhe�o esse homem. E imediatamente o galo cantou. E Pedro lembrou-se do que dissera Jesus: Antes que o galo cante, tr�s vezes me negar�s. E, saindo dali, chorou amargamente." * Duas criadas denunciam Pedro. � primeira den�ncia ele nega. � segunda ele nega e jura. � terceira ele nega e jura e fala de forma diferente. Porque o terceiro denunciante de Pedro diz-lhe �tamb�m �s um deles pois a tua fala te denuncia�, ou seja, por acompanhar Cristo, Pedro passou a falar diferente. Por isso a terceira abjura��o � o c�mulo da trai��o: Pedro nega, jura e �pragueja�, ou seja muda a l�ngua, torce a l�ngua, para convencer os outros da sua trai��o. Pedro subiu, degrau a degrau, a escada da trai��o e quando no fim disse �n�o conhe�o esse homem� , o galo lembrou-lhe que tamb�m na nega��o se deixaria de conhecer a si mesmo. No �ltimo momento, Pedro n�o quis perder-se de Pedro e �chorou amargamente�. Poucas hist�rias nos evangelhos s�o mais poderosas do que esta. * O que salvou Pedro foi lembrar-se. A sua trai��o foi completa mas durou pouco. Se tivesse durado mais, ter-lhe-ia polu�do a mem�ria e Pedro estaria perdido como Judas. A mem�ria salva da trai��o.
13:48
(JPP)
![]() * �There was never a man like my Johnny (Luis Rodrigues)
10:22
(JPP)
In the Next Galaxy Things will be different. No one will lose their sight, their hearing, their gallbladder. It will be all Catskills with brand new wrap-around verandas. The idea of Hitler will not have vibrated yet. While back here, they are still cleaning out pockets of wrinkled Nazis hiding in Argentina. But in the next galaxy, certain planets will have true blue skies and drinking water. (Ruth Stone) * Bom dia!
10:06
(JPP)
![]() um grupo de amadores especializados processou as imagens em bruto e publicou os primeiros resultados. Muito interessante.
01:40
(JPP)
Hoje, h� cento e cinquenta e um anos, Tolstoy foi �atingido pela beleza po�tica do Inverno�. Nevoeiro, humidade. Como nesta noite, depois da chuva, cheira � terra, e a um vago tra�o de lenha queimada. Ver a noite sozinho , por entre as �rvores, as nuvens a passar em cima. Orion, incompleta, espreita e desaparece. Poucas coisas importam. Coisas simples. 15.1.05
17:46
(JPP)
Se se acender um f�sforo em Tit� , o que � que acontece? Vai tudo pelos ares? Sempre � metano o que l� est�, mas � o mesmo metano das minas, o que mata os passarinhos que avisam os mineiros? Pode-se acender um f�sforo em Tit�? E se n�o for um f�sforo, mas qualquer outra coisa que "acenda"? A centelha pode incendiar a plan�cie? Tinha raz�o, em Tit�, o camarada Mao Zedong? * Em Tit�, um f�sforo n�o acende e o metano n�o arde porque aparentemente n�o h� oxig�nio. Al�m disso, est� muito frio e a press�o � muito alta. Se l� tivesse existido uma po�a de oxig�nio, j� h� muito teria sido consumida, a n�o ser que exista algures em Tit� um mecanismo que mantenha a atmosfera longe do equil�brio, como por exemplo vida. Na Terra, a atmosfera est� longe do equil�brio qu�mico porque o oxig�nio e o azoto s�o de origem biol�gica.(Jo�o Miranda) * Estas s�o de resposta f�cil. Para haver combust�o, � necess�rio um combust�vel (esse est� l�) e um comburente (que aqui, na velha Terra, � geralmente o oxig�nio do ar) que - segundo se pensa - n�o est� l�.(Jo�o Ventura) * Esta � a f�rmula que expressa a combust�o do metano:(Alexandre Monteiro) * A pergunta correcta seria �E tamb�m h� oxig�nio?� � dos comp�ndios b�sicos da qu�mica que uma reac��o de combust�o necessita de oxig�nio� o metano �queima� na presen�a do oxig�nio. Se existir oxig�nio ele permitir� a combust�o do metano, pelo menos enquanto existir, pois al�m do metano, tamb�m o oxig�nio se consome nesta reac��o.(Emanuel Ferreira)
17:36
(JPP)
![]() ![]() Pedras, pedrinhas. E as conchinhas e os pedacinhos de ossos? N�o h�?
16:10
(JPP)
![]() The Faber Book of Treachery (Editado por Nigel West), Londres, Faber & Faber, 1995. Uma das melhores antologias sobre a trai��o, centrada na trai��o ao seu pr�prio pa�s. O pref�cio de Nigel West � um exerc�cio sobre esta peculiar paix�o inglesa, assente num cont�nuo que vai de Forster, a Philby e a Graham Greene. Lendo-o percebe-se bem como a trai��o n�o conhece limites, espalha-se por c�rculos � volta do traidor, tocando tudo o que ele toca e todos que o tocam.
15:13
(JPP)
![]() One two buckle your shoe Three four shut the door Five six pick up sticks Seven eight lay them straight Nine ten this is the end. Enquanto quase chove. Quase.
15:12
(JPP)
De Frei Manoel do Sepulcro, edi��o de 1742. T�tulo verdadeiro e completo: Refei��o Espiritual Para A Meza Dos Religiosos, E De Toda A Devota Familia, Ordenada Por Todas As Domingas, E Festas Do Anno, Segundo A F�rma Da Reza Romana No Officio Do Tempo, Com Diligente Parafrase Historial, E Mystica De Seus Evangelhos.
13:12
(JPP)
![]() ![]() Ouvir um planeta: sons de Tit�. Na Internet h� um coro de protestos pela pol�tica selectiva e lenta de divulga��o de imagens da Ag�ncia Espacial Europeia, em contraste com a pr�tica habitual da NASA. Por indica��o de Tiago Hormigo, podem-se encontrar mais imagens n�o tratadas aqui.
10:09
(JPP)
The Mystery of Meteors I am out before dawn, marching a small dog through a meager park Boulevards angle away, newspapers fly around like blind white birds Two days in a row I have not seen the meteors though the radio news says they are overhead Leonid's brimstones are barred by clouds; I cannot read the signs in heaven, I cannot see night rendered into fire And yet I do believe a net of glitter is above me You would not think I still knew these things: I get on the train, I buy the food, I sweep, discuss, consider gloves or boots, and in the summer, open windows, find beads to string with pearls You would not think that I had survived anything but the life you see me living now In the darkness, the dog stops and sniffs the air She has been alone, she has known danger, and so now she watches for it always and I agree, with the conviction of my mistakes. But in the second part of my life, slowly, slowly, I begin to counsel bravery. Slowly, slowly, I begin to feel the planets turning, and I am turning toward the crackling shower of their sparks These are the mysteries I could not approach when I was younger: the boulevards, the meteors, the deep desires that split the sky Walking down the paths of the cold park I remember myself, the one who can wait out anything So I caution the dog to go silently, to bear with me the burden of knowing what spins on and on above our heads For this is our reward:Come Armageddon, come fire or flood, come love, not love, millennia of portents-- there is a future in which the dog and I are laughing Born into it, the mystery, I know we will be saved (Eleanor Lerman) * Bom dia! 14.1.05
17:48
(JPP)
Ufa! Agora pode-se descansar, at� come�arem a vir os dados cient�ficos tratados e as fotografias. Na pressa, usei sempre o nome ingl�s ESA, a Ag�ncia Espacial Europeia, e n�o disse o local onde tudo foi acompanhado, Darmstadt. Por coincid�ncia, que n�o � coincid�ncia, fui "shadow rapporteur" dos relat�rios da Ag�ncia Espacial Europeia no Parlamento Europeu. Um erro j� foi corrigido em baixo, a confus�o entre Mars 6, que n�o existe e Marsis. Pela primeira vez, o Abrupto teve um subida apreci�vel do n�mero de leitores, que atingiram entre 300 e 500 por hora durante a tarde, de v�rios pa�ses, por um assunto que n�o � do foro pol�tico.
17:17
(JPP)
Imagens poder�o estar prontas hoje � noite. (N�o � muito importante, mas a CNN deu a not�cia da confirma��o da data recebida, vinte minutos depois do Abrupto, o que n�o � m�rito nenhum especial mas mostra as vantagens da rede e dos blogues.)
17:10
(JPP)
"Existem dados da superf�cie?" "Est�o certo que pelo menos trinta minutos de dados da superf�cie nos v�o chegar."
17:04
(JPP)
Perguntas. "Quanto tempo poder� a sonda continuar a trabalhar?" "Calculamos sete horas, porque as baterias est�o carregadas e a funcionar bem." "O que � o canal A e B?". "Toda a sonda � redundante, na realidade h� duas sondas numa, tudo em duplo, para n�o perdermos dados numa miss�o muito arriscada. H� apenas uma experi�ncia �nica no canal A, sobre o efeito Doppler no vento." "Caiu a sonda em qualquer esp�cie de l�quido?. "Tem que se ter paci�ncia at� se saber, mas � prov�vel que n�o, dado o tempo em que sobreviveu."
17:00
(JPP)
Um dos canais n�o funcionou, o A. Mas o B funcionou perfeitamente e todos os sistemas s�o redundantes.
16:57
(JPP)
Palmas. "Deve ser a �nica vez que vemos os engenheiros a chorar (ou a gritar?) na sala de c�ntrolo." Confirma-se que os paraquedas abriram como deviam.
16:56
(JPP)
V�rios radiotelesc�pios est�o a tentar seguir a sonda mesmo depois de Cassini deixar de receber, porque ela continuou a transmitir.
16:48
(JPP)
Os dados enviados agora dizem respeito ao momento em que a sonda est� a cinquenta quil�metros da superf�cie.
16:41
(JPP)
Confer�ncia de imprensa: parab�ns � Alcatel e � ESA. A seguir Marsis e Venus Express. * [Erro na nota do Abrupto] A "Mars 6" a que se refere no seu coment�rio das 16:41 � o radar de sondagem do subsolo e ionosfera de Marte, que est� a bordo da Mars Express (cujo "verdadeiro" nome � "Marsis"- MARs Subsurface and Ionospheric Sounder), n�o de uma nave da ESA diferente.O radar ainda n�o foi ligado devido � possibilidade (que est� a ser revista) da antena, de 40m, atingir a Mars Express durante a sua abertura.
16:39
(JPP)
Confer�ncia de imprensa. Parab�ns � NASA que levou Huygens ao objectivo. Vinte e cinco anos de trabalho.
16:36
(JPP)
"Visitamos Tit�". A sonda manteve o sinal mais de duas horas depois de tocar o planeta. Cassini come�ou a enviar dados. "Grande sucesso para a ind�stria europeia capaz de construir uma magn�fica m�quina". "Grande sucesso para a comunidade c�entifica." M�rito para os italianos, que fizeram a antena.
16:34
(JPP)
"A manh� foi boa, a tarde foi melhor. Um sucesso de engenharia e um sucesso cient�fico"
15:54
(JPP)
H� quem roa as unhas. H� quem bata com os dedos. H� quem mexa e remexa no l�pis. Ouve-se falar em alem�o. Toca um telefone. Esfregam-se as m�os, Alguns andam de um lado para o outro. Come�am a sentar-se, a aten��o a concentrar-se. Faltam sete minutos.
15:49
(JPP)
Risos. Solit�rios. Sil�ncio, logo em seguida. Um dos presentes olha para o rel�gio. N�o era preciso, rel�gios est�o em todos os ecr�s. Nas primeiras filas ningu�m tem gravata. Atr�s h� algumas gravatas. Bon�s de basebol, devem ser os americanos. Atr�s devem estar alguns representantes das empresas que financiaram parte do projecto.
15:45
(JPP)
Espera. Alguns visitantes entram. Cumprimentos. Sorrisos. Espera. Nas duas meia-luas de instrumentos, ecr�s e consolas, olha-se com aten��o. Seis grandes ecr�s reproduzem dados.
15:42
(JPP)
no centro de opera��es da ESA, s� se ouvem murm�rios. Est� tudo � espera. (Sigo em directo pela televis�o da NASA.)
15:30
(JPP)
daqui a quarenta minutos vamos come�ar a entender a fala. Sabemos que fala, sabemos que os nossos long�nquos ouvido na Cassini a ouviram. Faltam os nossos. Tudo bem at� agora. Tudo muito bem.
13:31
(JPP)
DEDICAT�RIA ![]() O Abrupto hoje � dedicado aos cientistas e engenheiros europeus e americanos que gastaram (?) vinte e cinco anos da sua vida a um projecto que dura meia d�zia de horas e que tem muitas probabilidades de falhar.
13:26
(JPP)
J� deve ter chegado. Tempo da Huygens. N�o temos a certeza. Tempo da terra. Mas falou pelo caminho? S� logo � tarde se saber�. At� agora tudo bem.
11:55
(JPP)
![]() Encontrado num alfarrabista esta preciosidade. "Rudy" (1912-1956) foi um obscuro pintor, aguarelista e ilustrador, natural de Olh�o. O di�rio do ano de 1935, escrito numa Agenda Rex, retrata um hist�ria de infelicidade e mis�ria, dobrada por desgostos amorosos. "Rudy" queixa-se da vida, da falta de dinheiro, das dificuldades em lhe pagarem as ilustra��es que faz (no S�culo por exemplo), das doen�as (queixa-se do cora��o e desenha um pequeno cora��o), dos azares amorosos. � uma vida feita de esperas e zangas, dominada pela pobreza - o senhorio quer expulsa-lo, tem que empenhar o fato "que traz vestido", n�o tem dinheiro para comer - e pela infelicidade. Tudo ilustrado com desenhos e colagens, de receitas de farm�cia, de contas de restaurantes de bilhetes de el�ctrico e de programas de cinema . Muitas personagens do submundo da edi��o popular, do jornalismo, dos ilustradores de capas e reclames, aparecem no di�rio. A vida � assim. ![]() ![]()
10:09
(JPP)
Aubade As I would free the white almond from the green husk So would I strip your trappings off, Beloved. And fingering the smooth and polished kernel I should see that in my hands glittered a gem beyond counting. (Amy Lowell) * Bom dia! 13.1.05
11:27
(JPP)
![]() Escrevi "cantar" com muita hesita��o. "Cantar" parece alegre demais, ligeiro, para estas palavras de Hermann Hesse Der Garten trauert, k�hl sinkt in die Blumen der Regen. Der Sommer schauert still seinem Ende entgegen. Se h� m�sica � isto, as �ltimas can��es de Strauss e os Wesendok-Lieder de Wagner. Pura m�sica. Nada mais. Revolta de t�o belo.
10:57
(JPP)
![]() A Nebulosa Tr�fide, uma das poderosas incubadoras de estrelas no universo. No centro est� uma estrela solit�ria, radiante nos seus jovens 300.000 anos. Em nebulosas como estas, as estrelas nascem debaixo da maior pancada imagin�vel, submetidas a for�as brutais, chocando com tudo e todas, ao murro e ao pontap� �s suas vizinhas, mas nascem fortes, grandes, cheias de energia, mudando o mundo � sua volta. O formato da Tr�fide foi esculpido pela sua estrela. Esta nunca se queixou do mundo duro em que nasceu. N�o � o mundo, l� fora, assim?
10:50
(JPP)
![]() A "Oportunidade" visita o local onde est�, brilhando ao sol, o seu escudo protector do calor na violenta descida em Marte. J� l� vai um ano: mudaram os meus olhos?
10:45
(JPP)
o Contra Factos & Argumentos que, com o Ponto Media, ajudam a retratar a mudan�a da "tecnosfera". � verdade que tudo isso se pode seguir nos blogues americanos especializados, mas o contraponto portugu�s torna-os necess�rios.
10:31
(JPP)
A cr�tica demag�gica e populista do PS � viagem do Ministro da Presid�ncia parte de um exerc�cio que qualquer populista sabe fazer: ver uma viagem de estado com m� f�. Para os portugueses que comem por 3 ou 5 euros, qualquer almo�o que custe dez vezes mais � um esc�ndalo, qualquer portugu�s que n�o tem dinheiro para ir � praia quanto mais mergulhar, fazer mergulho � obsceno, qualquer portugu�s que viva mal e em dificuldades � um reservat�rio ideal para este tipo de populismo assente na inveja e no ressentimento social. O populismo � um produto da pobreza tanto quanto a usa para obter os resultados que pretende. O PS n�o compreende que, ao actuar assim, n�o atinge s� Morais Sarmento, atinge todos os pol�ticos, a democracia e o estado. Ver-se-� isso �s mil maravilhas quando algu�m na oposi��o a um governo PS pe�a as facturas de qualquer viagem governamental (que o PS se est� a comprometer a revelar, mostrando aus�ncia de sentido de estado) e se �escandalize� com as despesas, ou com aquela tarde sem programa, ou com aquela visita que parece recreativa. E basta s� olhar com m� inten��o e n�o h� viagem de estado que n�o permita o exerc�cio populista que se fez para a de S. Tom�. E depois n�o h� retorno, tudo parece grave, e os danos est�o feitos. A segunda coisa grave, essa sim a curto prazo bem grave, � que se tenha revelado um acto confidencial do estado, que, pela sua natureza e para garantir a sua efic�cia, deve permanecer confidencial, para defender (ou atacar, n�o sei) o Ministro. Quem cometeu a inconfid�ncia contra o interesse p�blico, n�o tem nem um �tomo daquilo que se usa e abusa nomear, mas pouco se cumpre: sentido de estado. Sentido de estado � um respons�vel por um segredo de interesse nacional, n�o o revelar para se defender na curva de qualquer incidente. A pessoa seja de quem for num cargo governamental � sempre menos relevante do que as fun��es que exerce. Ou ent�o n�o as aceita, ou vem embora. Calado.
09:36
(JPP)
"O PSD vai propor a limita��o dos poderes presidenciais para que n�o seja poss�vel um Presidente da Rep�blica dissolver o Parlamento de forma "discricion�ria", diz o P�blico de hoje. O alvo n�o � Jorge Sampaio, mas sim Cavaco Silva. As propostas de Santana Lopes para limitar os poderes presidenciais destinam-se a garantir que Cavaco Silva, caso seja Presidente, fique uma figura puramente decorativa.
09:33
(JPP)
Request For a long time I was sure it should be "Jumping Jack Flash," then the adagio from Schubert's C major Quintet, but right now I want Oscar Peterson's "You Look Good to Me." That's my request. Play it at the end of the service, after my friends have spoken. I don't believe I'll be listening in, but sitting here I'm imagining you could be feeling what I'd like to feel� defiance from the Stones, grief and resignation with Schubert, but now Peterson and Ray Brown are making the moment sound like some kind of release. Sad enough at first, but doesn't it slide into tapping your feet, then clapping your hands, maybe standing up in that shadowy hall in Paris in the late sixties when this was recorded, getting up and dancing as I would not have done, and being dead, cannot, but might wish for you, who would then understand what a poem�or perhaps only the making of a poem, just that moment when it starts, when so much is still possible� has allowed me to feel. Happy to be there. Carried away. (Lawrence Raab) * Bom dia! 12.1.05
17:48
(JPP)
![]() ![]() ![]() Joachim K�hler / Stewart Spencer , Richard Wagner. The Last of the Titans Bob Dylan's Chronicles Michael Wachtel, The Cambridge Introduction to Russian Poetry (Em breve.) 11.1.05
22:28
(JPP)
![]()
21:45
(JPP)
Carmen 11 Furi et Aureli comites Catulli, sive in extremos penetrabit Indos, litus ut longe resonante Eoa tunditur unda, sive in Hyrcanos Arabesue molles, seu Sagas sagittiferosue Parthos, sive quae septemgeminus colorat aequora Nilus, sive trans altas gradietur Alpes, Caesaris visens monimenta magni, Gallicum Rhenum horribile aequor ulti- mosque Britannos, omnia haec, quaecumque feret voluntas caelitum, temptare simul parati, pauca nuntiate meae puellae non bona dicta. cum suis vivat valeatque moechis, quos simul complexa tenet trecentos, nullum amans vere, sed identidem omnium ilia rumpens; nec meum respectet, ut ante, amorem, qui illius culpa cecidit uelut prati ultimi flos, praetereunte postquam tactus aratro est. (Catulo)
16:46
(JPP)
Se houver subida do PP ser� � custa do PSD, se houver subida do BE ser� � custa do PS. Estas elei��es podem mostrar uma crise de credibilidade dos dois partidos �centrais�, que � vis�vel no PSD com clareza, mas que tamb�m existe no PS. No PS est� escondida pelo refluxo do PSD, mas tamb�m se percebe na dificuldade, mesmo numa conjuntura excepcional de crise do advers�rio, em obter uma maioria absoluta e em funcionar como p�lo da �esquerda�. O PS pode ganhar, mas nem mostra nem desperta entusiasmo, n�o tem mobiliza��o fora do aparelho (esse sim mobiliza-se velozmente ao cheiro dos milhares de lugares para mudar), nem sequer revela esfor�o ou urg�ncia. Est� � espera da altern�ncia, sem desejar a mudan�a.
16:08
(JPP)
Teria excepcionais condi��es para aparecer se o nosso sistema partid�rio fosse menos r�gido e as leis eleitorais diferentes. Seria um partido como os sociais-democratas ingleses face aos trabalhistas e conservadores, com apoio eleitoral �nacional�, assente na opini�o p�blica reformista e nos quadros das profiss�es liberais, competitivo com o PS e o PSD. A conjuntura tem semelhan�as com a que deu origem ao PRD, s� que o PRD s� vingou, mesmo que brevemente, porque era um partido feito a partir de uma personalidade, o general Eanes, e de uma institui��o, a Presid�ncia. Houvesse liberdade de candidaturas de cidad�os ao parlamento e ele apareceria roubando votos ao PSD e ao PS. A diferen�a em rela��o a 1985 � que um partido desse tipo, iria hoje atingir mais o eleitorado do PSD e n�o o do PS como aconteceu com o PRD. Provavelmente, como no PRD, a vida desse partido duraria o tempo da conjuntura, t�o breve quanto permanecesse a actual situa��o, em particular no PSD e em menor grau no PS. Se o PSD voltar ao seu espa�o natural entre o centro-esquerda e o centro-direita, acabar com o �projecto geracional� que o reduz, e mantiver a esperan�a reformista, este espa�o que agora existe de �n�o-representa��o� desaparecer�. Mas tem que mudar muito. (Nota para a prol�fica ind�stria das inten��es inventadas: eu digo que "h� condi��es para existir" e n�o que "deva existir". Mais vale prevenir do que remediar.)
15:29
(JPP)
Se o PSD traz a esta campanha eleitoral confus�o, o PS traz cobardia pol�tica. A cobardia pol�tica est� em cavalgar a onda do rep�dio a Santana Lopes sem achar que tem obriga��o de ir mais al�m e n�o percebendo at� que ponto a linguagem de promessas que usa � um insulto para todos n�s. O candidato do PS j� nos prometeu 150.000 empregos, re-nacionalizar os hospitais SA, controlar o d�fice sem usar receitas extraordin�rias, sem sequer se aperceber que ningu�m liga nenhuma a essas promessas porque todos sabem que s�o falsas. E j� come�a, face a ele, a complac�ncia habitual de muitos hipercr�ticos do governo actual, mas misteriosamente silenciosos sempre que se aproxima um vislumbre do guterrismo.
10:47
(JPP)
![]() Os nossos, as dezenas de milhares de pequenos buracos negros perto do Pai de Todos os Buracos Negros, no centro da nossa casa maior, a Via L�ctea. Que raio de nome para uma gal�xia! Havia de nos calhar por sorte...Mas, enfim, l� est�o eles, a nossa fam�lia mais voraz, os que ganham o nosso p�o, e comem a nossa luz, e nos protegem sei l� de qu�
10:22
(JPP)
![]() Nashville Skyline de Dylan. Well, if you're travelin' in the north country fair, Where the winds hit heavy on the borderline, Remember me to one who lives there.
10:09
(JPP)
�Portugal � um caso �nico no seio da Uni�o Europeia. Foi esta a ideia defendida por Santana Lopes junto do presidente franc�s, Jacques Chirac. O primeiro-ministro demission�rio portugu�s argumentou que Portugal n�o atingiu os n�veis de desenvolvimento da Espanha e Irlanda mas n�o deve, por isso, ser sacrificado. Por isto mesmo, diz Santana Lopes, o pa�s tem de continuar a ser benefici�rio dos fundos da UE.� (TSF) Porque � que Portugal � um �caso �nico� no seio da UE�? Porque foi o ��nico� que falhou? Foi isto que foi dito a Chirac? Porque raz�o isto � um �argumento�? Porque raz�o � que isto �argumenta� a favor da continua��o dos fundos, que, pelos vistos, se admite que Portugal desperdi�a? � tudo incoerente. E toda a gente acha normal.
08:39
(JPP)
What A Writer what i liked about e.e. cummings was that he cut away from the holiness of the word and with charm and gamble gave us lines that sliced through the dung. how it was needed! how we were withering away in the old tired manner. of course, then came all the e.e. cummings copyists. they copied him then as the others had copied Keats, Shelly, Swinburne, Byron, et al. but there was only one e.e. cummings. of course. one sun. one moon. (Charles Bukowski) * Bom dia! 10.1.05
21:30
(JPP)
![]() Devia ser Jo�o Boca-de-Ouro porque crys�stomos � �boca de ouro� em grego. Tamb�m conhecido como o "novo Paulo", pregador e bispo do s�culo V, um dos fundadores da liturgia bizantina conservada pela Igreja Ortodoxa. Um trop�rio, a ora��o repetida durante a liturgia, refere-se a Cris�stomo: Como l�mpada resplandecente, assim brilhou a gra�a de tua boca, iluminando o Universo, conservando para o mundo o precioso tesouro de desprendimento do dinheiro, e fazendo-nos ver claramente a excel�ncia da humildade.
21:27
(JPP)
Aqui fica o meu contributo para o seu espa�o de troca de impress�es, espero que seja �til ao debate de ideias. Porque, tamb�m de terminologia cient�fica tratava o meu interesse em sublinhar a distin��o entre os termos tsunami e maremoto, aqui vai mais um modesto esclarecimento relativamente � incorrec��o da express�o �sismo com epicentro no mar� apontada por Ant�nio Vicente a quem agrade�o a arg�cia e pe�o desculpa pela contund�ncia do texto. � que gosto de pensar que as fases do meu percurso acad�mico avalizado por homens e mulheres bem mais s�bios do que eu, me d� a legitimidade para falar sobre estas coisas com conhecimento de causa. Mais ainda, a verdade assim o � muitas vezes, contundente� Mas vamos a coisas bem mais importantes, epicentro � o termo t�cnico utilizado para designar o local, � superf�cie do planeta, onde o sismo seria sentido com maior intensidade, localizado na vertical e directamente sobre o hipocentro. Este �ltimo � utilizado para designar o foco do sismo, ou seja, o local da liberta��o da sua energia e fonte de propaga��o das ondas s�smicas, forma sob a qual essa energia � propagada. Assim, h� literalmente sismos com epicentro no mar, de resto � o caso da maioria destes �pequenos� solu�os do nosso planeta. De qualquer forma, aqui ficam algumas refer�ncias bibliogr�ficas que lamento n�o terem sido escritas na altura em que as escolas ainda n�o eram designadas por �f�rmulas matem�ticas� mas que, penso eu e pensa a comunidade cient�fica que bem os conhece, ter�o algum valor. SKINNER, B. J. et al. (1995). The Dynamic Earth, 3rd ed.. John Wiley & Sons Inc. PRESS, F. et al. (1998). Understanding Earth, 2nd ed.. W. H. Freeman and Company. (Lu�s Macedo)
07:29
(JPP)
Si pour avoir pass� sans crime sa jeunesse Si pour avoir pass� sans crime sa jeunesse, Si pour n'avoir d'usure enrichi sa maison, Si pour n'avoir commis homicide ou trahison, Si pour n'avoir us� de mauvaise finesse, Si pour n'avoir jamais viol� sa promesse, On se doit r�jouir en l'arri�re-saison, Je dois � l'avenir, si j'ai quelque raison, D'un grand contentement consoler ma vieillesse. Je me console donc en mon adversit�, Ne requ�rant aux dieux plus grand f�licit� Que de pouvoir durer en cette patience. O dieux, si vous avez quelque souci de nous, Octroyez-moi ce don, que j'esp�re de vous, Et pour votre piti� et pour mon innocence. (Joachim du Bellay) * Bom dia!
01:07
(JPP)
Jo�o Branco N�ncio, cavaleiro taurom�quico, natural de Alc�cer do Sal. 9.1.05
22:41
(JPP)
Nossa Senhora representada na "expecta��o", gr�vida. Nalgumas imagens populares portuguesas, Nossa Senhora � apresentada gr�vida e com o Menino ao colo. O Padre Ant�nio Viera proferiu em 1640 o Serm�o de Nossa Senhora do �: "J� o dito at� aqui bastava para que eu desse por desempenhada a promessa de que o c�rculo do �tero virginal foi um O que compreendeu dentro em si o imenso. Mas ser� bem que o mesmo imenso o diga, resumindo tamb�m a um O a sua imensidade. Apareceu Cristo, Senhor nosso, ao evangelista S. Jo�o na primeira vis�o do seu Apocalipse, e disse-lhe: Ego sum alpha et omega, principium et finis (Apc. 1,8): Eu sou o Alfa e o �mega, porque sou o princ�pio e o fim de tudo: o princ�pio, enquanto Criador do mundo, e o fim, enquanto reparador dele. Alfa e �mega s�o a primeira e �ltima letra do alfabeto grego, o qual come�a em A e acaba em O. E esta foi a raz�o e o mist�rio porque, sendo Cristo hebreu e S. Jo�o tamb�m hebreu, n�o lhe falou o Senhor em hebraico, sen�o em grego, porque o alfabeto grego acaba em O, e o hebraico n�o. O alfabeto hebraico tamb�m come�a em A, que � o seu aleph; e para significar, na primeira letra, as obras da cria��o, enquanto Cristo � princ�pio, tanto servia o alfabeto hebraico como o grego. Por�m o Senhor usou do grego, sendo estranho, e deixou o hebraico, sendo natural e da pr�pria l�ngua, porque, para significar na �ltima letra o mist�rio da repara��o, enquanto o mesmo Cristo � fim, s� o O tinha propriedade e semelhan�a. E esta semelhan�a, em que consiste? Consiste em que a figura do O � circular, e assim como o O � um c�rculo, assim o mist�rio da Encarna��o foi outro c�rculo: Deus humanatus dicitur esse circulus, ut circumferentia dicatur humanitas, centrum autem divinitas. O mist�rio da Encarna��o do Verbo � diz S. Boa-ventura � foi um c�rculo porque, vestindo-se Deus de nossa carne, a humanidade de Cristo cercou e encerrou em si a divindade. E por este modo inef�vel ficou sendo a mesma divindade o centro, e a humanidade a circunfer�ncia. Sendo, pois, o mist�rio da Encarna��o, que foi o fim e �ltima perfei��o de todas as obras de Deus, este perfeit�ssimo c�rculo, por isso Cristo disse a S. Jo�o que, assim como ele, enquanto primeiro princ�pio, � a primeira letra, A, assim, enquanto �ltimo fim, � a �ltima letra, O: Ego sum Alpha et Omega."
18:38
(JPP)
Tirado de The Woman With Two Vaginas: The Consequences of Wife-Swapping With a Giant There was a giant who was particularly fond of humans. He camped near them, his lice -- white bears and white wolves. He drank whole lakes when he grew thirsty and generated winds throughout Siberia. He once fell in love with an Inuk woman, and since he was already married, convinced the woman's husband to swap his wife for the giant's. The husband was tempted by the thought of enormous green female genitals and agreed without asking his wife's opinion. The giant picked up the woman in his palm and blew back her hair with a sigh. The man swam in the folds of the female giant's vulva and she barely knew he was there. He disappeared in her vagina and was never seen again. Although he tried to be kind, the giant split the woman in half. He returned to his giant wife, the one he was made for. As they kissed, ice floes cracked. The whole ground shook.
13:58
(JPP)
![]() * O seu erro n�o tem nada de estranho, quase toda a minha gera��o pensava o mesmo. Quando aos motivos deste apelativo de substitui��o, tamb�m n�o � obscuro. Para um esp�rito pouco ligado �s coisas autom�veis, talvez. Para quem, nos anos sessenta fez um pouco de desporto autom�vel (o meu caso) � de caras: * Encontrei aqui este pequeno apontamento que talvez o venha tranquilizar quanto �s origens do nome DKW. * No Brasil, onde se l� D�KaV�, era tamb�m chamado de d�chav� (deixa ver), em virtude de as portas abrirem pela frente e as senhoras da �poca usarem sempre saias. * Ainda me lembro quando a minha m�e (ou seria o meu pai?) conseguia nas viagens �arrumar� 7 filhos naquele longo banco de tr�s. Ao volante ia o meu pai, a minha m�e e a minha irm� mais velha. Aos p�s da minha m�e ia um dos nossos eternos boxer. No banco de tr�s a minha m�e colocava, sobre o comprido banco, uns sacos de roupa que serviam de balc�o. Os meus 4 irm�os mais velhos, excluindo a primog�nita que j� tinha direito a lugar exclusivo, iam na plateia. Os 3 mais novos, onde me inclu�a eu, na altura a� com uns 5 ou 6 anos, �amos no balc�o. Cintos de seguran�a nem existiam. Mem�rias que nunca esquecerei. Grande DKV (e eu que sempre pensei que os c�rculos eram os que agora vemos na Audi�)
13:08
(JPP)
![]() de Antoine Boesset, "Dove ne vai, crudele" e "Frescos ayres del prado" e esta pequena maravilha: "Quels doux supplices, Quelles d�lices, De brusler dans les flammes De la Beaut� des Dames."
11:53
(JPP)
![]() mas parece, todos os dias, mais complicado. Tem coisas que n�o devia ter, um lado preto e outro claro, montanhas alterosas, descontinuidades. No fundo, Iapetus � um Tit�, pai de Prometeu e de Atlas, um dos nossos, um pai dos humanos. E os humanos, como se sabe, tamb�m s�o complicados, t�m um lado preto e outro branco, querem e n�o querem, desejam e desprezam, etc., etc.
11:45
(JPP)
Criada em 1931 e composta por jovens oper�rios , dirigida pelo tip�grafo Alberto Machado.
11:40
(JPP)
Criadas durante as greves por militantes sindicalistas: �Resistindo heroicamente, inclusive ao espancamento, alguns mineiros s�o presos e o seu sindicato fechado pela Guarda Republicana, que "resolve auxiliar os patr�es a vencer os oper�rios impedindo os trabalhadores de se beneficiarem da Sopa Comunista". (Edgar Rodrigues lembrado por Nuno Saraiva.)
11:34
(JPP)
Um dos s�tios onde o Porto � mais Porto. M�rio Cl�udio escreveu assim sobre a casa da Quinta: "Com a Casa por aprontar, ainda, mas habit�vel, presa a seu escabroso alcantil, apreciava Jos� Pinto de Meirelles exibir, � vista, nem sempre excitada, de visitantes de passagem ou de h�spedes de raiz, a planta do que fora o projecto inicial. Representava ela, no que � fachada norte respeitava, um corpo de linhas neocl�ssicas, de duas �guas bem desenvolvidas, com uma projec��o central, que um front�o encimava, no qual as armas da fam�lia se inscreviam. E, muito pormenorizadamente, a gestos bastante largos, que faziam com que, sobre o desenho desdobrado, se espalhasse uma pouca de rap�, da caixinha que sustentava, entre os dedos, justificava-se Jos� Pinto de n�o haver cristalizado sua vontade primeira, em t�o grandiosa constru��o. Perante o exame daquela rejeitada amplitude arquitect�nica, dir-se-ia ter perpassado, porventura, em seu esp�rito, o sonho de uma certa opul�ncia, que o Porto, de resto, n�o toleraria, de coches estacionados, em longu�ssima fileira, diante do lan�o de oito degraus, de que emergiam os convidados, para um on�rico baile, nos sal�es comunicantes do plano nobre. Coisa ins�lita, por�m, era a de jamais atribuir ele a impugna��o de tanta, nunca vista prodigalidade, ao demasiado custo do empreendimento, sen�o a conveni�ncias, que n�o lograva explicar, calma e satisfatoriamente, da perspectiva panor�mica e da higiene dos filhos. Repontavam-lhe os interlocutores, com a esperan�a de que, num remoto futuro, talvez, se possibilitasse, a um qualquer Meirelles, de gosto perfeito, a concretiza��o do sonho de seu antepassado. " (Sugest�o de Jos� Carlos Santos.)
10:54
(JPP)
Criados durante as greves de 1913, para que os grevistas n�o fossem privados da sua higiene matinal. Os barbeiros, como se sabe, prop�cios � subvers�o e � anarquia, l� se ofereciam para a fun��o revolucion�ria de escanhoar os fragateiros, padeiros, trabalhadores rurais, latoeiros em greve.
10:38
(JPP)
Sex with a Famous Poet I had sex with a famous poet last night and when I rolled over and found myself beside him I shuddered because I was married to someone else, because I wasn't supposed to have been drinking, because I was in fancy hotel room I didn't recognize. I would have told you right off this was a dream, but recently a friend told me, write about a dream, lose a reader and I didn't want to lose you right away. I wanted you to hear that I didn't even like the poet in the dream, that he has four kids, the youngest one my age, and I find him rather unattractive, that I only met him once, that is, in real life, and that was in a large group in which I barely spoke up. He disgusted me with his disparaging remarks about women. He even used the word "Jap" which I took as a direct insult to my husband who's Asian. When we were first dating, I told him "You were talking in your sleep last night and I listened, just to make sure you didn't call out anyone else's name." My future-husband said that he couldn't be held responsible for his subconscious, which worried me, which made me think his dreams were full of blond vixens in rabbit-fur bikinis. but he said no, he dreamt mostly about boulders and the ocean and volcanoes, dangerous weather he witnessed but could do nothing to stop. And I said, "I dream only of you," which was romantic and silly and untrue. But I never thought I'd dream of another man-- my husband and I hadn't even had a fight, my head tucked sweetly in his armpit, my arm around his belly, which lifted up and down all night, gently like water in a lake. If I passed that famous poet on the street, he would walk by, famous in his sunglasses and blazer with the suede patches at the elbows, without so much as a glance in my direction. I know you're probably curious about who the poet is, so I should tell you the clues I've left aren't accurate, that I've disguised his identity, that you shouldn't guess I bet it's him... because you'll never guess correctly and even if you do, I won't tell you that you have. I wouldn't want to embarrass a stranger who is, after all, probably a nice person, who was probably just having a bad day when I met him, who is probably growing a little tired of his fame-- which my husband and I perceive as enormous, but how much fame can an American poet really have, let's say, compared to a rock star or film director of equal talent? Not that much, and the famous poet knows it, knows that he's not truly given his due. Knows that many of these young poets tugging on his sleeve are only pretending to have read all his books. But he smiles anyway, tries to be helpful. I mean, this poet has to have some redeeming qualities, right? For instance, he writes a mean iambic. Otherwise, what was I doing in his arms. (Denise Duhamel) * Bom dia!
01:51
(JPP)
"Uma das coisas que mais assegurar podem a futura felicidade de casados � a propor��o do casamento. A desigualdade no sangue, nas idades, na fazenda, causa contradi��o; a contradi��o, disc�rdia. E eis daqui os trabalhos por onde v�m. Perde-se a paz, e a vida � inferno. Para satisfa��o dos pais conv�m muito a propor��o do sangue, para o proveito dos filhos, a da fazenda, para o gosto dos casados, a das idades. N�o por�m que seja preciso uma conformidade, de dia a dia, entre o marido e mulher; mas que n�o seja excessiva a vantagem de um a outro. Deve ser esta vantagem, quando a haja, sempre a parte do marido em tudo � mulher superior. E quando em tudo sejam iguais, essa � a suma felicidade do casamento. Dizia um nosso cortes�o, havia tr�s castas de casamento no mundo: casamento de Deus, casamento do diabo, casamento de morte. De Deus, o do mancebo com a mo�a. Do diabo, o da velha com o mancebo. Da morte, o da mo�a com o velho. Ele certo tinha raz�o porque os casados mo�os podem viver com alegria; as velhas casadas com mo�os vivem em perp�tua disc�rdia; os velhos casados com mo�as apressam a morte, ora pelas desconfian�as, ora pelas demasias."
01:29
(JPP)
A espingarda do ex�rcito portugu�s no final do s�culo XIX. ![]() (De um folheto pedag�gico para os oficiais de artilharia dos anos oitenta do s�culo XIX.)
01:09
(JPP)
A l�ngua que o "dr. Esperanto", "o que tem esperan�a", criou. Pode-se sempre escrever numa �rvore para uma esperantista:"Mi amas vin." ![]() Vinhetas esperantistas dos meus efemera. 8.1.05
17:51
(JPP)
"(...) lembrei-me de lhe mandar o nome por que o Penedo da Saudade, em Coimbra, foi conhecido at� aos finais do s�culo XVI: Pedra do Vento. N�o � bonito? De Coimbra, onde recentemente pegou a moda de dar, �s ruas da cidade, nomes de �rbitos! lhe mando pois esta...pedrada!" (Ana Pires)
17:13
(JPP)
"S� agora tive oportunidade de ler os textos de diversos autores que, sobre a utiliza��o dos termos "maremoto" e "tsunami", JPP incluiu no seu blogue do passado dia 2 do corrente.Ora, sem querer alimentar a controv�rsia, acho, mesmo assim, interessante tecer alguns coment�rios ao texto assinado por Lu�s Macedo, at� pela contund�ncia com que "enfatiza" a quest�o. � poss�vel que a sua (dele) idade cronol�gica apenas lhe permita recuar at� � long�nqua era em que as escolas deixaram de ter nomes e passaram a definir-se por f�rmulas matem�ticas do tipo "EB 2 +3+S". No entanto, em per�odos anteriores, quando os alunos, depois de sa�rem da escola prim�ria, ingressavam no primeiro ano do ensino liceal, j� estudavam estas quest�es. Imagine-se o despaut�rio. Ali�s, nesse tempo, os alunos tamb�m sabiam que "a onda que se gera como resultado de deslocamentos do fundo oce�nico em resposta a rupturas associadas a fen�menos de deslocamento das placas litosf�rias" j�, por diversas vezes, tinha assolado a costa portuguesa e, de forma bem dram�tica, se recordarmos o sucedido em 1755. Como sabiam, tamb�m, que n�o h� sismos "com epicentro no mar". � que o mar n�o tem sismos. Estes ocorrem sempre em terra, quer ela seja coberta de �gua ou de ar. Ora, se os portugueses de 1755 n�o precisaram de importar um estrangeirismo para baptizar o fen�meno que abalou a Europa de ent�o, talvez fosse conveniente consultarmos, agora, um simples dicion�rio. Como exemplo, sugiro o "grande Dicion�rio da l�ngua Portuguesa", coordenado por Jos� Pedro Machado, no qual "maremoto" vem definido como "grande agita��o do mar devido a oscila��es s�smicas." (Cf. terramoto). Para que a erudi��o sobre a floresta n�o nos impe�a a beleza da perspectiva da �rvore." (Ant�nio Vicente) * "Quanto ao maremoto , lembro-me de ter aprendido a diferen�a (j� explicada pelos seus leitores) no 7o ano. Mas gostaria de acrescentar algo. N�o penso que seja uma palavra de tao f�cil dic��o, sen�o n�o teria ouvido dizer no outro dia em vez de maremoto, maremorto. Penso que isto deve ter acontecido devido � tamanha mortandade que provocou e tamb�m porque existe o mar morto o qual muita gente j� deve ter ouvido falar. Ou talvez n�o. Ainda assim, o uso da palavra n�o tem regra nos telejornais em Espanha. N�o justifica, mas amortiza. � mau(p�ssimo) mas � verdade." (Filipe Figueiredo) * " O que diz o DICION�RIO DA L�NGUA PORTUGUESA CONTEMPOR�NEA , da Academia de Ci�ncias de Lisboa sobre o termo Maremoto (Do lat. mare, -is 'mar' + motus 'movimento'). Altera��o violenta das �guas do mar causada por oscila��es s�smicas do solo submarino; tremor do mar. (..) O que diz a WIKIPEDIA sobre o termo 'tsunami' The term "tsunami" comes from the Japanese language ?? meaning harbor ("tsu") and wave ("nami"). The term was created by fishermen who returned to port to find the area surrounding the harbour devastated, although they hadn't been aware of any wave in the open water. A tsunami is not a sub-surface event in the deep ocean; it simply has much smaller amplitudes (wave heights) offshore, and very long wave lengths (sometimes over 100 kilometers long), which is why they generally pass unnoticed at sea, forming only a passing "hump" in the ocean. Tsunamis were historically referred to as tidal waves because as they approach land they take on the characteristics of a violent onrushing tide, rather than the sort of cresting waves that are formed by wind action upon the ocean (with which people are more familiar). However, as they are not actually related to tides, the term is considered misleading, and its use is discouraged by oceanographers. (...) Catastrophic ocean wave, usually caused by a submarine earthquake with a magnitude greater than 6.5 on the Richter scale. Parece-me que podemos concluir que ambos os termos designam o mesmo fen�meno, ou n�o?" (Paula B.) * "Contrariamente ao que escreve o leitor Luis Macedo um Maremoto n�o � um sismo com epicentro no mar. Segundo o dicion�rio da Porto Editora e passo a citar "O maremoto corresponde a uma sucess�o de ondas, causada pela desloca��o brusca de uma grande quantidade de �gua do mar, cuja origem pode estar relacionada com actividade s�smica ou vulc�nica (ocorrida no mar), deslizamento de solos marinhos, movimentos e correntes oce�nicas, ventos ou fortes tempestades..." � curioso ainda que na entrada Maremoto aparece tambem Tsunami o que leva a pensar que a palavra j� est� "incorporada"... maremoto substantivo masculino GEOGRAFIA 1 - grande agita��o das �guas mar�timas por vibra��es s�smicas, erup��es vulc�nicas submarinas ou fen�menos de abatimento do fundo, que originam ondas solit�rias; 2 - invas�o da costa e do litoral pela onda solit�ria devastadora; (Do lat. mare-, �mar� +motu-, �movimento�) tsunami substantivo masculino GEOGRAFIA vaga oce�nica provocada por um tremor de terra submarino, por uma erup��o vulc�nica ou por um tuf�o; maremoto; (Do jap. tsunami, �id.�) De atentar no seguinte texto associado sobre o terramoto de 1755 em que as palavras terramoto e maremoto s�o usadas com significado diferente... Na manh� de 1 de Novembro, dia de Todos os Santos, um violento terramoto fez-se sentir em Lisboa, Set�bal e no Algarve. Na capital, local onde atingiu maior intensidade, foi acompanhado por um maremoto que varreu o Terreiro do Pa�o e por um gigantesco inc�ndio que, durante 6 dias, completou o cen�rio de destrui��o de toda a Baixa de Lisboa. Este tr�gico acontecimento foi tema de uma vasta literatura, que se desenvolveu um pouco por toda a Europa e de que � exemplo o poema de Voltaire Le D�sastre de Lisbonne (1756)... Como referenciar este artigo: Terramoto de 1755 e Reconstru��o Pombalina. In Infop�dia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2005. [Consult. 2005-01-03]. (Fernando Manuel Soares Fraz�o)
17:06
(JPP)
"Ainda a prop�sito da utiliza��o da l�ngua portuguesa nas televis�es, ter� reparado (...) na forma como um jornalista da televis�o p�blica encerrou um programa cujo nome nem me recordo, mas que era uma esp�cie de revista do ano 2004? (Descobri agora que o programa se chamou: 2004: O ANO EM REVISTA Os acontecimentos mais medi�ticos do ano 2004 - Apresenta��o de Pedro Oliveira. S�nteses e textos de M�rcia Rodrigues.) Pois o prezado cavalheiro (...) conclui com uma frase mais ou menos assim: "- Como dizia o poema de Jos� M�rio Branco: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Muda-se o ser, muda-se a confian�a Todo o mundo � composto de mudan�a Tomando sempre novas qualidades" (perdoem-me alguma inexactid�o, pois estou a refazer a quadra de cor) Ora quantas voltas n�o ter�o dado os ossos do velho Luis Vaz, estejam eles onde estiverem? Como � poss�vel que o monstro da RTP alimente esta ignor�ncia e (...) nos presenteia com esta alarvidade de nescitude e desrespeito? (...)" (Carlos Robalo)
13:44
(JPP)
Uma semana depois de instalar o software da Geoloc que identifica em tempo real a origem dos leitores do Abrupto, para quase 60.000 visitas (um dia em baixo), j� se podem tirar conclus�es. (Deixo de parte os �hits� que me parecem ocasionais.) O Abrupto � lido em 63 pa�ses, da Nova Zel�ndia ao Canad�, do Mali ao Uruguai, da R�ssia � Costa Rica. O grosso dos leitores � de Portugal, mas h� muitos leitores nos EUA, em Fran�a, no Brasil, no Reino Unido e Espanha, por esta ordem. Todos os pa�ses europeus e americanos (Sul e Norte) t�m leitores. Surpresas: um n�cleo de leitores no Ir�o, que todos os dias voltam ao Abrupto, o pequeno n�mero de leitores em Angola e Mo�ambique em compara��o com os de Macau, Cabo Verde, Finl�ndia e Jap�o.
13:02
(JPP)
![]() A dan�a da aranha. Ouvir uma �pizzica tarantata indiavolata� faz bem � sa�de. S� o nome n�o podia ser mais enf�tico, tr�s f�rias em sequ�ncia regular, particularmente potenciadas se for em circunst�ncias "indiavolatas".
12:07
(JPP)
O P�blico (declara��o de interesse: onde escrevo) e a opini�o com coluna vertebral. Por muito que custe a outros, se quer opini�o na imprensa escrita, tem que ir ao P�blico. O Provedor do P�blico revelou-se exigente e cr�tico dos �seus�, revelando independ�ncia face aos pr�ximos e aten��o aos interesses dos leitores e � qualidade do jornalismo a que eles t�m direito. A S�bado (declara��o de interesse: onde escrevo) � uma boa revista, infelizmente ignorada por uma pol�tica de �sinergias� que leva a promo��es e sil�ncios selectivos do que l� se publica e � de interesse geral. Por exemplo: uma entrevista reveladora de Paulo Portas, cheia de �cachas� que ficaram ignoradas. A Capital continua a ser um jornal muito desequilibrado, em parte por radicalismo, em parte por evidente falta de meios. Mas nele encontram-se informa��es que n�o se encontram em mais lado nenhum. O Clube dos Jornalistas da Dois tornou-se a primeira genu�na plataforma de debate (auto)cr�tico do jornalismo para o resto do povo (que est� na Dois �quelas horas). Nem sempre vai t�o longe como devia, mas �s vezes vai o bastante, o que � uma ruptura no corporativismo pavloviano da classe. Tamb�m depende muito de quem o apresenta. A informa��o / opini�o econ�mica na SIC Not�cias � de grande qualidade. Perez Metelo na TVI � um divulgador especializado com grandes qualidades comunicativas. A edi��o de livros e revistas sobre comunica��o est� de vento em popa. Para al�m da Trajectos e Media e Jornalismo, as colec��es "Media e Sociedade" da Editorial Not�cias e "Comunica��o" da Minerva tem dado origem a trabalhos interessantes que revelam como, � dist�ncia, os estudos acad�micos demonstram muito daquilo que os jornalistas n�o querem admitir mais em cima dos acontecimentos: bias, distor��es e manipula��es, milit�ncia pol�tica. O papel de alguns professores, como M�rio Mesquita, � fundamental nesta reflex�o. Bons blogues sobre jornalismo com destaque para Jornalismo e Comunica��o e Ponto M�dia, que ganhou o Pr�mio BOB da Deutsche Welle. As s�ries da HBO na Dois, em particular os Sopranos, como op��o editorial do canal. Entrevistas de Carlos Vaz Marques na TSF. (Sugest�o de v�rios leitores.) * P�SSIMAS COISAS NO JORNALISMO PORTUGU�S EM 2004, VISTAS PELO MESMO A decad�ncia do Di�rio de Not�cias que come�ou com a direc��o Lima e se acentuou com as grandes manobras que o levaram a pedir a demiss�o. O Di�rio de Not�cias foi a principal v�tima da nacionaliza��o guterrista da Lusomundo e das nomea��es pol�ticas que se lhe seguiram.. O jornal perdeu conte�do noticioso e encheu-se de textos de opini�o menor�ssimos, com encomendas diversas. "A pior coisa de um pol�tico que se quer respons�vel � falar de cor. J� percebi que o autor do Abrupto tem uma mem�ria selectiva que o leva a �arrasar� o passado quando n�o lhe conv�m. Porque sou visado no seu coment�rio, gostava de acrescentar o seguinte: fui convidado para a Direc��o do DN porque este matutino estava bloqueado, devido � op��o editorial de tabloidiza��o que o descredibilizara como jornal de refer�ncia; das actas da Alta Autoridade para a Comunica��o Social constam as refer�ncias que fiz ao estado em que encontrei o DN, quando ali fui ouvido em 4 de Novembro de 2004; a colec��o do DN n�o mente sobre o jornal que a minha Direc��o herdou, nem sobre o que fez no curto espa�o de tempo que lhe foi permitido permanecer. Quanto �s perip�cias que rodearam o meu afastamento � e o mal que tamb�m causaram ao DN - � um caso t�o triste e vergonhoso que me dispenso de voltar ao assunto."O problema do que escreve Delgado n�o est� nas suas opini�es mas na m� qualidade dos escritos. Proselitismo ac�falo, mau portugu�s, pouca informa��o, wishful thinking, ressentimento, grau zero de pensamento e ataques pessoais at� dizer basta. Se n�o tivesse as fun��es de nomea��o pol�tica que tem nenhum jornal s�rio o publicaria. A �central de informa��es� tornou-se o s�mbolo vis�vel da tentativa do governo Santana Lopes-Paulo Portas para interferir na comunica��o social invadindo-a de not�cias �positivas�. Depois, clandestinamente, viriam as �negativas� (para os advers�rios) porque as empresas e os jornalistas envolvidos na opera��o oferecem �promo��es� e �despromo��es�. A sa�da de Marcelo da TVI foi o principal resultado, insisto resultado, da pol�tica do �contradit�rio� governamental. Sa�da de Sena Santos da Antena 1, independentemente das raz�es que a motivaram. (Sugest�o de Diogo Salvi com que concordo.) Pl�gios dos blogues onde se tem destacado o P�blico. S� para falar dos que s�o mais vis�veis, porque h� muito mais � ideias, palavras, classifica��es, assuntos � que s� os autores originais d�o por ela. E os plagiadores. O processo da pedofilia na Casa Pia � o s�mbolo do vale tudo na luta pelas audi�ncias e pelas tiragens. A masturba��o da dor, mais uma vez, a prop�sito do massacre causado pelo maremoto asi�tico. 500 horas de futebol na RTP durante o Euro2004 e est� dito tudo sobre o �servi�o p�blico�. O fim dos notici�rios como eu os conhecia, com not�cias. Agora s�o espect�culos, com as not�cias a correrem num roda-p� quase por desculpa. ( A excep��o � o Jornal 2 da Dois.) "Parece-me (declara��o de interesse: sou coordenador e apresentador do mesmo, embora apenas semana sim, semana n�o, alternando com a Alberta Marques Fernandes) que o Jornal 2 n�o deveria ser metido no mesmo saco, nem mesmo por omiss�o, onde est�o os telejornais dos canais generalistas. Est� o Jornal 2, evidente e infelizmente, ainda longe do que eu pessoalmente entendo dever ser um servi�o di�rio de informa��o no Servi�o P�blico, o tal �notici�rio� como V. e eu conhec�amos. Mas o esfor�o meu pessoal e da minha reduzid�ssima equipa �, garanto-lhe, persistente e intenso. E asseguro-lhe que, comigo, n�o haver� ali acolhimento para �a telha que ca�u na cabe�a da D. Mariquinhas�, para usar a pertinente express�o do dr. Alberto Jo�o Jardim. "Manuela Moura Guedes faz um com�cio do ex-PP de Monteiro e Portas em todos os notici�rios da TVI. N�o � mau para nos lembrarmos de onde aquilo vem, mas apetece voltar a meter-lhe as palavras na boca. As not�cias da primeira p�gina do Expresso, quase todas encomendas, muitas falsas, inverificadas e especulativas. NOTA: por muito grande consumidor que seja, n�o posso ler/ouvir/ver tudo. Por exemplo: tenho ouvido pouca r�dio, da� a fraca representa��o da r�dio. O texto passou da vers�o 1.0 a 2.0 com a colabora��o dos leitores do Abrupto. * Algumas opini�es que n�o posso de todo julgar por desconhecimento meu"Se puder deitar-lhes a m�o, leia os textos de Joel Costa na Antena 2. � a esta��o radiof�nica que oi�o. Outras, dific�lmente consigo suportar. At� a Antena 1 transmite not�cias (?) de futebol de meia em meia-hora pelo menos durante a manh�."
11:42
(JPP)
Tanto esquecimento no PSD! Fazem parte do patrim�nio legislativo do partido, v�rias propostas destinadas a baixar a percentagem dos votos necess�rios para se poder governar em maioria absoluta. Uma delas apontava o limiar dos 38% dos votos e deu origem a uma grande discuss�o sobre a falta de governabilidade induzida pelo sistema eleitoral. O problema n�o � s� do PSD, � tamb�m do PS, com muitas dificuldades para fazer coliga��es � esquerda pela marginaliza��o do PCP da governa��o. O PCP e o PP, que se lhes opuseram, lembram-se certamente dessas propostas. O PSD esqueceu-se. Hoje raciocina como um pequeno partido que precisa de garantias para se coligar e desistiu de chegar l� sozinho. A governabilidade interessa-lhe pouco e ficar ref�m do PP importa ainda menos a muitos que desejam o PSD como partido de direita.Come�a a interiorizar uma pequenez que n�o lhe pertence.
11:38
(JPP)
Em tr�nsito. Kinky, e The Star-Spangled Banner mais propriamente. E parando em poemas como este Buddhist Barbie In the 5th century B.C. an Indian philosopher Gautama teaches "All is emptiness" and "There is no self." In the 20th century A.D. Barbie agrees, but wonders how a man with such a belly could pose, smiling, and without a shirt. e Sex with a Famous Poet e Yes, que ficam para outra altura, mais / menos repousada. 7.1.05
10:35
(JPP)
![]() 5.1.05
07:13
(JPP)
Crossroads The second half of my life will be black to the white rind of the old and fading moon. The second half of my life will be water over the cracked floor of these desert years. I will land on my feet this time, knowing at least two languages and who my friends are. I will dress for the occasion, and my hair shall be whatever color I please. Everyone will go on celebrating the old birthday, counting the years as usual, but I will count myself new from this inception, this imprint of my own desire. The second half of my life will be swift, past leaning fenceposts, a gravel shoulder, asphalt tickets, the beckon of open road. The second half of my life will be wide-eyed, fingers shifting through fine sands, arms loose at my sides, wandering feet. There will be new dreams every night, and the drapes will never be closed. I will toss my string of keys into a deep well and old letters into the grate. The second half of my life will be ice breaking up on the river, rain soaking the fields, a hand held out, a fire, and smoke going upward, always up. (Joyce Sutphen) * Bom dia! At� j�. 4.1.05
22:15
(JPP)
![]() O Padre Ant�nio Vieira escreveu v�rios serm�es com este t�tulo sobre as virtudes do Ros�rio. O censor, Rafael Bluteau, escreveu sobre eles: "n�o achando nele coisa alguma contra a nossa santa f� ou bons costumes, a censura que lhe dou � que todos � na minha opini�o � se poder�o queixar deste livro: os leitores, porque ter�o tanto que admirar que lhes faltar� tempo para ler, e os escritores, porque ter�o tanto que observar que n�o lhes ficar� lugar para escrever, (�) Desmente, pois, esta obra as obras da natureza, porque, sendo cada folha deste livro uma rosa, n�o h� em todas estas rosas um espinho."
18:15
(JPP)
![]() Se S� Carneiro fosse vivo, a sua fotografia saltaria dali mais r�pido ainda do que a de Cavaco.Haja respeito pelos mortos, que j� n�o est�o c� para falar e se defender, mas sempre fizeram e escreveram o bastante para se perceber a abissal diferen�a. Abissal.
15:44
(JPP)
![]() Abdel Halim Hafez, outro grande cantor, tamb�m usou o nome de �Rouxinol�.
15:10
(JPP)
![]() Dele se conhece este di�logo com Ram�n Valle-Incl�n: " Valle-Incl�n: �Es usted divino, Juan; s�lo le falta morir en la plaza�. Belmonte contest�: -Se har� lo que se pueda, Don Ram�n."
13:42
(JPP)
![]() A revista agora � an�dina e provavelmente igual a muitas outras (n�o sou especialista). Mas lembro-me bem da velha Mani di Fata, com os suplementos dos bordados que a minha m�e fazia, em renda branco-prata sobre azul escuro, um azul parecido com as c�pias a qu�mico. Outro mundo, o das m�os de fada. * (...) ao ler o �post� Mani di Fata fui repentinamente assaltado por gratas recorda��es de saudosos tempos de inf�ncia, e senti uma grande vontade de as exteriorizar.(Gilberto Vasco)
13:18
(JPP)
O que � o PSD sem nenhum dos seus l�deres anteriores a Santana Lopes? Sem Rui Machete, Marcelo, Dur�o Barroso, Fernando Nogueira, Cavaco Silva. O que � o PSD sem nenhum dos seus ministros das Finan�as dos �ltimos governos at� ao de Santana Lopes, que era do PP? O que � o PSD sem nenhum dos seus ministros de relevo, dos Assuntos Parlamentares, da Economia (excep��o para �lvaro Barreto), etc., etc. at� aos governos de Santana Lopes? O que � o PSD sem nenhum dos seus lideres parlamentares at� � �ltima legislatura (com excep��o de Duarte Lima)? O que � o PSD sem as suas figuras p�blicas que ainda conseguem falar para a universidade, para os jovens, para os empres�rios, para os sectores mais din�micos da sociedade? O que � o PSD sem os self made man que o fizeram, em vez dos assessores, dos mil e um detentores de cargos de nomea��o estatal ou aut�rquica, sem profiss�o que n�o seja o partido? � o PSD que jantou em Lisboa com Santana Lopes. A reportagem da Lux � elucidativa: meia d�zia de actores, respeit�veis � certo, mas a milhas do que � o teatro de hoje, artistas de variedades, socialites, fadistas� Eu sei que muitos militantes l� estiveram com dedica��o ao seu partido e a Portugal. Mas deviam olhar � volta e pensar como � que se chegou aqui, que tipo de selec��o est� a ser feita.
09:59
(JPP)
A vers�o 2.0 do BOAS / P�SSIMAS COISAS NO JORNALISMO PORTUGU�S EM 2004 ter� que esperar um pouco mais, dada a abund�ncia dos contributos recebidos e alguns pesos e medidas a ter em conta.
09:55
(JPP)
Nome de um grupo anarquista dos anos vinte (?) do s�culo XX. GRANDES NOMES Em breve Edelweiss, Mani di Fata, Heno de Pravia e outros.
09:37
(JPP)
![]() Bernardim (outro grande nome) Ribeiro
09:28
(JPP)
![]() C�dice alcobacense de autoria an�nima, de finais do s�culo XIV, ou dos primeiros anos do s�culo XV. Nele se escreve: �Uaydade de uaydades, e todallas cousas som uaydades�.
09:08
(JPP)
![]() ![]() ![]() Um resto de antigas guerras em Miranda do Douro.
08:53
(JPP)
New Eyes Each Year New eyes each year Find old books here, And new books,too, Old eyes renew; So youth and age Like ink and page In this house join, Minting new coin. (Philip Larkin) * Bom dia! 3.1.05
22:20
(JPP)
"Diz ele (quatro anos e meio): M�e, os tigres sobem para as �rvores? Eu, insegura dos comportamentos dos tigres, mas segura de que n�o queria nem uma longa conversa, nem defraudar expectativas, digo: Sobem, pois. Diz ele: � para dormir n�o �? Eu (sem olhar nem dar import�ncia): Claro que �! Diz ele: E para relaxar� (escusado ser� dizer que toda uma nova perspectiva sobre o comportamento dos animais selvagens se abriu para mim com a introdu��o do �relaxamento� no seu reino)." (J.)
20:21
(JPP)
O nome do perfume de Justine no Quarteto de Alexandria. (N�o h� nenhum perfume com este nome� s� um baton da Lanc�me. ![]() GRANDES NOMES: PR�NCIPE NEGRO Pr�ncipe Eduardo de Inglaterra , conhecido como o �Pr�ncipe Negro�(1330-1376), talvez pela cor da armadura. GRANDES NOMES: O ANACORETA DO AR Nome que o Padre Ant�nio Vieira d� a Sime�o Estilita, "a quem com raz�o podemos chamar Anacoreta do Ar, e n�o da terra. Vivia sobre uma coluna de trinta e cinco c�vados de alto, onde perseverou oitenta anos ao sol, ao frio, � neve, aos ventos, comendo uma s� vez na semana, e orando de dia e de noite, quase sem dormir."
19:06
(JPP)
Coloquei no VERITAS FILIA TEMPORIS os dois artigos que publiquei em Mar�o de 2002 sobre a campanha eleitoral do Porto ocorrida nessa altura. � luz das escolhas que est�o a ser feitas na lista do PSD no Porto, e das atitudes recentes de Pinto da Costa, penso que � mais que �til lembrar o que aconteceu nessa j� completamente esquecida campanha de h� quase tr�s anos.
10:26
(JPP)
"Tenho escrito para n�o sei quantos �rg�os de comunica��o social a recordar que n�o h� motivo nenhum para abandonar a express�o Portuguesa �Maremoto� em favor da Japonesa �Tsunami�. Maremoto � ali�s uma excelente palavra de f�cil dic��o e cujo sentido � f�cil de apreender dada a proximidade a �terramoto�. No notici�rio de 1 de Janeiro da R�dio Renascen�a chegou-se ao c�mulo de noticiar o desastre ocorrido no �ndico usando indistintamente �Tsunami� e �Maremoto�, como se a l�ngua Portuguesa fosse, para a comunica��o social nacional, de uso volunt�rio. A seguir passou a grava��o do Papa a dar a mensagem de ano novo em l�ngua Portuguesa: para este Polaco � importante falar Portugu�s quando se dirige aos lus�fonos. O �Tsunamismo� � mais irritante no servi�o p�blico. Para a RTP � absolutamente indiferente usar uma express�o ou outra." (Manuel Pinheiro) * "(...) maremoto e tsunami s�o de facto termos distintos e cuja distin��o, hoje mais do que nunca atendendo ao frenesim circense medi�tico a que se assiste, importa enfatizar. A palavra maremoto, desde que se ensinam ci�ncias naturais no 7� ano de escolaridade, concretamente a �rea de conhecimento da geologia, � o termo utilizado para designar um sismo com epicentro no mar. J� a palavra tsunami, sem que se fa�a uso da analogia japonesa sobejamente conhecida pelos dias que correm e que, por economia de tempo e palavras, n�o vale agora a pena recordar, � o termo utilizado para designar a onda que se gera como resultado de deslocamentos do fundo oce�nico em resposta a rupturas associadas a fen�menos de deslocamento das placas litosf�rias, rupturas essas frequentes quando num contexto geotect�nico de bordo de placas como aquele que se verifica na zona do epicentro desse sismo. Assim, dependendo da energia libertada pelo sismo e o consequente deslocamento e ou ruptura associada, um maremoto pode ou n�o provocar um tsunami. Eu deixaria antes a minha cr�tica � comunica��o social pela forma distinta, umas vezes, e indistinta, outras vezes, como utilizou este termo, convidando engenheiros de estruturas em lugar de ge�logos a explicar um fen�meno eminentemente geol�gico e explorando a cat�strofe em lugar de explorar a necessidade de medidas preventivas no nosso pa�s contra fen�menos parecidos, como de resto tem vindo a ser seu apan�gio nos �ltimos anos� Mas tudo vai bem, temos j� o Sporting-Benfica no pr�ximo s�bado pelo que dessa forma, ainda que de forma lament�vel, dever� abrandar o chorrilho de lugares comuns e erros cient�ficos que qualquer puto do 7� ano ser� capaz de apontar aos senhores da comunica��o social, que falam de futebol e ci�ncia como se fossem licenciados em ambas as �reas� � verdade, n�s no nosso pa�s, como na Inglaterra e outros pa�ses de vanguarda, tanto quanto me � dado a perceber pelos programas do ensino p�blico, tamb�m ensinamos o que s�o tsunamis e sismos, e que at� s�o sentidos �s dezenas todos os dias, v�-se l� saber�" (Lu�s Macedo) * "A express�o portuguesa "Maremoto" �, de facto, f�cil de apreender e ilustra o ocorrido na perfei��o (embora, pessoalmente, prefira a express�o "Tsunami"). O problema � que, a maioria dos jornalistas portugueses com cargos de responsabilidade, s�o da minha gera��o. A mesma gera��o que aprendeu nos livros da escola secund�ria, que um maremoto era um terramoto numa zona banhada por um oceano... E nunca se fez o devido paralelo com a express�o "Tsunami". Da� que, para muito boa gente, um maremoto � um terramoto em superficie oce�nica, e um Tsunami � uma consequ�ncia desse maremoto. E n�o h� quem clarifique de uma vez por todas, esta quest�o nas reda��es da imprensa portuguesa." (Daniel Rodrigues) * "N�o colocando o mesmo empenho na defesa da l�ngua que o manifestado pelo leitor Manuel Pinheiro (a mim n�o me repugna que o Jap�o contribua para o enriquecimento do portugu�s com a palavra tsunami), acrescento outra express�o sin�nima para designar o fen�meno em causa: raz de mar�." (Ant�nio Cardoso da Concei��o) * "N�o sendo eu um linguista (estou mesmo muito longe) permita-me, ainda assim, a seguinte opini�o quanto � utiliza��o, considerada desnecess�ria por parte do Sr. Manuel Pinheiro, da palavra tsunami. Da minha forma��o cient�fica aquilo que retive � que maremoto significa sismo sob o oceano, enquanto tsunami � a onda consequente. Daqui se retira a utilidade para a nossa l�ngua de dois termos distintos." (Pedro Barros)
10:11
(JPP)
Ela disse: �este livro custou-me quinhentos paus, para a�� Ele disse: �daqui a uns anos v�o ter que fazer uma nota de rodap� se continuas a falar assim�� �Porqu�?� �Porque isso dos �paus� vai desaparecer. N�o est�s a ver os euros ficarem assim�plebeus.� �Est�s-me a chamar nomes?� �Estou, mas a culpa � dos euros.� * "Pouco depois da entrada em circula��o (f�sica) do Euro o meu filho tentou cravar-me "vinte europaus". A coisa teve piada mas nem a express�o pegou nem ele levou o dinheiro. Uma poss�vel explica��o para a dupla negativa reside no casamento gritantemente contranatura entre o nosso cal�o e a higienizada linguagem de Bruxelas, ou como se tivesse sido criada uma aberra��o lingu�stica." (af)
09:41
(JPP)
No Portal do Astr�nomo escrevi sobre Um Mar Diferente. A vers�o 2.0 de BOAS / P�SSIMAS COISAS NO JORNALISMO PORTUGU�S EM 2004, com as sugest�es recebidas dos leitores ser� colocada em linha no final do dia.
09:16
(JPP)
Welcome if you believe nothing is always what's left after a while, as I did, If you believe you have this collection of ungiven gifts, as I do (right here behind the silence and the averted eyes) If you believe an afternoon can collapse into strange privacies- how in your backyard, for example, the shyness of flowers can be suddenly overwhelming, and in the distance the clear goddamn of thunder personal, like a voice, If you believe there's no correct response to death, as I do; that even in grief (where I've sat making plans) there are small corners of joy If your body sometimes is a light switch in a house of insomniacs If you can feel yourself straining to be yourself every waking minute If, as I am, you are almost smiling . . . (Stephen Dunn) * Bom dia!
01:50
(JPP)
Faz sempre bem ver uma grande e pomposa orquestra como a de Viena, oriunda de uma das terras mais sofisticadas da Europa, a fazer a r�bula de cantar os �l�-l� da Polka dos Camponeses de Strauss como uma banda de aldeia que perdeu o controle com a for�a da m�sica� Mas �. Mesmo ensaiada, � a for�a da m�sica, a �nica maneira de gerar alegria do nada.A �nica tecnologia n�o qu�mica da alegria.
01:00
(JPP)
"Se os textos de Padre Ant�nio Vieira sobre �docilidade�, �desejar ser�, e o de hoje �Miguel e L�cifer� s�o tocantes porque encerram em si muito do que (para mim) � a mais profunda e simples sabedoria do catolicismo - que levado �s �ltimas consequ�ncias se encontra em casos como a Madre Teresa de Calcut�, que n�o d� lugar a grande indiferen�a da nossa parte, (j� o �anacoreta do ar� � del�rio puro, ou alegoria com muita forma e pouca ess�ncia). O que me faz confus�o � a leitura pol�tica subjacente aos textos, dadas as caracter�sticas do Blogue, do seu autor e da situa��o pol�tica peculiar em que nos encontramos, que motivam a escolha destes textos. S�o textos que encerram uma sabedoria demasiado preciosa para se agarrarem tanto ao momento, a este tempo e a este espa�o. Eles querem liberdade e n�o peias ou lanternas que apontem direc��es. No Abrupto dificilmente os conseguimos ler como deveriam ser lidos� Ou ser� que estou completamente enganada e � uma genu�na vontade de busca de santidade que move o autor do Abrupto?" (J.) 2.1.05
22:34
(JPP)
"De sorte que a principal diferen�a que ent�o houve e hoje h� entre Miguel e L�cifer, � que Miguel chama-se S. Miguel, e L�cifer n�o se chama santo. Direis que tamb�m foi privado L�cifer da gl�ria e da vista de Deus. N�o foi, porque essa ainda a n�o tinha, que se j� tivera visto a Deus n�o o pudera ofender nem perder a gra�a e santidade. Mas, assim como Deus o privou da gra�a e da santidade, por que o n�o privou tamb�m de tudo o mais? Quando um vassalo se rebela contra seu rei, confiscam-lhe todos seus bens. Pois, se L�cifer se rebelou contra Deus, por que lhe confiscam s� a gra�a e a santidade, e lhe deixam tudo o mais? Porque s� a gra�a e a santidade s�o bens: tudo o mais que t�m os anjos maus, uma vez que n�o t�m santidade, antes s�o males que bens. A ci�ncia, sem santidade, � ignor�ncia; a formosura, sem santidade, � fealdade; o poder, sem santidade, � fraqueza; a grandeza, sem santidade, � mis�ria; e por isso s�o os anjos maus os mais miser�veis de todas as criaturas, assim como os anjos bons os mais felizes e bem-aventurados de todas: estes porque s�o santos, aqueles porque n�o s�o santos."
20:01
(JPP)
![]() A lua de Saturno Iapetus entra pela esquerda baixa, o lugar da surpresa no teatro. Vem devagar e em sil�ncio. Traz aug�rios.
16:54
(JPP)
Isto de fam�lias antigas �, de um modo geral, complicado. � verdade que o tempo depois se encarrega de simplificar. No caso dos Pachecos, e do seu ramo os Pachecos do Porto, os Pacheco Pereira, o grande simplificador foram trinta anos de usura, hipotecas, desvarios m�ltiplos, grandeur sem cash, s� terras e quintas e foros e laud�mios, parentela diversa, heran�as complexas, zangas �picas, e uma singular incapacidade dos Pachecos, pelo menos aqueles cuja mem�ria ainda vivia nos que conheci (incluindo os que conheci) para qualquer coisa que fosse neg�cio ou sequer ganhar dinheiro. Vagabundos pelo mundo todo, bo�mios, pintores, bibli�filos, freiras, h� de tudo, personagens de um mundo que, entre as �ltimas d�cadas do s�culo XIX e os primeiros cinquenta anos do s�culo XX, mudou demais e eles, dobrados ao peso de oitocentos anos de mem�rias reais e fict�cias, mudavam cada vez menos. Dava um romance, cheio de figuras �nicas. ![]() ![]() ![]() ![]()
09:05
(JPP)
Wallace Stevens On His Way To Work He would leave early and walk slowly As if balancing books On the way to school, already expecting To be tardy once again and heavy With numbers, the unfashionably rounded Toes of his shoes invisible beyond The slope of his corporation. He would pause At his favorite fundamentally sound Park bench, which had been the birthplace Of paeans and ruminations on other mornings, And would turn his back to it, having gauged the distance Between his knees and the edge of the hardwood Almost invariably unoccupied At this enlightened hour by the bums of nighttime (For whom the owlish eye of the moon Had been closed by daylight), and would give himself wholly over Backwards and trustingly downwards And be well seated there. He would remove From his sinister jacket pocket a postcard And touch it and retouch it with the point Of the fountain he produced at his fingertips And fill it with his never-before-uttered Runes and obbligatos and pellucidly cryptic Duets from private pageants, from broken ends Of fandangos with the amoeba chaos chaos Couchant and rampant. Then he would rise With an effort as heartfelt as a decision To get out of bed on Sunday and carefully Relocate his center of gravity Above and beyond an imaginary axis Between his feet and carry the good news Along the path and the sidewalk, well on his way To readjusting the business of the earth. (David Wagoner) * Bom ano! Bom dia! 1.1.05
23:29
(JPP)
![]() Madeira a arder. Lenha. Um tronco de oliveira que arde por dentro, crepitando no ar frio, que arde sempre at� desaparecer num monte de cinza. Lenha, feita de velhas traves de madeira de uma casa. Nas cinzas aparecem pregos antigos. H� quantos anos foram pregados? Por volta de mil oitocentos e noventa e tr�s. Mais de cem anos dentro da madeira rija. Ferro quase sem ferrugem. Grosso, rugoso ao tacto. Tra�os negros no interior do vermelho vivo, quando a madeira fica quase transparente, antes do momento da desagrega��o em que se torna em brasas e depois em cinzas. Por fim, os pregos tombam no ch�o. N�o h� estrutura. Acabou.
19:59
(JPP)
"De alguns se escreve que de noite mediam as horas da ora��o com um novo e admir�vel rel�gio do sol, porque come�avam a orar quando se punha, e acabavam quando nascia. Mais fazia Sime�o Estilita, a quem com raz�o podemos chamar Anacoreta do Ar, e n�o da terra. Vivia sobre uma coluna de trinta e cinco c�vados de alto, onde perseverou oitenta anos ao sol, ao frio, � neve, aos ventos, comendo uma s� vez na semana, e orando de dia e de noite, quase sem dormir. Umas vezes orava de joelhos e prostrado, outras em p� e com os bra�os abertos, e nesta postura estava reverenciando continuamente a Deus com t�o profundas inclina��es, que dobrava a cabe�a at� os artelhos. Teodoreto, testemunha de vista, quis saber o n�mero a estas inclina��es, e tendo contado mil duzentas e quarenta e quatro, cansado de contar, n�o foi por diante. Oh! assombro! Oh! prod�gio! Oh! exemplo singular�ssimo do que pode a fraqueza do nosso barro fortalecida da gra�a! Um tal g�nero de vida, mais foi admir�vel que imit�vel. Mas o que mais admira, � que lhe n�o faltaram imitadores. Estilita quer dizer o habitador da coluna, e houve outro estilita, tamb�m Sime�o, e outro estilita, Daniel, e outros. Tanto pre�o tem, nos que o sabem avaliar, o ser santo. "
� Jos� Pacheco Pereira
In�cio |