ABRUPTO |
![]() semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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6.3.14
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UCRÂNIA – CUIDADO COM OS “BONS” E OS “MAUS”
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Uma política irresponsável da União Europeia e dos EUA face à Ucrânia, incentivando uma revolta dos ucranianos ocidentais, que nunca quiseram a hegemonia russa e tem todo o direito a não querer, conduziu a uma secessão de facto do país, solução para que a União empurrou a revolta, mas não pode sancionar juridicamente. Mas, qualquer pessoa que conheça a história ucraniana, com muito sangue à mistura, não imagina que a Ucrânia oriental aceite ser governada por radicais nacionalistas com uma genealogia complicada desde os anos vinte do século XX, que para essas populações são “fascistas”. E o termo, a julgar pela história, tem alguma razão de ser.
O que mais assusta é a facilidade com que se aceita esta dualidade na comunicação social e nos governos. Escrevo isto depois de ler páginas e páginas da imprensa portuguesa, em que o “europeísmo” exacerbado leva a estas mobilizações politicamente correctas dos “bons” contra os “maus”, que acabam sempre num impasse. Veja-se a Síria.
Em países ou áreas do mundo como é o Leste da Europa ou as Balcãs, no Cáucaso ou até no Báltico, não se podem atear fogos nacionalistas, - que é o que a muito pouco nacionalista União está a fazer, - sem estar disposto a mudar as fronteiras, a coisa mais razoável a fazer em casos em que os países foram artificialmente criados a partir de territórios muito heterogéneos. Ou mesmo sem ser capaz de aceitar deslocações de populações, que a muito civilizada Sociedade das Nações fez no século XX entre a Grécia a Turquia, e agora seria um anátema. O resultado é forçar “limpezas étnicas” feitas na guerra e na violência extrema, como aconteceu na Bósnia de que muito se fala e na Krajina sérvia dentro da Croácia, em números a mais significativa, mas de que não se fala.
A crise ucraniana está só no seu começo. Os russos mandam tropas, alguns grupos mais radicais vão disparar no sítio errado contra a gente errada, com os habituais apoios dos serviços secretos, a União Europeia, que não tem tropas, vai ficar, como sempre, dependente dos americanos, e os americanos que estão a sair militarmente de todo o lado vão pressionar a Rússia com sanções económicas. Quem pagará o preço serão os ucranianos, de um lado ou de outro da Ucrânia.
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© José Pacheco Pereira
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