ABRUPTO

1.3.14


    
  É FÁCIL ENGANA-LOS, PORQUE ELES QUEREM SER ENGANADOS

Manuscrito de um discurso de Sá Carneiro sobre o exercício do poder.

As minhas peripécias só revelam a inexistência de qualquer análise que não seja procedimental ou anedótica, em detrimento do conteúdo. O que é que lá foi dito de relevante para a actual situação do país, que discurso traduziu as dúvidas dos militantes que antes eram críticos, ou que são críticos na televisão (para usar um argumento muito de preferência da direcção actual na luta contra os "cata-ventos")? Nada. Todos se renderam ao actual poder, entre outras coisas porque precisam dele, ou para lhes manter os lugares de nomeação governamental que detém, ou para terem o apoio do PSD nas suas ambições políticas, ou, como Aguiar Branco, para nunca ser "ex-" de coisa nenhuma. 

Depois, basta dizer meia dúzia de frases de índole social, triviais e desligadas do contexto actual, em particular desligadas da sua relação com a política do governo, para se passar a ser social democrata. Os pobres de facto tem costas largas na política, e servem para as lágrimas de circunstância. E logo a seguir, os mesmos interlocutores, passam a tecer loas ao mesmo governo que está a criar o enorme desastre social, como se se pudesse dizer tudo e o seu contrario. Poder pode e até ver a comunicação social louvar a sua "preocupação social". É de facto fácil engana-los, que, como eles precisam de novidade, querem ser enganados.

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© José Pacheco Pereira
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