ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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23.9.13
O NAVIO FANTASMA (37): A VERDADE É SEMPRE MUITO SIMPLES
Se houver segundo resgate é porque a política do governo Passos Coelho - Gaspar - Relvas - Portas - Maduro falhou. Falhou porque estava errada e acumulou erros colaterais, falhou por incompetência e ilusão, falhou porque o príncípio de Peter tem muita força, falhou porque era irrealista, começou por ser ingénua e acabou por ser dolosa, tinha poucas e más ideias e teve uma péssima execução. Falhou porque a realidade tem muita força e quem não a conhece bate com a cabeça na parede. Falhou porque gente medíocre pensou (e pensa) que é genial e que pode "mudar Portugal" com meia dúzia de ideias gerais, muitos preconceitos e uma gigantesca ignorância. O último que sabia o que queria, saiu porque percebeu demasiado tarde o que seria o dia 23 de Setembro. O penúltimo que sabia ao que vinha, quis fugir "irrevogavelmente" a tempo, mas estava envolvido numa teia sem liberdade e regressou coroado por uma coroa de pirite, o ouro dos tolos. Detonou a crise que ainda se vive e que o Presidente da República permitiu que se tornasse pantanosa.
Quem não começa por aqui, não percebe o que se passou nos últimos dois anos. A situação europeia, as resistências sociais e políticas, as decisões do Presidente da República e do Tribunal Constitucional, tudo isso teve um papel, mas não foi central. O que foi (e é) central foi a decisão de fazer uma lei inconstitucional, não a decisão do Tribunal em travá-la. O que é central foi semear a semente da cizânia para obter ganhos políticos e deixar o país estragado.
Falhou, já falhou há muito tempo, se tivessem algum resto de estima pelo país e pelos portugueses já tinham escolhido um mosteiro longínquo para reclusão perpétua a pedir perdão a todos os deuses. Mas não é gente dessa, já estão a ensaiar todas as justificações com a procura obsessiva de bodes expiatórios, para não se assumirem as responsabilidades. Pobre país, o nosso.
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© José Pacheco Pereira
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