ABRUPTO

16.8.13


PRESIDENCIAIS NA SILLY SEASON 


As Presidenciais têm uma especial tendência para voltar na silly season. Como as coisas que se passam a sério, como os cortes nas reformas, são demasiados sérios para serem silly, as grandes manobras de longo prazo podem desenvolver-se debaixo do calor estival, propenso a inflamar as meninges. E parece que o lugar está a saldo, tantos candidatos aparecem: Marcelo Rebelo de Sousa (candidatura patrocinada por si próprio e pelas sondagens), Durão Barroso (candidatura patrocinada por si próprio e pelo seu grupo no PSD), Santana Lopes (candidatura patrocinada por si próprio e pelo seu grupo no PSD), Assunção Esteves (candidatura sugerida por cenários), António Guterres (candidatura proposta por Marcelo Rebelo de Sousa), António Costa (candidatura sugerida pelas sondagens, pelos amigos de Seguro, por Marcelo Rebelo de Sousa e por cenários), José Sócrates (candidatura sugerida pelos seus inimigos e pelos seus fãs, ambos com a mesma intensidade), Sampaio da Nóvoa (candidatura sugerida pela esquerda entre o PS e o BE), etc., etc. 

O trio do PSD, Marcelo, Barroso e Santana, é o mais activo nos preliminares, essencialmente marcando o terreno uns aos outros, e, se estivermos atentos às suas falas, mas acima de tudo aos seus silêncios, as manobras de posicionamento são evidentes. Dada a natureza das personagens e ao facto de todos terem eleitorados potenciais muito próximos, será uma luta feia, demasiado corpo a corpo para não fazer estragos. Todos se conhecem bem demais e todos têm uma história comum. Não vai ser bonito de ver.

Estas são as candidaturas que nascem nos partidos ou estão no meio político-comunicacional. Depois há que esperar um surto de independentes, alguns dos quais podem fazer estragos porque o populismo aguça demasiados apetites. E o populismo não é difícil nestes tempos de fácil demagogia. Também não vai ser bonito de se ver.

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© José Pacheco Pereira
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