ABRUPTO

20.7.13


 
REPUTAÇÃO 

Arlecchino Servitore de Due Padroni

Paulo Portas referiu-se, usando a sempre invocada frase de Sá Carneiro, a que eram pouco importantes os “danos à sua reputação pessoal” face aos problemas do país. Mas não se referiu genericamente aos “danos à sua reputação”, mas “aos danos à sua reputação nas vossas intervenções”, ou seja, nas intervenções dos deputados da oposição no parlamento e não junto dos portugueses. Portas recusa-se a admitir que os “danos” estão muito para além das picardias parlamentares, estão junto de cada um dos portugueses, do CDS ao PCP, no homem comum. 

 Ele acha, como demiurgo, que pode remediar tudo, e conta com a máquina do esquecimento, e com a cumplicidade de muitos jornalistas. Mas este passo irrevogável e a sua responsabilidade directa no facto de o país ter perdido milhões não será esquecido. Mesmo que, na língua ligeira do CDS e da direita dos blogues, se lhes dobre a língua para culpar Portas e Passos pelos milhões perdidos, que seriam imediatamente assacados, se fossem outros o alvos, ao PS, a Sócrates, à CGTP, aos estivadores, aos professores, seja lá quem for. Não, o passo de Portas foi mesmo irrevogável. Sem aspas.

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© José Pacheco Pereira
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