ABRUPTO

13.7.13


 
 A PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DO SINDICATO DO GOVERNO 


Deu-se há dias a primeira manifestação organizado pelo sindicato do governo. Não foi na rua, nem na Assembleia (nas galerias), nem às portas duma fábrica ou empresa, nem a cantar a Grândola, foi numa igreja durante uma missa. Não sei o que pensa o novo Patriarca, ou a Igreja, mas assistir à primeira manifestação pública do sindicato do governo durante uma missa coloca-lhe o dilema da lembrança de Cerejeira, presumo que lembrança muito mal vinda. Ele há cada uma, ir manifestar-se para uma Igreja durante uma missa, com dezenas de guarda-costas cá fora, é um penoso retrato do nosso sindicalismo governamental. No entanto, tem uma enorme vantagem sobre os grevistas da CGTP e da UGT, não perdem o salário de um dia de trabalho. 

A manifestação traduz um enorme suspiro de alívio com o retorno da “estabilidade” por parte dos de cima. Não é que António José Seguro seja visto como uma particular ameaça, mas os tempos não dão muita folga a brincadeiras e o recreio já está suficientemente preenchido. O susto foi grande e em tempos de guerra não se limpam armas. Acresce que nunca se sabe o que pode sair de eleições numa altura destas. Não é o PS ganhar que preocupa, bem pelo contrário, enquanto Seguro lá estiver as “crises” resolvem-se. É que uma derrota espectacular do PSD e do CDS, traria efeitos em todo o sistema político e enfraqueceria… o sindicato.

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© José Pacheco Pereira
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