ABRUPTO

27.4.13


O MATERIAL TEM SEMPRE RAZÃO (10)


O alvo do Presidente da República devia ter sido a unidade do governo e da coligação, duas coisas distintas e em ambas em crise. Nada impedia o Presidente de dizer alguma coisa do género: "é importante que os partidos do governo evitem dar sinais de divisão", ou "é preciso que o governo apareça junto dos portugueses como unido", ou mil e uma frases prudentes, cuidadosas, inatacáveis, e todas muito mais certeiras quanto ao risco de crise política a curto prazo do que as demandas do PS. Não o fez e atirou ao lado, para o mais fraco e o menos perigoso para levar à queda do governo. Agora está completamente comprometido com um governo que não tem unidade entre os partidos da coligação, em que há ministros em rota de colisão uns contra os outros, e em que considerações eleitorais e de "imagem" própria, dos partidos e das pessoas, começam a pesar cada vez mais. 

Os adiamentos sucessivos do anúncio de  medidas de austeridade, que é o dia-a-dia do "trabalho" governamental (e não o "fomento industrial", típico vocabulário salazarista como se pretende dar a entender) têm a ver com tudo isto. Ah! e também há o medo do Primeiro de Maio, depois de medo do 25 de Abril.


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© José Pacheco Pereira
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