ABRUPTO

3.11.12


REFORMAR O ESTADO É UMA COISA MUITO DIFERENTE


Redefinir as funções do estado implicava uma sólida consciência reformista, consistência política, uma ideia consolidada a médio prazo, e uma deslocação significativa de recursos para poder, por exemplo, pagar um número significativo de rescisões de contractos na função pública. Cadilhe fez em tempos uma proposta nesse sentido, mas que foi ignorada com escárnio, porque esta gente acha que sabe e pode tudo e depois quando as coisas correm mal, desatam a disparar para todos os lados. Implicava outras prioridades, outro pensamento, outros métodos. Podiam admitir-se em 2011 algumas medidas pontuais de urgência para suster o défice e mostrar boa fé face à troika, mas depois exigia-se uma outra qualidade de direcção e governação, e não apenas o amadorismo reinante e as ideias miríficas sobre economia e sociedade que são a vulgata deste governo. 

 É por isso que esta “refundação”, que não ousa dizer ao que vem, deixará o estado mais disforme e disfuncional do que o que estava e muito mais intervencionista e autoritário. E vai custar-nos os olhos da cara.

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© José Pacheco Pereira
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