ABRUPTO

1.11.12


PARECE QUE O PS, POR UMA VEZ, PERCEBEU 

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De uma vez por todas, o PS parece que percebeu. Percebeu a razão do apelo patético e de vigésima quinta hora à sua participação, que é de natureza diferente dos apelos anteriores. Periodicamente, Passos Coelho alternava o apelo directo ao PS, quase no limite de partilha de políticas e de governação comum, com o menosprezo do PS que era sempre o último a saber de tudo, pelos jornais. O objectivo até agora era obter o “maior consenso” para as políticas governamentais, mas esta alternância do convite e do desprezo revelava que era muita coreografia e pouca substância. Agora é um apelo de outra natureza, porque agora não se trata de levar o PS a apoiar medidas da maioria simples, agora é preciso uma maioria qualificada e sem ela nada é possível. Porque agora Passos Coelho esgotou o terreno constitucional para a sua política, insisto para a “sua” política, e precisa, ou de confrontar o Tribunal Constitucional, ou arrancar do PS uma revisão constitucional. 

Porém, por boas e más razões, é tarde de mais. E, num certo sentido, ainda bem, porque o que se pretende não é nenhuma “refundação”, com ideias, propostas, soluções, mas apenas medidas de último recurso, todas elas significando pacotes de austeridade em cima dos que já estão em vigor. Não se trata de nenhuma definição do papel do estado, mas de encontrar um meio de salvar a política do governo com recurso a uma fome omnívora de direitos, recursos, salários, propriedade, e emprego. Não é nem para “salvar” a segurança social, nem o estado social, nem nada, é para salvar a própria pele. 

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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