ABRUPTO

2.11.12


OBSCURIDADE FRUTO DO MEDO 

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Para além das habituais dificuldades de expressão do primeiro-ministro, esta obscuridade do discurso tem outra origem: o Primeiro-ministro está com muito medo de dizer com clareza o que pretende e por que razão o pretende, porque nada do que possa dizer deixa de atingir com enorme violência uma população exausta e sem recursos, no limiar do desespero. Ele não lhe quer dizer o que aí vem, mas sabe muito bem o que desejaria que aí viesse, se não houvesse “forças de bloqueio”… 

O que o Primeiro-ministro disse nada tem a ver com o memorando da troika. Ele não pretende “refundar” o memorando da troika, o que, se se parar para pensar, seria um absurdo à luz do que o mesmo governo diz sobre o dito documento. Para Passos Coelho o memorando da troika era o “verdadeiro” programa do PSD, e foi sempre um documento tratado como tendo muitas virtualidades para os portugueses “mudarem de vida”. O memorando corresponde ipsis verbis ao que pensa Gaspar e Borges, a dupla que manda na governação económico-financeira, e ao que pensava há meses, Passos Coelho, que com eles forma o triunvirato que manda na política, onde ele é o elo mais fraco. Já não digo, o que pensa hoje, porque Passos Coelho não pensava o mesmo há três anos, - era então um defensor de políticas expansionistas, muito próximo de Sócrates e contra Ferreira Leite, - há dois anos, - em que era um liberal na revisão constitucional e um estatista nos Congressos do PSD, - há ano e meio, em que não queria mais impostos, combatia uma política de austeridade pelos seus efeitos recessivos, e defendia a baixa da TSU com unhas e dentes Na verdade, nestes últimos três anos já foi tudo e o seu contrário, agora é um “refundador”. De quê? Da Constituição e do estado, e é para isso que precisa do PS.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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