ABRUPTO

17.4.12


 COISAS DA SÁBADO: GOVERNAR EM SEGREDO 

O melhor exemplo da ausência de expectativas e de confiança de muitos portugueses está na previsão governamental de que se se soubessem que as reformas antecipadas iriam ser congeladas, isso significaria uma corrida de milhares aos pedidos de antecipação. Que milhares de pessoas, no final da sua vida de trabalho estejam dispostas a aceitar condições muito gravosas de reforma, revela que temem pura e simplesmente não vir a receber reforma nenhuma se esperarem. 

O futuro e os contratos, já não são o que eram. Daí haver esta política de sigilo na decisão, muito provavelmente inconstitucional. Ainda estamos nos preliminares quanto a novas medidas de austeridade, que é o que o congelamento das antecipações de reforma é. 

 OUTRA MEDIDA QUE VAI PASSAR DE “EXCEPCIONAL” E “TRANSITÓRIA” PARA PERMANENTE: O CONGELAMENTO DAS REFORMAS 

Não custa perceber que aquilo que é agora apresentado como “transitório” vai ser, com um ou outro arranjo de circunstância, definitivo. Desiluda-se quem pensa que em 2015 (este é agora o ano oficial do fim do “ajustamento”) voltará a ser possível pedir reformas antecipadas. Em 2015, na melhor das situações, haverá racionamento no número de reformas possíveis, para além de irem ser ainda mais drásticas as condições de antecipação das reformas. Como já escrevi quanto ao subsídio de Natal e férias, digam-lhe adeus.

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© José Pacheco Pereira
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