ABRUPTO

21.4.12


DA SÁBADO: COISAS QUE NÃO FUNCIONAM EM PORTUGAL 



 OPINIÃO PÚBLICA 

 A opinião pública é um elemento fundamental do sistema democrático, mas é muito sensível a um factor social: o peso, importância e dinamismo da chamada “classe média”. A crise da classe média, o epicentro do actual processo de empobrecimento, fragiliza a opinião pública e reforça os poderes fácticos. 

JORNALISMO 

A fragilização da opinião pública implica uma diminuição do consumo de informação qualificada e a sua progressiva substituição por pseudo-informações. Com a crise da imprensa escrita, com a espectacularização da televisão, crescem os ersatz do jornalismo: o “jornalismo do cidadão”, que se caracteriza por não ser jornalismo, a pseudo-informação que circula nas redes sociais, no Twitter, comentários não moderados, correio electrónico pejado de mensagens falsas, populistas e de denúncias muitas vezes caluniosas. A comunicação social que deveria ser uma barreira a esta perversão da informação, cede perante ela e deixa-se infectar, ou porque é barato, ou porque está na moda, ou porque a qualidade do trabalho de muitos jornalistas não faz a diferença. Isto associado ao pack journalism, à subserviência face ao poder, à corrupção das agências de comunicação e à crise das mediações e do editing, faz passar o jornalismo ao lado de um escrutínio do poder mais que necessário em tempo de crise. 

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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