ABRUPTO

16.12.11


TIREM SÓCRATES E A TROIKA DO MAPA VERBAL E DEIXA DE HAVER DISCURSO POLÍTICO EM PORTUGAL 

Imaginem que se podia proibir dois elementos chave do discurso político em Portugal: de um lado, a pesada herança e Sócrates o seu autor, e do outro a troika e o seu “plano” maquiavélico. PSD. PS. CDS, PCP, e BE ficavam sem discurso político. Será que não se pode pensar sem estes dois bordões, que já cumpriram o seu papel? 

Eu não estou a dizer que nem Sócrates, um dos grandes culpados, nem a troika, a face da nossa desgraça de país endividado, não sejam fundamentais para perceber o presente, só estou a perguntar se nada aconteceu depois e se não há mais nada para dizer. Não é a sombra de Sócrates que explica a maioria das posições do PS hoje, é a sombra do PS e dos seus mitos e do seu discurso vulgar. Não são as obrigações com a troika que explicam tudo o que o governo Passos Coelho tem feito ou não. São outras coisas, outras ideias, outros interesses. 

Enquanto ficarmos no discurso tipo partidário-parlamentar do “fizemos isto porque vocês deixaram o país em mísero estado” versus “a culpa é da troika estrangeira que nos leva a uma solução desastrosa à grega”, não conseguimos sequer pensar o mínimo sobre a situação actual. A vida política parece um “combate” de blogues. É que cada dia que passa, o contexto, o país, a memória, a realidade, se afastam mais da situação de Janeiro de 2011 e é necessário outro escrutínio, outro posicionamento das questões.

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© José Pacheco Pereira
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