ABRUPTO

2.12.11


COISAS DA SÁBADO: PROPORÇÕES (2) 

Fora disso, os escassos manifestantes que queriam “molho” com a polícia, sem muita convicção aliás, pouco têm a ver com as dezenas de milhares de pessoas que antes se tinham manifestado, nem sequer com a mescla de jovens que estavam atrás de si, muitos dos quais tentaram tudo para se separar dos “indignados” da linha da frente e foram-se embora quando começaram as escaramuças. “Nós somos um movimento pacífico, pá, eu vim cá com o meu namorado e fomos agredidos pela polícia, acho que me vou embora”, “disse mais ou menos assim uma jovem para quem estas confusões são claramente demais. 

A “indignação” de que estes radicais se reclamam, como minoria da minoria dos “indignados”, é politizada e mimética com acções feitas e conduzidas por intelectuais que se acham herdeiros do anarquismo ou de um leninismo órfão de partido, que, como sempre, estão na vanguarda da legitimação da violência e não compreendem como é que Portugal não tem cenas de tumultos como as que se vêem na Grécia ou em Londres. Eles querem imitar os radicais gregos e o black blok, como outros querem imitar os “anonymous” e são a cópia nacional dos novos grupos radicais que tem vindo a crescer pela Europa fora, cuja influência, no nosso caso, quase que não passa dos blogues. Não é por aí que vamos ter muitas razões de preocupação quanto à violência de rua, embora os coktails Molotov já apontem para coisas mais sérias. De qualquer modo, podem os corações amantes da ordem sossegar que por estas bandas ainda não estamos na Grécia.

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© José Pacheco Pereira
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