ABRUPTO

31.12.11


COISAS DA SÁBADO: O ESTADO DAS ARTES (5)


BE 

O BE partilha com o PS os maiores estragos de 2011, quando tudo, ao contrário do que acontecia com o PS, apontava pelo menos para uma manutenção dos avanços de 2009. Não atribuo muito valor às cisões internas, cuja dimensão foi claramente exagerado pela comunicação social e pelos blogues, que aceitam pacificamente os números que uma das partes lhe deu do número de militantes saídos com a Ruptura / FER. Tendo enveredado por uma senda daquilo a que Lenine chamava “cretinice parlamentar”, são os votos que contam, porque a estrutura apesar de tudo cresceu bastante em 2009. 

O esgotamento político dos temas tradicionais do BE foi ultrapassado por movimentos inorgânicos em que o BE está muito presente, mas cujo discurso público não mobiliza para o BE mas sim para mais movimentos inorgânicos. Um partido de raiz marxista, versão moralista, e leninista, com poucos leninistas com excepção dos que vêem da UDP e que ainda mantem a casa a funcionar fora da intelectualidade, tem dificuldade em integrar “indignados” anti-partido, que se misturam muito à vontade com radicais populistas de direita. Por isso, 2012, com a sua promessa quase certeza de conflitualidade social, verá de um lado o exército organizado do PCP e do outro a turba “indignada”, a impedi-lo de crescer.

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© José Pacheco Pereira
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