ABRUPTO

31.12.11


COISAS DA SÁBADO: O ESTADO DAS ARTES (3)


PS 

O PS está numa situação calamitosa, cativo da troika e cativo do governo, o que não é a mesma coisa, nem tem as mesmas consequências. Mas é dos dois que está cativo. Parte desse cativeiro é desejado por uma liderança fraca no país, mas forte no interior do partido, porque ele é feita à imagem e semelhança do aparelho socialista. A direita, que se lamenta de que Seguro não “controla” o PS, pode ficar descansada. Ele terá muita turbulência – Seguro não tem os meios de Sócrates, nem a sua determinação – e fará alguma mais por sua iniciativa ou inabilidade, mas, no essencial, o seu passaporte para o poder está na aliança que têm com os seus companheiros de carreira nas “jotas” Passos Coelho e Relvas. A sua sobrevivência no PS vem do seu acesso ao poder actual, que ninguém como Seguro garante, e do apaziguamento do aparelho que o fez e que ele mima todos os fins-de-semana, como bom conhecedor da coisa. 

O resto é a mesma devastação que o PSD conhece, que já vinha de Guterres e Sócrates e que agora ali está como afronta viva e merecida da arrogância com que os intelectuais do PS sempre tiveram com o PSD. Agora têm o Seguro como líder, porque a história às vezes, só às vezes, vinga-se.

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© José Pacheco Pereira
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