ABRUPTO

18.11.11


COISAS DA SÁBADO: A CRISE ACABA EM 2012…

De tempos a tempos, há um governante qualquer que diz que a crise vai acabar para o ano. Já o disse o Primeiro-ministro e agora veio dizê-lo, e não pela primeira vez, o Ministro da Economia. Quem nunca o diz, pelo menos assim, é o Ministro das Finanças, que só fala de 2013 e mesmo assim admitindo um optimismo nele excepcional. Esta frase é obviamente um absurdo e uma mentira destinada a fazer aceitar o penoso ano de 2012 com a esperança que afinal é só um ano de miséria antes de vermos a luz... 

Se as pessoas soubessem que, a seguir a 2012, vinha um 2013 melhor, aceitariam mais facilmente 2012. Mas basta estar atento ao que o Ministro das Finanças, e às vezes o primeiro-ministro, dizem. Temos já, anunciadas para 2014, medidas mais gravosas de austeridade, estas e as que ainda hão-de vir. Eu percebo que é desesperante olhar para a frente e ver longos anos de miséria. E percebo que a obrigação da política é gerir esperanças realistas e expectativas. Acresce também que o atavismo e a desesperança são péssimos conselheiros, e é legítimo que as pessoas esperem resultados, mesmo dos maiores sacrifícios, ou principalmente dos maiores sacrifícios. Porque, a não ser assim, os sacrifícios perdem sentido. 

Porém, este discurso bipolar, umas vezes é escuridão total no fundo do túnel, outras vezes lá está a célebre luzinha, só dá origem a revolta e desordem. É que 2012 pode ser muito difícil de atravessar, mas é já amanhã.

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© José Pacheco Pereira
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