ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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29.10.11
COISAS DA SÁBADO : A REACÇÃO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA…
… mostra muito do que está mal hoje na sociedade portuguesa e a facilidade de mobilização dos coros que não só cantam em conjunto como pretendem abafar ou pôr em causa a voz dissonante. E um velho ódio hipócrita que muitos no PSD têm a Cavaco Silva, que não é dos “deles”, vem ao de cima com a mesma facilidade, agora associado ao servilismo face ao poder para quem que dá sempre jeito mostrar serviço.
Muito bem, concedo à partida que o Presidente não devia ter falado na porta, mas isso é folclore, porque se tivesse falado lá dentro, no Congresso dos Economistas, caía igualmente o Carmo e a Trindade. Se o Presidente, que ninguém suspeita de desconhecer a importância de se cumprir o acordo com a troika, entende que é possível lá chegar por outro caminho menos conflitual, mais justo e mais equitativo, não o pode dizer? E não só pode, como deve dizê-lo quando reage não apenas a puras medidas de governação, mas àquilo que ele entende serem violações de princípios que transcendem a mera governação, mas que remetem para valores de que, como garante da Constituição, é o fiel depositário?
Mas, mesmo achando que é fundamental cumprir o programa acordado,
sabendo que ele significa sempre austeridade e empobrecimento para os
portugueses, por que raio é que temos todos de assinar de cruz as
propostas do governo? Porque são indiscutíveis? Porque são o único
caminho? Por que o governo nos diz isso? Porque favorecem interesses que permanecem intocáveis e que usam a ideologia para garantir políticas a seu favor? Esta agora! Só falta dizer que são traidores á pátria.
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© José Pacheco Pereira
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