ABRUPTO

28.10.11


COISAS DA SÁBADO: CRIAR ALVOS CRIA COMUNIDADES DE REVOLTA



As pessoas estão a ficar prosélitas, e o proselitismo mais os interesses magoados, dão sempre para o torto. E há muita gente a sentir-se alvo e sentir-se alvo quebra todas as ligações com uma sociedade mais vasta, para constituir comunidades de revolta. Um caso típico no passado foram os professores e o resultado está à vista em escolas em que ninguém tem mão a não ser pelo despedimento e em que os governantes se vêem obrigados a recuar para ficções que não significam nada, como é o actual modelo de avaliação. A deliberada quebra de empatia, na verdade antipatia, com o estado e o sector público, que vai para além das necessidades de corte nas despesas mas têm um claro conteúdo ideológico, levou o Primeiro-ministro e o Ministro das Finanças a não só não terem uma palavra para as centenas de milhares de funcionários públicos cujos rendimentos são baixos e tão baixos como o sector privado, como para os colocarem como alvo ao apontarem-nos como privilegiados com emprego garantido. Ora se há coisa que os funcionários sabem demasiado bem, ouvindo os mesmos governantes que hoje lhe apontam esse privilégio, é que têm o emprego quase tão precário como no sector privado. 

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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