ABRUPTO |
semper idem Ano XIII ...M'ESPANTO ÀS VEZES , OUTRAS M'AVERGONHO ... (Sá de Miranda) _________________ correio para jppereira@gmail.com _________________
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24.9.11
A ILUSÃO DAS “GORDURAS”
Ver COISAS DA SÁBADO: NÃO TER ILUSÕES: CORTAR DINHEIRO AO ESTADO NÃO É REFORMAR O ESTADO Outra ilusão corrente é a de que se estão a cortar as “gorduras” do estado, lastro também do discurso eleitoral que ganhou alguma legitimidade popular porque as pessoas pensam que essas “gorduras” são as mordomias, os carros do estado, os salários dos “chefes”. Os desempregados, os que trabalham no sector privado, olham com hostilidade para os funcionários públicos, mas esquecem que a saúde, educação e segurança que recebem a custo quase zero tem o mesmo patrão e funcionam com os mesmos funcionários.
Não, não se estão a cortar as gorduras do estado, não se
está a “racionalizar” e a tornar mais eficaz o estado, está-se apressadamente a
tentar ir buscar dinheiro a tudo o que mexe para garantir as metas do défice.
Nem sequer é por ideologia, como dizem os socialistas. Não é por se ser
liberal, é porque o desespero conta muito e vai tudo a eito. Não se está a
substituir um estado gastador por outro mais eficaz. Está-se a encolher o monstro.
Vai ficar mais pequeno, mas continuará aleijado, vai gastar menos dinheiro, mas
vai continuar a gasta-lo mal.
A minha única esperança é que a após esta violenta redução.
O país possa ter uma margem de manobra para então reformar o estado. Mas isso exige
governantes reformistas e iluminados, que o povo vote neles e que não haja
condução da política por estrangeiros pouco sensíveis às realidades nacionais
Um milagre, não é?
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© José Pacheco Pereira
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