ABRUPTO

12.8.11


COISAS DA SÁBADO: VENDER UM CANAL DA RTP NÃO É PRIVATIZAR A RTP

Cada nova informação que vem a público mais reforça a minha convicção de que não vai haver nenhuma “privatização” da RTP. E cada vez mais suspeito que o que vai ficar vai ser pior do que o que está, por muito difícil que isso pareça. É que a questão da privatização da RTP não é um problema de minimizar custos, mas sim de saber se sim ou não o estado (o governo) fica sem propriedade de meios de comunicação social. Esse é que é o significado de “privatizar” a RTP (e presume-se que por arrastamento da RDP e da Lusa), como aliás o é para a EDP, a REN ou a Galp. Nestes casos, o estado deixa de ter empresas de produção e distribuição eléctricas públicas, empresas de combustíveis, como já deixou de ter as telecomunicações, casos em que argumentos de “serviço público” são muito mais consistentes do que para ter órgãos de comunicação social públicos, quando esse bem está longe de ser um monopólio natural e existem empresas que, melhor ou pior, o fornecem sem custos para o contribuinte. Não, a questão com a RTP é outra: é que até agora nenhum governo prescindiu do controlo político sobre o conjunto de órgãos de comunicação social, em particular a tríade Lusa (o elo mais fraco) – RDP – RTP (o elo mais forte). Se isso não se alterar, não há privatização deste sector.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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