ABRUPTO

23.7.11


ÍNDICE DO SITUACIONISMO (133)

A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

A minha defesa da privatização da RTP,- muito antiga, muito antiga,- nunca teve como argumento central o custo da televisão pública, embora este seja nos dias de hoje um factor relevante. A questão central é outra: não há nenhuma razão para, numa democracia aberta, o estado (o governo)  ter órgãos de comunicação social. Ponto. É por isso mesmo que não há verdadeira privatização da RTP, mesmo que alguns dos seus canais sejam vendidos, se, no fim, o estado (o governo) permanecer proprietário de um canal de informação pago pelos nossos impostos. O resultado final seria manter-se a "situação" (e o "situacionismo" trata da "situação")  como está: quem escolhe o director do canal, que escolhe os directores de informação, que escolhe quem serão os jornalistas à frente dos telejornais, que escolhem no seu conjunto quais as notícias a dar, qual o relevo de cada uma num noticiário, que reportagens se fazem e de que eventos, quem vai lá, quem é convidado para ir debater uma questão, e , mais importante ainda, quem não é convidado, etc., etc., é o ministro da tutela (antes Santos Silva, agora Relvas), e o Primeiro-ministro (antes Sócrates, hoje Passos Coelho).

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© José Pacheco Pereira
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