ABRUPTO

1.7.11


COISAS DA SÁBADO: 
O QUE JÁ FOI MAL FEITO: MINISTÉRIOS DEFORMADOS 
Um mau ponto de partida foi a criação de ministérios deformados com o afã de “cumprir” uma promessa eleitoral mal pensada, com um princípio justo, mas mal executado e mal preparado. Refiro-me ao “governo mais pequeno de sempre”, com dez ministros e vinte e cinco secretários de estado. Em vez de se aceitar corrigir o erro e pensar com mais consistência a estrutura do governo, avançou-se para “cumprir” a promessa sem ter estudado o assunto e o resultado foi o de se ter criado pelo menos dois ministérios deformados: Economia e etc. e Agricultura e etc.. Um até severamente deformado, o da Economia. Começou a corrigir-se o erro abandonando a promessa quanto aos secretários de estado, que de vinte e cinco passaram a trinta e cinco e não sabemos se ficarão por aqui e se haverá subsecretários de estado.

O carácter deformado do ministério da Economia recebeu uma tentativa de remendo com seis secretários de Estado, um número recorde. Vejo com muita dificuldade como é que este grupo de pessoas, muitas das quais nunca se encontraram e não tem laços de afinidade e de trabalho em equipa, vão trabalhar em conjunto. Vamos ver. Ao mesmo tempo para evitar a explosão do número de secretários de estado, há ministérios reduzidos a um e que se justificava ter mais, como é o caso da justiça, um dos que mais trabalho tem pela frente e de grande complexidade.

Preocupa-me este decidir à medida que se avança, corrigindo com a medida seguinte a asneira da anterior, com pouca preparação prévia, e mais presos à letra das promessas eleitorais do que ao seu realismo, eficácia e exequibilidade. Pode permitir que o Primeiro-ministro diga sempre que está a cumprir o que prometeu, mas, bem sei que isto parece uma blasfémia, a verdade é que o bom governo está acima das promessas eleitorais. E a verdadeira promessa eleitoral é só uma: tirar o país da crise extrema em que os socialistas o colocaram. Senão, como sempre acontece – lá está a Lei de Murphy – dá como resultado que o “governo mais pequeno de sempre” quanto a ministros dê origem a um número de secretários de estado semelhante ao governo Sócrates.

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© José Pacheco Pereira
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