ABRUPTO

17.6.11


COISAS DA SÁBADO: O CHEIO E O VAZIO

Comecemos pelo cheio de ontem e que é hoje o vazio: o grande impulso eleitoral, a grande motivação para a escolha eleitoral, o factor de polarização central destas eleições, o definidor dos prós e dos contras, José Sócrates, foi vencido e foi-se embora pelo menos por um ano ou dois. Ponto, mas não ponto final, ele “andará por aí” a tentar entender o outro Sócrates. Também ele pensará que os malvados dos atenienses lhe fizeram beber a cicuta, mas ele voltará porque o seu mundo é mais haitiano do que grego.

Mas seja como for e para já, ponto. O que significa que existe hoje um grande vazio onde antes estava Sócrates e é preciso ter isso em conta sob pena de se andar a esgrimir contra fantasmas. Não é que a herança não esteja aí bem presente, mas a herança só é o homem se ele estiver lá sentado em cima, e hoje não está. É por isso que o discurso de António Barreto, que diz muitas coisas que eu assino por baixo, parece fora do tom, vindo de outro tempo, logo excessivo. Quem está no poder hoje pensa, no essencial, como António Barreto, ou pensa que pensa. Mas, seja como for, é este agora o lugar do poder e é muito mais importante perceber o presente, se é que queremos ter futuro.

(Continua.)

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© José Pacheco Pereira
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