ABRUPTO

2.3.11


COISAS DA SÁBADO:   
DENTRO DA DEMOCRACIA NEM TUDO É POSSÍVELFORA DA DEMOCRACIA TUDO É POSSÍVEL

De facto, fora da democracia é possível muita coisa, sem leis, sem direitos, sem parlamento, sem representação, sem partidos, mas todas essas coisas são más. Todas conduzem ao reino da força, a uma pior governação, ao conflito civil, à derrocada da nossa economia, ao reforço de todos os autoritarismos e totalitarismos. O melhor pretexto da demagogia e do populismo sempre foi o da “luta contra a corrupção”, pretexto trágico e irónico quanto se sabe que o país bem precisa de lutar contra a corrupção. O problema é quando se coloca um sinal de igual entre política e políticos e corrupção, quando se começa a falar de “sistema”, para descrever a democracia e quando se aceita a hipocrisia de não se associar essa berraria a actos concretos de mudança, está-se a proteger os piores misturando-os com os melhores. Esse é o tipo de confusão de que os corruptos gostam mais, a de “serem todos iguais”, “serem todos ladrões”.

Acaso José Sócrates e o PS são hoje diferentes do que eram em 2009 quando deliberadamente e com dolo enganaram o país com promessas eleitorais que todos sabiam ser mentirosas, já em plena crise? Não o são certamente e, no entanto, milhões de portugueses deram-lhe uma maioria que ainda não fez dois anos. E não me venham com a treta que a oposição era pior, porque não era, era muito melhor. E mais: quem é que vota em autarcas corruptos e ou em demagogos locais que se preparam para deixar as suas câmaras endividadas para dezenas de anos, obrigando os seus sucessores a ficar obrigados a pagar a festa e a popularidade do irresponsável anterior? Muitas vezes os mesmos que são capazes de correr a assinar petições populistas na Internet contra o estado gastador e a corrupção.

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© José Pacheco Pereira
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