ABRUPTO

2.3.11


COISAS DA SÁBADO:   DENTRO DA DEMOCRACIA NEM TUDO É POSSÍVEL

Anda muita gente a brincar com o fogo. E, depois de o acender, não vale a pena queixarem-se das consequências. A tendência para soluções e propostas não-democráticas, para uma espécie de “democracia orgânica” feita de protestos inorgânicos, para formas de “democracia directa” que substituem o voto e a representação, cresce todos os dias. É verdade que a incapacidade dos dois partidos para gerar confiança, nem que seja na alternância, parece muito escassa. O PS no governo e com José Sócrates à cabeça, mostra o seu enorme desprezo pelos portugueses, fazendo a mais rasteira propaganda quotidiana no meio de uma crise em que tem enormes responsabilidades. O PSD parece demasiado errático na sua condução, e transporta consigo muita gente que os portugueses querem a milhas de qualquer governo. Depois, do lado dos responsáveis políticos, há uma atitude defensiva absurda, um complexo de culpa quando não um colaboracionismo passivo, com as mais erradas e perigosas das propostas anti-democráticas que por aí circulam. Nestes momentos em que a demagogia e o populismo tem muita força, é difícil dizer que não a certas propostas, para quem quer passar pelas gotas da chuva. O resultado é que não só não passarão, como a chuva os molhará mais. A cobardia nestas alturas difíceis paga-se caro.

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© José Pacheco Pereira
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